Roberto Campos de Lima: conheça o novo diretor geral da Findes

Cris Samorini, presidente da Findes e Roberto Campos de Lima, diretor geral

O consultor Roberto Campos de Lima, sócio fundador da 3GEN Consultoria Empresarial, atua há 20 anos no setor e já atendeu a diversas organizações públicas e privadas, do Brasil, de outros países da América do Sul e Europa. Graduado em Propaganda e Marketing, MBA pela Fundação Armando Alvares Penteado & Anderson Schools of Management (University of New Mexico, USA) e certificado em Desenvolvimento de Lideranças pela Zenger Folkman, ele assume nesta segunda-feira (10) o cargo de Diretor Geral da Findes, dentro do novo modelo de governança da Federação. Nesta entrevista, ele fala um pouco sobre sua vida pessoal e profissional e seus planos para o futuro. Confira:

Quem é Roberto Campos de Lima?

Tenho 49 anos, casado, pai de dois filhos, Bruno e Tiago, de 25 e 12 anos. Sou triatleta amador, o que significa que acordo todos os dias antes das 5 da manhã para treinar natação, ou corrida, ou ciclismo. Todos os dias. São raros os dias em que não treino. Me faz bem para o corpo e a cabeça. Gosto muito de cinema também. Tenho certa ligação com artes visuais. Me agrada dedicar algum tempo a entender mais sobre arte.

No cinema, quem são seus diretores favoritos?

Stanley Kubrick, definitivamente. Mas não só ele, gosto de Woody Allen. Além disso, sou um fã incondicional de Star Wars. Na pintura, sou muito conectado com os artistas espanhóis, especialmente Miró e Picasso. Gosto muito deles, sem prejuízo de arte mais clássica. Já passei duas horas na frente da Guernica (quadro de Pablo Picasso sobre a Guerra Civil Espanhola), no museu Reina Sofia, olhando para a mesma obra, que é muito rica em detalhes. Gosto também de uma boa pizza e de um bom vinho.

Já experimentou a moqueca capixaba?

Já experimentei e adoro a moqueca capixaba. Já estive aqui no Espírito Santo em vários momentos profissionais, desde a época em que eu trabalhava com tecnologia da informação eu tinha contato com empresas aqui. Gosto muito de peixe e moqueca capixaba me agrada muito. E até onde eu sei, o resto é peixada (risos).

Fale um pouco sobre sua trajetória profissional.

Entrei na indústria de TI muito jovem, trabalhando em algumas grandes empresas. Cheguei a posições gerenciais, até que em 2000, numa empresa americana de tecnologia, eu fui o responsável por cuidar de uma operação de marketing, produtos e relacionamentos no Cone Sul e a empresa entrou no Chapter 11 nos Estados Unidos (processo de recuperação judicial) e por conta disso eu fui o responsável por apagar as luzes da empresa aqui no Brasil. Isso para mim foi uma escola muito grande, eu era muito jovem. Foi uma escola de negociação, de relacionamento, de como tratar as pessoas com cuidado. A partir daí eu tomei a decisão de mudar a minha trajetória profissional e usar a experiência que eu tinha acumulado e tentar uma jornada no mundo da consultoria. Nos últimos 20 anos eu trabalhei em consultoria de gestão, atendendo a diversas organizações públicas, privadas, do terceiro setor, do país inteiro e fora do país também, trabalhando com estratégia, com reestruturação organizacional, com desenvolvimento de lideranças nessas organizações, com governança. Nesses últimos 15 anos, atuei como empresário de consultoria, como sócio de uma consultoria chamada 3GEN.

3GEN é de “Terceira Geração” (em inglês Third Generation)?

Isso. Confesso que inicialmente pensávamos que ela iria atender médios clientes, mas o que nós fomos descobrindo é que havia uma lacuna importante no mercado, e a empresa cresceu em função disso. É uma empresa hoje com 5 sócios, que tem uma estrutura de atendimento em que nesses últimos 15 anos atuou com algumas grandes organizações.

Pessoalmente, tenho atuado de forma muito intensa na educação em todos os segmentos, desde trabalhos de reposicionamento em universidades, escolas privadas na educação básica regular, na educação profissional no Sistema S, bem como no nível de governo, fazendo a implementação de programas de educação integral em parceria com o Instituto Ayrton Senna. Sou também conselheiro em uma escola privada em Guarulhos/SP.

Você tem muita experiência no Sistema S?

Minha experiência no Sistema Indústria remonta a 20 anos atrás. Quando comecei com consultoria, um dos primeiros projetos em que atuei foi planejamento estratégico nacional para o Senai. A partir disso passei a atuar de maneira muito próxima do Sistema. Atuei em praticamente todas as Federações de Indústria do país, ou na própria Federação ou em algum dos negócios da Federação, como Sesi, Senai, IEL…

Você conhece bem o Sistema, então.

O Sistema é um ambiente complexo, único pela sua natureza, por seu modelo de sustentabilidade, mas também por sua natureza política. Então digo que nesses 20 anos eu sigo aprendendo todos os dias sobre o Sistema S. Mas nesses 20 anos certamente eu tive a oportunidade de conhecer um bocado de como funciona o Sistema e a sua natureza também me encanta. A possibilidade de transformar vidas, de impulsionar a competitividade da indústria no país todo é um objetivo muito nobre. Conheço muitos dos processos porque em muitos deles eu fui parte do desenho. Trabalhei, por exemplo, na construção do primeiro mapa estratégico da indústria brasileira. Trabalhei no planejamento estratégico nacional do Sesi, em todos os Departamentos Regionais. Trabalhei definindo posicionamento de áreas internacionais em Federações de Indústria. Isso trouxe um grande aprendizado sobre os desafios que esta casa tem.

E os planos para o futuro? Como você pretende desenvolver o seu trabalho aqui na Federação do Espírito Santo?

Sabe o que me atraiu para este trabalho aqui no Espírito Santo? Após todos esses anos de consultoria, voltar para o outro lado da mesa e ser executivo, sair da posição de empresário consultor para uma posição de liderança numa organização como esta, sob a orientação da presidente Samorini e de seus vice-presidentes? O que me atraiu foi o fato de que temos aqui um desafio não de fazer uma revolução, mas de imprimir um ritmo de evolução, porque já tivemos um presidente que trouxe grandes melhorias do ponto de vista prático, para o posicionamento estratégico da Findes e também para a sua gestão. Mas agora nós temos um novo estatuto, que estabelece um nível de profissionalismo muito maior.

E um novo modelo de governança…

Exato. Esse novo modelo traz as melhores práticas adotadas hoje no mercado em termos de governança: a existência de um Conselho de Administração, com conselheiros externos independentes, de um Comitê de Finanças, e a figura de um Diretor Geral como um facilitador desse processo de execução. Temos um alcance gigantesco do ponto de vista de matrículas, de empresas industriais e não industriais que são impactadas pelos nossos serviços. Nós, indústria, transformamos a vida das pessoas. Entendo a função de Diretor Geral como um facilitador do diálogo entre as diversas unidades e pessoas que compõem a FINDES e seus negócios, um indutor da consolidação desse processo de governança, atuando como promotor dos rituais de gestão e assegurando que tenhamos uma boa análise sobre onde vamos alocar nossos recursos, que são escassos. Um guardião dos nossos valores organizacionais,  assegurando que tenhamos um ambiente de trabalho diverso e que respeite as pessoas, com uma cultura organizacional que seja orientada para os resultados que nós buscamos. Penso, portanto, que a governança é dos pilares desse trabalho. Uma segunda questão, que me parece crítica para a gente considerar nessa jornada que vamos viver agora, é a integração plena de nossos negócios, de nossas entidades, para que a gente consiga, a partir disso, gerar mais impacto para a indústria, com uma estrutura ágil, enxuta, e que seja capaz de resolver o problema dos nossos clientes, a Indústria Capixaba e seus trabalhadores.

Você tem dito que somos todos vendedores.

Há esse aspecto que considero muito importante que é uma orientação absoluta ao cliente. Tenho uma crença em todas as organizações por onde passei de que todos nós somos vendedores. Em cada atitude que nós temos, ao atender uma família, um estudante que se matricula num curso técnico, um industrial, nós somos vendedores. É preciso apresentarmos uma atitude orientada à resolução dos problemas enfrentados pelos nossos clientes. Essa orientação ao cliente me parece crucial. É importante que todos tenhamos a humildade de entender que estamos aqui, a nossa razão de existir, é o cliente, é a Indústria. Isso significa também, nas relações internas, precisamos desenvolver uma visão clara de quem é o cliente, qual é a sua necessidade, como nós podemos atendê-lo de maneira ágil, de maneira efetiva, e que possamos, juntos, funcionando como um time, resolver os problemas que nós temos internamente, para que a gente consiga dar o melhor atendimento possível para a indústria, para o trabalhador da indústria, o atual e o futuro.

De uma maneira transversal, essa integração, governança e orientação ao cliente passam por uma questão central do programa de gestão da presidente Samorini, que é a transformação digital do Sistema. O Sistema precisa passar por um processo que agora, em função da pandemia se precipita, que é a necessidade de nós utilizarmos cada vez mais tecnologias de informação e de comunicação, que nos permitam fazer com que esses serviços cheguem à indústria, de maneira ágil, competitiva e com a maior cobertura possível. Nós temos quase 16 mil indústrias no Estado. O nosso olhar precisa ser: como nós chegaremos a essas quase 16 mil indústrias. Somos a federação de todas as indústrias do Espírito Santo. Nós existimos porque a indústria existe. Ninguém mais conhece tão bem a indústria como nós conhecemos, porque nós nascemos da indústria. E precisamos fazer valer esse nosso DNA.

Por André Hees

 

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