Sondagem indica queda da atividade industrial

A indústria capixaba fechou os dados referentes a 2016, que mostram ritmo menor de crescimento do que o observado no início do ano. A percepção é dos empresários entrevistados pela Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) para a composição da Sondagem Industrial do mês de dezembro.

De acordo com o levantamento, todo o conjunto de indicadores antecedentes da atividade industrial registrou queda – nenhum deles ficou acima da linha divisória dos 50 pontos, o que mostra retração. O indicador de evolução da produção ficou em 41,9 pontos em dezembro, recuo de 6,3 pontos frente a novembro. Durante o ano, o índice oscilou abaixo dos 50 pontos, registrando 26 meses sem alcançar o patamar considerado satisfatório.

A perda de ritmo de crescimento se refletiu na diminuição de contratações no setor. O indicador de evolução do emprego industrial registrou 42,8 pontos, queda de 2,4 pontos na comparação mensal. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI), por sua vez, diminuiu 4% em dezembro de 2016 em relação ao mês anterior, posicionando-se em 60%.

A capacidade efetiva atingiu 37,0 pontos, ainda bem abaixo do usual considerado satisfatório pelas empresas, seguindo a trajetória reduzida da UCI (-3,5 pontos) em relação a novembro e revelando, assim, a ociosidade do parque industrial do Estado.

O mesmo aconteceu com o indicador de estoques e produtos, registrando que permaneceram em 47,1 pontos, abaixo do nível desejado pelos empresários. Ainda segundo a Sondagem, a elevada carga tributária (45,8%) foi a principal preocupação dos empresários do Espírito Santo durante todo o ano de 2016. Em segundo lugar no ranking de problemas enfrentados pelas empresas, aparece a demanda interna insuficiente (37,5%), seguida da inadimplência dos clientes (30,6%).

De acordo com o diretor-executivo do Ideies, Doria Porto, os três problemas refletem o ambiente da economia. “A indústria capixaba, assim como de todo o restante do país, está endividada. Os juros altos, a queda do consumo das famílias e a falta de pagamento dos clientes agravam a situação. Precisa haver financiamento para gerar capital de giro”, afirmou.

As perspectivas do empresário da indústria seguem a mesma projeção. Na comparação de dezembro com novembro de 2016, houve acréscimo apenas no indicador de expectativa de compra de matérias primas, posicionado em 49,9 pontos. A quantidade exportada, demanda por produtos e número de empregados mostraram queda, registrando 60,3 pontos, 49,8 pontos e 45,9 pontos, respectivamente.

Ainda de acordo com Doria Porto, a atividade industrial capixaba deve apresentar crescimento a partir apenas do segundo semestre de 2017. Acredito que este primeiro semestre ainda será de pouco crescimento e a recuperação se dará a partir do meio do ano, para se estabilizar em 2018”, disse.

A Sondagem Industrial é uma pesquisa de opinião realizada mensalmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com as federações estaduais de indústrias, visando a monitorar a evolução da atividade industrial. No Espírito Santo, a pesquisa é realizada pelo Sesi/Senai, por meio de sua Gerência Executiva de Economia Criativa, e do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies).

 
Por: Evelyn Trindade

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