11/05/2016 – Samarco depende de Minas para voltar a operar

Com o auditório do Sesc de Guarapari lotado, a Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa (Ales) debateu, na noite de terça-feira (3), em Guarapari, o retorno às atividades da Samarco, suspensas desde novembro passado, após rompimento de barragem e contaminação do Rio Doce por rejeitos de mineração. O diretor-presidente da companhia, Roberto de Carvalho, afirmou que o principal entrave para que a empresa volte a operar são as licenças ambientais que foram suspensas pelos órgãos ambientais de Minas Gerais.

“Desenvolvemos um processo de utilização de cavas, que são as minas em que não há mais extração de minério, deixando, assim, de utilizar a barragem danificada. A Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais ainda não liberou as licenças para que possamos voltar às operações”, destacou Carvalho. Ele falou que ainda é cedo para dar uma previsão, porém a Samarco tem a expectativa de retomar suas atividades ainda este ano.

O vice-presidente institucional da Findes em Anchieta e região, Fernando Schneider Kunsch, destacou a importância da volta às atividades da empresa para a retomada da economia local. “A mineradora precisa voltar a operar o quanto antes. Muitas indústrias da região são fornecedoras e estão demitindo e até fechando as portas. Inauguramos recentemente um novo Centro Integrado em Anchieta para atender à demanda local, que concentra uma das áreas industriais de maior relevância para a economia capixaba, e dependemos muito da Samarco, que até doou o terreno para a construção”, enfatizou.

Sobre o mar de lama que tomou conta da bacia do Rio Doce, Carvalho reafirmou o compromisso da empresa em recuperar toda a área atingida pelos rejeitos de mineração. “Não vamos medir esforços para que o Rio Doce fique melhor do que estava antes do acidente. Acreditamos na nossa força e sabemos que, operando, nós com certeza vamos cumprir o nosso acordo”, disse na audiência proposta pelo deputado Edson Magalhães (PSD).

O presidente da Assembleia Legislativa (Ales), Theodorico Ferraço (DEM), enfatizou a importância da empresa para o Estado e reafirmou o compromisso de contribuir para o retorno das operações. O secretário de Desenvolvimento do Estado, José Eduardo Faria de Azevedo, disse que o governo do Estado vai cobrar a homologação do acordo firmado em março entre o governo Federal, os governos de Minas Gerais e Espírito Santo e a Samarco.

Presidente da Comissão de Infraestrutura, o deputado Edson Magalhães (PSD cobrou da empresa a reparação dos danos causados às famílias e ao meio ambiente. No entanto, Magalhães mostrou-se preocupado com a possível tragédia social. “Estamos falando de duas tragédias. A tragédia ambiental de Mariana e a tragédia social causada pelas demissões em massa que representariam o não funcionamento da Samarco em Anchieta. Não podemos permitir que outras famílias sofram agora com o desemprego”, destacou.

Atividades suspensas

A mineradora teve suas atividades suspensas depois que a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais retirou as licenças por causa do rompimento da barragem de rejeitos de mineração de Fundão, que destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), e, em seguida, contaminou o Rio Doce, atingindo outras cidades mineiras e capixabas. A paralisação das atividades da Samarco resultou numa queda de R$ 9 milhões na arrecadação mensal do município de Anchieta, no sul do Estado, em 2016.

Com informações da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (Ales) e de Milan Salviato

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