Ampliação do mercado de trabalho, crescimento econômico, modernização das empresas. Estas foram algumas palavras de ordem que marcaram a primeira edição do evento Conexão com a Indústria, realizado pelo Cindes na última segunda-feira (20).
Com o tema Terceirização da Mão de Obra, o evento reuniu empresários, industriais e profissionais da área jurídica. Ao abrir o encontro, o vice-presidente da Findes, Gibson Reggiani, defendeu a terceirização como fator de modernização das empresas. “Nos países de primeiro mundo, como o Japão, por exemplo, a terceirização é adotada para deixar as empresas mais ágeis. Essa é uma questão imperativa para sermos mais competitivos e modernizarmos nossas indústrias”, disse.
O advogado trabalhista Alberto Nemer defendeu a medida como importante para a manutenção do capitalismo, para a evolução do mercado e para a garantia dos empregos dos brasileiros. Ele afirmou que o tema é bastante complexo e destacou a urgência em regulamentar a atividade. “Há um falso conceito sendo criado, que é a precarização do trabalho. Isso é uma inverdade, porque é algo natural para que o mercado evolua e deixemos de viver essa insegurança jurídica”, afirmou.
O juiz do trabalho Cassio Ariel Moro também se mostrou defensor da terceirização ao afirmar que hoje o Estado promete muito e dá quase nada em troca para o cidadão. “Hoje vivemos uma economia frágil e instável e o que garante emprego não é a lei, mas sim uma economia forte”, disse. Para o juiz, há um excesso de leis no país, o que acaba por criar uma falsa ideia de proteção. “Um conceito falso que o excesso de leis cria é o de que a terceirização ‘precariza’ o trabalho. O que causa precariedade é o ímpeto fraudulento, não a terceirização”, disse, ao lembrar que haverá garantias legais também para o trabalhador terceirizado.
O senador Ricardo Ferraço encerrou o evento e, depois de ouvir todas as considerações, propôs a criação de um grupo de trabalho para análise da lei, para que ele seja um interlocutor no Senado Federal.
O Conexão com a Indústria propõe a discussão e análise de temas cotidianos e relevantes para a indústria estadual, assim como para as demais classes empresariais, com o objetivo de promover a difusão, o esclarecimento, o conhecimento e a capacitação dos empresários capixabas.