“A paralisação da Samarco afetará os resultados dos próximos seis meses”, aponta Marcos Guerra
A paralisação da mineradora Samarco foi um dos grandes causadores da queda de 11,1% na produção física capixaba em novembro de 2015 – na comparação direta com o mês de outubro. Os números revelados pelo IBGE nessa terça-feira (12) surpreenderam lideranças capixabas e reforçaram a importância da indústria – a segunda maior do Estado, de acordo com o Anuário IEL – para a economia do Espírito Santo.
Em entrevista aos principais veículos de comunicação do Estado, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, detalhou o ocorrido. “A atividade extrativa sofreu queda de 33% de outubro para novembro, puxando o desempenho da indústria capixaba. O setor extrativo, muito influenciado pela mineração, representa cerca de 80% da produção física industrial”, explicou. “A paralisação da Samarco afetará os resultados dos próximos seis meses”, apontou Guerra.
No acumulado de janeiro a novembro, o Espírito Santo continua com o melhor resultado do país, com crescimento de 6,6% — contra queda de 8,1% do país no mesmo período. O número, de acordo com o presidente, é consequência da ampliação de plantas industriais – P4P da Samarco e oitava Usina da Vale – e da reativação do Terceiro Alto-Forno da ArcelorMittal Tubarão. Em 2016, porém, Guerra não acredita que os números se mantenham em crescimento.
“A Samarco é a maior exportadora do Estado e a 11ª maior do país. Nosso Estado depende muito das commodities, que sofreram redução significativa de preço. Será um ano difícil, com poucos investimentos da iniciativa privada; um momento em que empregadores e trabalhadores deverão dialogar e atuar juntos para preservação dos empregos. A indústria se planejou para enfrentar mais um ano de desafios e evitar novas surpresas”, defendeu.
Uma das soluções para o fortalecimento da indústria capixaba é a diversificação da produção, segundo o presidente da Findes. “O Governo do Estado tem buscado atrair novos investimentos, trazendo uma indústria de maior conteúdo tecnológico e valor agregado para o Espírito Santo. Indústrias como Estaleiro Jurong, Marcopolo/Volare, Itatiaia, entre outras, movimentam uma nova cadeia produtiva e estimulam o surgimento de indústrias-satélites em seu entorno”.
Variação (%) |
||||
Novembro 2015/ |
Novembro 2015/ |
Acumulado |
||
Amazonas |
-2,1 |
-19,9 |
-15,8 |
|
Pará |
1,9 |
5,5 |
5,9 |
|
Região Nordeste |
-2,8 |
-6,9 |
-2,8 |
|
Ceará |
-4,5 |
-10,7 |
-9,4 |
|
Pernambuco |
3,5 |
-1,0 |
-3,1 |
|
Bahia |
-2,0 |
-13,3 |
-7,1 |
|
Minas Gerais |
-4,0 |
-12,0 |
-7,5 |
|
Espírito Santo |
-11,1 |
-19,8 |
6,6 |
|
Rio de Janeiro |
1,2 |
-10,1 |
-6,2 |
|
São Paulo |
-2,6 |
-13,3 |
-10,9 |
|
Paraná |
-1,3 |
-16,7 |
-9,2 |
|
Santa Catarina |
1,8 |
-4,8 |
-7,5 |
|
Rio Grande do Sul |
1,1 |
-13,0 |
-11,8 |
|
Mato Grosso |
– |
5,9 |
3,6 |
|
Goiás |
-0,9 |
-9,4 |
-2,5 |
|
Brasil |
-2,4 |
-12,4 |
-8,1 |