Texto originalmente publicado no jornal A Gazeta, na coluna Opinião, no dia 30 de abril de 2016.
*Haroldo Massa é presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) da Findes
União de forças para o trabalho
Trabalhadores somos todos nós. Somos divididos entre empregados e empregadores e aí começam, por vezes, nossas diferenças. Precisamos tratá-las com respeito e atenção.
Podemos notar que, enquanto uns falam de desemprego, outros falam de demissão. Não estamos falando da mesma coisa? É urgente nossa união para o enfrentamento do resultado negativo que nos atinge por igual.
Falando do respeito e atenção, de um lado, avilta-se o conforto da família, complicam-se os cartões de crédito, descontrolam-se as mensalidades escolares. Falta lazer, falta até alimento. Por outro lado, falta investimento, falta remuneração do capital investido, falta manutenção de máquinas e equipamentos, falta segurança jurídica para a tomada de decisão. Falta de tudo para todos.
Enquanto para o empregado dói na “moral” – fica de moral baixa -, para o empregador dói no bolso. Para revertermos esse quadro, precisamos de atitudes e de união. Não proponho termos objetivos iguais. Proponho que nossa luta seja igual na busca de alternativas.
Você, trabalhador, conhece seu sindicato? O presidente dele? Já fez lá uma visita para cobrar posturas desenvolvimentistas? Sindicato que só se apresenta para discutir a Convenção Coletiva do Trabalho, uma vez por ano, está devendo muito a seus associados. Concordam?
Você, empregador, tem feito investimentos em segurança? Tem remunerado e reconhecido talentos? Mais do que isso, tem treinado sua equipe na busca de novas tecnologias e inovação?
Essa reflexão nos empurra contra uma barreira a ser vencida. Nessa luta, só seremos vitoriosos se unidos, multiplicando nossas vontades. Precisamos modernizar nossas relações de trabalho. Precisamos ser competitivos em preço e tecnologia. Precisamos empreender com garra, com coragem e otimismo. Precisamos confiar e, para confiar, precisamos nos conhecer melhor e nos respeitarmos como parceiros.
Que este 1º de maio seja mais que um feriado. Que seja um dia de reflexão e de quebra de paradigmas. Vamos modernizar e inovar nossos velhos conceitos. Vamos discutir nossas relações.