Artigo: Metaverso cria novas tendências de negócios

Metaverso | Foto Tumisu-Pixabay

 

Da ficção científica para o nosso dia a dia, este é o Metaverso. Muitas mudanças e inovações aconteceram no mundo desde os primórdios da internet (entre 1934 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial) até a chegada da banda larga e da conexão 5G no Brasil, que deve acontecer ainda neste ano. Porém, nesse meio tempo uma coisa não mudou: as oportunidades de negócios que as novas tecnologias podem proporcionar.   

Já é possível notar como a nossa forma de interação pessoal vem se transformando de maneira cada vez mais rápida, assim como a forma que consumimos produtos e serviços. As primeiras iniciativas para a criação de redes sociais em um universo digital tiveram início entre 1994 e 1995. Naquele momento surgiam o The Globe e o Classmates (este último um site pago, com layout bem simples e o objetivo de conectar estudantes). Na medida em que a internet se massificava, essas mídias sociais avançavam e, assim, o número de usuários só crescia.  

Hoje estamos diante desse novo universo, o Metaverso. De forma simples, ele pode ser encarado como uma grande rede social digital composta por várias outras redes. O conceito geral dele, assim como o das redes sociais, não é totalmente novo, pois diversos videogames já apresentaram esse mundo virtual há décadas. Porém, o Metaverso propõe muito mais que jogos em um espaço virtual.  

Ele permite que, por exemplo, uma pessoa seja tudo aquilo que ela queira, criando sua imagem, o chamado avatar, e vivendo uma vida digital.  

Nesse universo, a empresa e/ou marca deve pensar em quais sonhos pode realizar para o seu cliente. Assim, ela poderá ser pioneira nessa tendência. Empresas como Coca-Cola, Gucci, Dior, Nike, MasterCard, Adiddas, Tesla e Mercedes são apenas algumas das empresas que estão levando seus produtos para dentro desse universo digital. 

Além delas, grandes corporações como Facebook (agora, Meta), Microsoft e NVIDIA anunciam a criação de suas tecnologias para esse novo mundo. Com isso, sinalizam que a economia mundial será influenciada, pois serão necessários vários recursos tecnológicos e a integração entre corporações existentes.  

Segundo a empresa Meta, por exemplo, esse novo mundo incluirá conexões sociais, entretenimento, exercícios físicos, trabalho, educação, comércio e muito mais. Tudo isso através de um ambiente 3D, imersivo e colaborativo, mas poderá envolver realidade aumentada em que o usuário interagirá com o mundo real. De acordo com o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, “você poderá se teletransportar instantaneamente como um holograma para chegar ao escritório sem necessidade de deslocamento, a um concerto com os amigos ou à sala da casa dos seus pais para saber das novidades”.  

A Bloomberg Intelligence, empresa especializada em análise de dados para a tomada de decisões de investimentos, estima que a oportunidade de mercado para o Metaverso pode atingir US$ 800 bilhões (cerca de R$ 4,5 trilhões) até 2024. Esse volume de recursos possibilitará o avanço cada vez mais rápido desta tecnologia e também o surgimento de novas moedas, agora digitais.  

Na grade de possibilidades que o Metaverso traz para os negócios está a venda de produtos, serviços e realização de eventos dentro da plataforma, a hospedagem de jogos e a compra, venda e aluguel de terrenos.  

Os produtores de games saíram na frente nessa corrida on-line. Empresas como Fortnite e Roblox já criaram locais digitais para socializar e se inseriram no Metaverso. Agora, elas estão fundindo jogos, fazendo eventos e transmitindo filmes dentro da sua plataforma e lucrando muito com isso.  

Podemos trazer todas essas mudanças, por exemplo, para a Indústria. Hoje estamos vivendo a quarta revolução industrial, ou Indústria 4.0. Ela tem como premissa a revolução tecnológica por meio da automatização e da integração de diferentes sistemas de tecnologias avançadas como inteligência artificial, robótica, internet das coisas (IoT) e computação em nuvem. Isso porque elas são a base para esse futuro de oportunidades e se destacará quem estiver disposto a se reinventar. 

Aqui no Espírito Santo, por exemplo, além da melhoria do ambiente de inovação, que é o primeiro passo para desenvolver tecnologias e alcançar esse universo digital, o Instituto Senai de Tecnologia da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) vem contribuindo para que empresas implementem uma trilha de desenvolvimento e inovação.  

Acreditamos que a inovação e o desenvolvimento de soluções tecnológicas serão os propulsores do desenvolvimento da Indústria capixaba. Certamente novos negócios envolvendo realidade virtual ou realidade aumentada, por exemplo, surgirão e eles vão influenciar na criação de novos mercados. O Espírito Santo tem potencial para estar na vanguarda dessa mudança e, com isso, ganhar mais produtividade e competitividade 

 

Edmilson Queiroz dos Santos Filho é mestre em Engenharia de Teleinformática pela UFC tendo se graduado em Tecnologia Mecatrônica Industrial pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará. Hoje, atua como coordenador de Inovação do Instituto Senai de Tecnologia em Eficiência Operacional (IST-Findes). 

 

Publicado por A Gazeta, em março de 2022

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