Artigo: Produtividade em tempos de pandemia

O desafio de operar em altos níveis de eficiência, que permitem às empresas manter ou ampliar seus mercados, não é uma novidade causada pela pandemia, porém o momento atual agravou as condições de competição nos mercados nacionais e globais. Para o economista Paul Krugman (1997), produtividade é um dos motores fundamentais para o crescimento econômico no longo prazo e aumentar a produção por trabalhador é fundamental para um país melhorar seu padrão de vida.

Bibliografias diversas indicam que fatores institucionais, econômicos, sociológicos, geográficos e outros influenciam a produtividade do trabalho e explicam os diferentes níveis atingidos pelos países.

Mas essas causas só conseguem ser alteradas ou geram efeitos no longo prazo, daí a questão: algo poderia ser feito para reduzir o atraso já no curto prazo?

Neste contexto, as indústrias, sua cadeia produtiva e os ambientes de negócios precisam buscar condições favoráveis para maximizar a produção com altos níveis de qualidade, o mínimo de recursos necessários e com tempos de produção cada vez mais reduzido. A equação parece não fazer sentido, especialmente com a situação macroeconômica instável de nosso país, que permitiu que o Brasil ficasse na posição 71º (em 2013, conseguimos alcançar a posição 48º), no The Global Competitiveness Report (WEF).

Contudo, dentro do ambiente microeconômico, que está ao alcance das empresas, existem estratégias e ferramentas que podem melhorar os índices de produtividade e eficiência, atenuando os efeitos externos e mantendo um crescimento econômico. E é neste contexto que o Sesi e o Senai, focando em Educação, Saúde, Segurança, Tecnologia e Inovação, têm desenvolvido programas e ações para apoiar as indústrias.

Educação como indutor da produtividade

O ranking de produtividade do Fórum Econômico Mundial (WEF) deixa evidente que países que investiram na educação de sua nação ocupam as primeiras posições. Transferindo essa lógica para o ambiente empresarial, as empresas que se preocupam na qualificação do seu time alcançam índices de desempenho elevados. Esses níveis de conhecimento, somados às habilidades transversais como pensamento criativo, resolução de problemas, trabalho em equipe e liderança (também denominadas como softskills) fazem com que os colaboradores consigam extrair os melhores níveis de produção das máquinas e equipamentos da linha de produção.

Como forma de apoiar as empresas no processo educacional, o Senai oferece cursos de diferentes graus de complexidade, que vão desde conhecimentos iniciais, passando pela formação técnica e ofertas especializadas, com seu conteúdo elaborado a partir das reais necessidades da indústria. Se adaptando com agilidade ao momento da pandemia, as plataformas foram diversificadas e grande parte da oferta Senai está disponível em ferramentas de educação à distância, nas quais dispõe-se de simuladores, treinamentos gamificados e recursos de realidade aumentada.

Gestão da Saúde e Segurança como estratégia

Outro desafio para aumento da produtividade está na área de saúde e segurança, sendo o primeiro desafio conceitual. Segundo o Instituto Victoria de Estratégia e Estudos Econômicos, os gastos decorrentes de absenteísmo, presenteísmo e aposentadoria precoce representam 8% do PIB brasileiro. Dessa forma, ações que promovam a melhoria do ambiente de trabalho, tornando-o cada vez mais saudável e seguro, diminuem os riscos de acidentes e afastamento e, por consequência, uma redução dos custos e aumento da eficiência. Outro dado que comprova esta tese é um estudo da Mckinsey, que mostra que as empresas com melhor desempenho em gestão de saúde ocupacional apresentam seis vezes menos acidentes e faturamento 18% maior do que as de pior desempenho.

É nesse intuito que o Sesi vem oferecendo soluções que vão além do atendimento em programas legais, atuando na gestão da saúde e segurança das empresas, oferecendo ações preventivas e que melhorem o ambiente de trabalho e a qualidade de vida dos colaboradores. Para isso, o Sesi dispõe de ferramentas tecnológicas de alta capacidade analítica e uma equipe de profissionais que, baseada nas informações coletadas, sugere ações específicas para mitigar potenciais riscos presentes no processo produtivo.

O Senai como referência em tecnologia e inovação

O terceiro pilar é o da tecnologia e inovação. O Brasil pouco avança em inovação e, apesar de ter subido para 66ª posição no ranking de 100 países, de 2019 para 2020, incluídos no Índice Global Innovation Index, continua muito aquém da sua participação como economia.

Com o propósito de ser o acesso da indústria à inovação, no Espírito Santo lançamos o FindesLab em 2019, um hub de inovação, sobre o qual ousamos dizer que está cumprindo o grande papel de promover as conexões para acelerar o processo de resolver os desafios das empresas com soluções inovadoras, além de gerir o ecossistema local por possuir parceiros na rede nacional e referências internacionais. Mas não só, o Senai também conta uma rede de Institutos que atuam fortemente com soluções de melhoria em eficiência operacional e com soluções tecnológicas para criar novos processos e produtos.

O Sesi e Senai são aliados das indústrias para elevar a sua produtividade e impulsionar um novo ciclo econômico de crescimento no Brasil.

Mateus Freitas é Diretor Regional do Senai ES e Superintendente do Sesi ES

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