Artigo originalmente publicado no jornal A Gazeta, na editoria de Opinião, no dia 29 de julho de 2019.
O passado e o futuro da indústria
A Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) comemora 56 anos nesta terça-feira (29). Criada nos anos 50, década marcada por avanços tecnológicos e econômicos, a entidade se mantém fiel ao propósito para o qual foi planejada: lutar pela defesa dos interesses da indústria, fortalecendo os sindicatos que a compõem e ajudando a promover o desenvolvimento do Espírito Santo.
Ao longo de todos esses anos, a Findes superou inúmeros desafios e participou ativamente de decisões que mudaram a história do Estado. Hoje, vivemos um novo ciclo de oportunidades e desafios, a exemplo do fim do Fundap, da disputa sobre os royalties e da estadualização do Funres – que será positiva para a indústria capixaba. Mais uma vez, a Federação das Indústrias tem se posicionado com firmeza e convicção.
Acreditamos que o desenvolvimento do Estado passa pela interiorização dos investimentos e das oportunidades. Até os anos 90, a indústria capixaba esteve muito concentrada na Grande Vitória e nos municípios mais próximos. Atualmente, no entanto, há setores produtivos relevantes em todas as regiões do Estado.
Embora a indústria capixaba seja muito dependente do comércio internacional, que vive um momento de baixo crescimento, o Espírito Santo é, proporcionalmente, o Estado mais industrializado do país e apresenta cenário positivo para os próximos anos, com a mudança de sua matriz industrial historicamente ligada às commodities. A chegada de indústrias de produção naval, automobilística, portuária, de linha branca, de motores e de móveis de aço, por exemplo, vem desenvolvendo novas cadeias produtivas no Estado.
Para aproveitar as oportunidades, precisaremos vencer velhos desafios. Um deles, a infraestrutura logística, é entrave para o crescimento da indústria nacional há décadas. É preciso melhorar portos, rodovias e aeroportos, a fim de minorar os pesados custos de nossa indústria. Devemos criar condições para que o crescimento capixaba não seja comprometido por gargalos há tanto tempo debatidos.
A Federação das Indústrias continuará lutando pelo desenvolvimento da indústria, seja no Espírito Santo, junto aos poderes constituídos e às entidades representativas, ou no Brasil, junto à Confederação Nacional da Indústria e ao Congresso Nacional. Em 56 anos, construímos uma bela história, que nos trouxe até aqui. Hoje, porém, é tempo de planejar aonde queremos e poderemos chegar.
Marcos Guerra é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo.