A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) em parceria com a FIEMG realizou, no dia 02/06, o Webinar – “ES e MG: reflexos da Covid-19 na balança comercial e perspectivas”. O evento, que teve o objetivo de discutir os impactos da crise decorrente da Covid-19 nas balanças comerciais dos dois estados, foi voltado para representantes de empresas exportadoras e importadoras, trading companies, agentes portuários, despachantes aduaneiros e empresas de logística.

Na abertura da webinar Flávio Roscoe, presidente da FIEMG, destacou que a crise causado pela Covid-19 impactou a balança comercial do país como um todo. Entretanto, segundo o empresário, momentos de crise também podem ser janelas de oportunidades. “O Brasil pode ser uma opção de player de negócios, tanto como fonte de produtos quanto de investimentos. No mundo todo, cadeias inteiras de produção dependem da China e no pós-pandemia existe uma tendencia a valorização interna”, afirmou Roscoe. Para o presidente da FIEMG, a única maneira de se aproveitar essas oportunidades é melhorando o ambiente de negócios no país, diminuindo a burocracia e o tamanho do Estado.

Já o presidente da FINDES, Léo Castro, ressaltou a importância da parceria entre as duas Federações. “Temos muita sinergia e projetos em conjunto”, afirmou lembrando que mesmo com a crise, alguns setores estão avançando, como o agronegócio. “Precisamos estar preparados para essas demandas”, disse Castro.

O Webinar “ES e MG: reflexos da Covid-19 na balança comercial e perspectivas” teve como palestrantes Bruno Fardin, diretor da Codesa, Alexandre Brito, consultor de negócios internacionais da FIEMG, Ilson Hulle, diretor da Log-in, Sidemar de Lima, presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado do Espírito Santo (SINDIEX) e Rodrigo Ruggiero, da VLI Logística. O evento teve a mediação de Durval Vieira de Freitas, da Findes.

Alexandre Brito apresentou o painel “Comércio Exterior de Minas Gerais no Espírito Santo”. O analista de negócios internacionais explicou como é a participação do Porto de Vitória na tonelagem marítima exportada do sudeste. Os principais produtos escoados pelo Espírito Santo são celulose (100%), fertilizantes (54%), ferro (46%) e minérios metálicos (44%).

Segundo Brito, o comércio mineiro que é exportado pelo estado capixaba também foi impactado pela crise causada pela Covid-19, uma vez que houve queda de 29,5% nas exportações e de 35% nas importações. Segundo Brito, as principais causas foram a redução do movimento dos portos e aeroportos, conteineres parados e elevação dos fretes e dos seguros. O especialista citou elementos impulsionadores do comércio, principalmente os projetos ligados à infraestrutura, como a BR381/262, modal ferroviário e a integração das vias na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O analista também destacou o aeroporto de Confins, em Minas Gerais, como uma possibilidade de logística reversa, em que o escoamento da produção do Espírito Santo passa por Minas Gerais e não pelo Rio de Janeiro. “É uma possibilidade com muito potencial, principalmente quando o Aeroporto Indústria estiver em pleno funcionamento”, afirmou citando o projeto  que irá transformar o terminal em um entreposto aduaneiro, onde empresas, principalmente aquelas que usam insumos importados e produzem bens de alto valor agregado, passam a ter isenção de impostos federais, estaduais e municipais para produzirem mercadorias destinadas à exportação. O local vai unir a produção e o modal aéreo, facilitando o escoamento.

Por assessoria da FIEMG