De acordo com a mais recente Sondagem Industrial realizada pelo Ideies, a indústria capixaba ainda enfrenta dificuldades em sua recuperação
A mais recente Sondagem Industrial – pesquisa realizada mensalmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com as federações de indústrias em cada Estado mais o Distrito Federal, – revela um panorama de dificuldades para a indústria capixaba se recuperar. O estudo monitora a evolução da atividade industrial, da percepção do empresário e, consequentemente, da evolução futura da indústria, e é coordenado no Espírito Santo pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial (Ideies), por meio de sua Gerência de Economia Criativa. Os dados locais mostram que a maioria dos índices pesquisados está ainda abaixo da linha de 50 pontos – somente acima dessa linha o cenário passa a ser considerado positivo.
Em setembro de 2016, o indicador de evolução da produção industrial capixaba atingiu 45,6 pontos, afastando-se da marca divisória de 50 pontos. “O comportamento desse índice, que permanece abaixo dos 50 pontos desde novembro de 2014, mostra uma queda de 3,5 pontos na produção, revelando a dificuldade da indústria em manter uma tendência de recuperação”, explica o diretor-executivo do Ideies, Dória Porto. O indicador de evolução do número de empregados, embora seja superior ao do mês de agosto em 3,3 pontos, também se manteve abaixo dos 50 pontos, representando queda, mesmo que em menor intensidade do que no mês anterior.
Dificuldades e expectativas
De acordo com a Sondagem Industrial capixaba, no 3º trimestre de 2016, as três principais dificuldades assinaladas pelos empresários na condução de seus negócios foram as mesmas do trimestre anterior: elevada carga tributária (43,2%); demanda interna insuficiente (40,5%); e inadimplência dos clientes (31,1%). Em seguida, foram citadas: falta de capital de giro (25,7%); taxas de juros elevadas (24,3%): competição desleal (23,0%); falta ou alto custo da matéria-prima (21,6%); falta ou alto custo de energia (10,8%); demanda externa insuficiente (9,5%), entre outros itens.
As expectativas dos empresários industriais do Espírito Santo em relação aos indicadores que refletem o ambiente interno de suas empresas pioraram. Em outubro* de 2016, os quatro indicadores de expectativas pesquisados recuaram em relação ao mês anterior. Aliado a isso, os índices de compras de matérias-primas e número de empregados estão abaixo de 50 pontos (49,0 e 43,9 pontos, respectivamente). Os indicadores de expectativa de demanda e quantidade exportada, apesar de menores que os do mês passado, permanecem acima de 50 pontos.
*Os dados referentes às expectativas são do mês de outubro. Os demais dados são referentes a setembro
Segundo a análise do diretor executivo do Ideies, Dória Porto, a produção industrial capixaba – assim como a nacional – só deve começar a se recuperar a partir do 1º semestre de 2017. “Essa retomada deve ocorrer no 1º semestre, porém ainda se utilizando da capacidade de produção ociosa. Hoje o nível médio de utilização da capacidade instalada nas indústrias capixabas está no patamar de 62%, quando o ideal seria estar entre 80 e 85%. Já no 2º semestre de 2017 devem finalmente ocorrer o aumento de investimentos e, provavelmente, a contratação de mais empregados para sustentar o aumento da produção”, conclui Porto.
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Por Fabio Martins