A economia e a indústria em tempos de pandemia foram temas de encontro empresarial

Com o objetivo de analisar e traçar novas rotas de estratégias para conter os impactos causados pela pandemia do COVID-19 na economia, a Associação dos Empresários da Serra (ASES) colocou em debate em formato digital, nesta quarta-feira (08), o impacto jurídico e ações estratégicas para a classe empresarial.

O presidente da Findes, Léo de Castro, e o especialista em direito empresarial, Sérgio Carlos de Souza, foram os convidados da vez.

Na abertura do evento, Sergio destacou que o principal impacto gerado pela crise do coronavírus será nas disputas judiciais. “O coronavírus pode causar estragos no caixa das empresas. Com o descumprimento de prazos, entregas e pagamentos, as empresas precisam ficar atentas às cláusulas dos contratos para evitar disputas judiciais, inclusive no âmbito internacional”, explicou de Souza.

Para Sergio, a negociação e a arbitragem podem amenizar os dados. “O coronavírus traz uma insegurança enorme e pode atrasar muito a recuperação da economia brasileira. O evento certamente levará ao descumprimento dos contratos, o mais indicado é que as empresas tentem uma renegociação para não ampliar ainda mais os prejuízos”, destacou.

Já o presidente da Findes, Leo de Castro, focou em como a pandemia impacta na economia e na saúde das empresas. “O ritmo de recuperação da economia já vinha lento antes mesmo da pandemia. De 2014 a 2016 passamos por uma grave recessão, que tentávamos retomar lentamente nos últimos três anos”, pontuou.

Os dados do Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes) são uma estimativa do PIB capixaba calculada pelo Ideies. O último dado oficial do IBGE é o de 2017, em que o Espírito Santo teve crescimento de 0,5%. Segundo o IAE-Findes, em 2018 o crescimento foi de 1,1%, enquanto em 2019 a economia capixaba teve retração de -2,0%. Isso mostra que, assim como o Brasil, o Espírito Santo vem em ritmo lento e oscilante nos últimos anos, sem forte retomada da atividade.

O presidente também destacou que segundo infográfico da Deloitte, o setor de alimentação (supermercados) terá grande impulso no curto prazo, o que tem a ver com aumento das compras para estocagem. Setores como varejo, restaurantes e lazer, viagens e hotelaria deverão ter forte impacto negativo no curto prazo, com melhora gradual à medida em que à pandemia vá sendo controlada.

Apesar do cenário negativo, segundo Leo, é preciso projetar um cenário otimista. “O Espírito Santo é um estado bem posicionado em diversos indicadores sociais, econômicos e de gestão pública, o que nos deixa em melhor condição para encarar uma crise desta magnitude”, destacou o presidente da Findes.

Frente a isso, o setor produtivo já tem liderado diversas iniciativas que apoiam o Governo nesse enfrentamento. “A indústria do Espírito Santo está mobilizada desde o primeiro momento para ajudar a sociedade capixaba e o governo estadual a enfrentar a crise do coronavírus. Para facilitar a ação que diversas empresas já vinham adotando e estimular a participação de outras, a Findes organizou o movimento #industriadobem. O movimento identifica as principais demandas do sistema público de saúde e estabelece a conexão com empresas, trabalhadores e a população, em geral, para que todos possam colaborar e atender a demanda”, explicou.

Confira mais detalhes na apresentação!

Por Cinthia Pimentel

 

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