Dia da Mulher: Findes promove campanha “Elas produzem” e reforça o poder das mulheres no mercado capixaba

Conheça a trajetória de mulheres que venceram barreiras e, hoje, transformam vidas na educação, inovação e indústria capixaba.

Empreendedoras, mães, médicas, pesquisadoras, engenheiras, educadoras, cientistas. As mulheres estão presentes em todas as áreas de atuação e mostram que o poder feminino está em lutar e alcançar os seus objetivos.

No mercado capixaba, elas representam 43% da força de trabalho formal (RAIS 2020). Mas, aqui na Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), as mulheres são maioria. A Federação é formada por um time de 1.831 profissionais, sendo que elas representam 59,2% desse total. Além disso, a liderança da Findes e suas entidades (Cindes, Sesi, Senai, IEL e Ideies) também é majoritariamente feminina (81,5%). Dos 140 líderes, 115 são mulheres.

“Oportunidades transformam vidas e esse é um dos nossos propósitos aqui na Findes. Queremos transformar vidas e impulsionar negócios para desenvolver o Espírito Santo. Por isso, valorizamos as nossas profissionais e acreditamos muito na capacidade de crescimento de cada uma delas. Para nós, é muito importante gerar oportunidades, afinal, quando isso acontece, estamos mudando a realidade de muitas mulheres. Por meio da nossa Indústria, mostramos diariamente o quanto somos produtivas, temos competência e capacidade técnica para ocupar qualquer cargo e estar onde desejamos”, disse a presidente Cris Samorini.

Neste Dia Internacional da Mulher, 08 de março, a Findes lança a campanha “Elas produzem”, em reconhecimento à contribuição das mulheres no mercado capixaba. Venha conhecer a história de mulheres que superaram obstáculos com força e determinação para vencer nas áreas da educação, inovação e indústria capixaba. Elas provam que ter capacidade não é questão de gênero.

Mesmo hoje, as mulheres ainda têm dificuldades para ter reconhecimento profissional, principalmente, em determinados setores que escolhem atuar. Com um slogan de afirmação, a campanha “Elas produzem” reforça a importância de as mulheres estarem conquistando cada dia mais espaços no mercado de trabalho e na sociedade.

Leiliane Carvalho

Ser mulher é ser desafiada desde cedo. Leiliane Carvalho, professora do Sesi Campo Grande, Cariacica, compartilhou conosco a sua trajetória de superação rumo ao sonho de se tornar educadora. “Apenas o fato de você nascer mulher já significava que você tinha rotinas, responsabilidades e obrigações, como cuidar dos irmãos, limpeza da casa, comida… Então foi preciso mais empenho e criatividade para conseguir alcançar os meus sonhos”, explica.

Ainda menina, ela já demonstrava sua força de vontade. Conta ainda que todos os dias foram desafiadores para provar que uma mulher, negra e de baixa renda também pode estudar, se preparar e pode sim trabalhar onde se capacitou. “Um grande desafio foi no meu primeiro emprego. Seguir na função sem indicação e experiência foi bem difícil. Mas consegui crescer, amadurecer apesar dos assédios sofridos por ser mulher”, ressalta.

Iasmyne Ferreira

“Mesmo nas dificuldades, as mulheres não desistem. Se você tem um sonho, pode conquistá-lo”. É o que acredita Iasmyne Ferreira, assistente administrativa no Findeslab.

Natural de Colatina, ela superou diversas adversidades para cursar a tão sonhada faculdade de Direito na capital capixaba. “Ser negra e ir em busca de um espaço no mercado de trabalho pode ser mais difícil. Cheguei até aqui tentando aprender e sempre buscando opções de crescer”, esclarece.

Iasmyne conta que sua maior conquista foi entender que está tudo bem em sonhar diferente. “Pensar diferente. Você pode fazer o que você quiser. Que nós [mulheres] não devemos nos limitar nunca. Pensando no ramo da Indústria, a gente ainda vê pouquíssimas mulheres atuando na área da inovação. Mas ter esses exemplos de liderança feminina aqui no Findeslab, por exemplo, é muito importante para incentivar e mostrar que podemos”, conclui.

Glenda Amaral

Conquistar o nosso espaço no mercado de trabalho é uma construção diária, algo que é feito traçando metas e objetivos. Essa é a dica de Glenda Amaral, diretora da empresa Ecopremium Colchões.

Ela destaca que existem muitos desafios na área empresarial, como a instabilidade do mercado, legislações complexas e falta de mão de obra qualificada. “Vejo que por ser mulher temos visões e percepções importantes do trabalho, dos setores e até mesmo dos colaboradores, o que agrega muito a empresa”, expõe.

DADOS ECONÔMICOS

43% do mercado capixaba é composto por mulheres

Cada dia mais as mulheres conquistam o merecido reconhecimento no mercado de trabalho, mas ainda é preciso lutar muito para ocupar o seu espaço e acabar com as desigualdades na sociedade.

As mulheres representam 43% da força de trabalho formal do Espírito Santo, ou seja, que possuem carteira assinada. No entanto, mesmo com maior nível de escolaridade (62%), as mulheres ainda recebem salários inferiores (40%). Os dados são apresentados pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2020).

Uma atividade em que as mulheres se destacam é a de pesquisa e desenvolvimento científico, com remuneração média 44% superior à dos homens e com participação equilibrada nos cargos. Nesta atividade, as mulheres representam 51%.

Quando considerados os empregados com ensino médio, a diferença salarial entre homens e mulheres, cai para 29%, indicando que há uma desigualdade de salários concentrada em cargos que podem exigir mais escolaridade.

 

Diferença salarial nos empregos do ES

No Espírito Santo, foi observado uma diferença significativa no salário médio entre os gêneros no mercado de trabalho formal. Em 2020, por exemplo, os homens receberam em média R$ 2.724,88 e as mulheres R$ 2.311,91, uma diferença de 15%.

Entre os empregados com ensino superior em ocupações como a de gerente, mais da metade (53%) são homens, e ganham em média 40% mais que as mulheres.

De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), considerando os setores com a participação mais equilibrada entre homens e mulheres, a diferença é superior para os homens em 21% no setor de serviços e em 16% no comércio.

O setor da construção foi o único em que as mulheres recebiam em média mais que os homens (+4%), no entanto, ocupam apenas 9% dos cargos do setor, que são, provavelmente, mais especializados. Na atividade de construção de edifícios, por exemplo, as mulheres ganham 40% a mais em média, mas ocupam apenas 10% dos cargos.

Segundo informações do Ideies, o diagnóstico em setores cujos os ganhos das mulheres superaram o dos homens, deve ser analisado com cuidado. Por exemplo, em alguns deles as mulheres são minoria, provavelmente ocupando cargos mais especializados como o de edificações.

 

Mulheres recebem 12% menos na média nacional

As mulheres respondem por 44% dos empregos formais em atividades econômicas do Brasil. Elas são 52% da força de trabalho no ramo de serviços. Já na indústria nacional, elas representam 28% da força de trabalho.

No Brasil, o salário médio dos homens foi 12% maior que o das mulheres em 2020. Na comparação dos setores de participação mais equilibrada, os homens recebem 18% a mais no setor de serviços e 16% a mais no comércio. Na indústria nacional, essa diferença salarial sobe para 27% entre mulheres e homens.

Na média nacional, a área da construção também foi a única em que as mulheres recebem mais que os homens (+7%), mas ocupam apenas 10% dos cargos do setor.

 

Fonte: Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2020).

Texto: Thaíssa Dilly. | Imagens: Divulgação/Findes.

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