Dados sobre serviços de saneamento foram divulgados na última segunda-feira (11)
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou em 11 de janeiro um estudo inédito sobre os serviços de coleta, tratamento de esgoto e abastecimento de água no país, incluindo dados regionais. Intitulado Burocracia e Entraves no Setor de Saneamento, o estudo aponta que o Espírito Santo tem 80,9% do seu território com rede de água.
Os dados divulgados destacam também que o Brasil levará mais quatro décadas para atingir a meta do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) que previa a chegada desses serviços a todos os lares em 2033 (confira detalhes aqui).
Ainda de acordo com o estudo, o Espírito Santo tem 41,82% do território com coleta de esgoto, 32,36% em tratamento de esgoto e 34,39% em perdas de água. No país, a média de perda de água alcança 37%. Ou seja, mais de um terço da água distribuída pelas companhias de saneamento não chegam ao consumidor, por problemas como a falta de precisão de equipamentos, uso de aparelhos obsoletos, falta de manutenção e os chamados “gatos”.
Dados do Espírito Santo |
|
Rede de água |
80,90 |
Coleta de esgoto |
41,82 |
Tratamento de esgoto |
32,36 |
Perdas de água |
34,39 |
Dados nacionais
De acordo com os números mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o país conta hoje com 48,6% de coleta de esgoto. Mas há uma grande disparidade regional. Enquanto no Sudeste o índice é de 77,3%, no Norte chega a apenas 6,5%. O estudo demonstra que há uma clara correlação entre o atendimento dos serviços de saneamento e o desenvolvimento econômico regional – a coleta de esgoto está diretamente relacionada ao PIB industrial.
A perspectiva de atraso no cumprimento da meta se deve à baixa média histórica de investimentos no setor, de R$ 7,6 bilhões por ano, no período 2002-2012. Para universalizar os serviços em 2033, seria preciso elevar essa média para R$ 15,2 bilhões anuais. Nos últimos anos, mesmo diante da liberação de verbas por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), não houve aumento expressivo nos recursos destinados a obras de saneamento.
Para que sirva todos os lares do país com água tratada e coleta de esgoto, o Brasil precisa investir R$ 274,8 bilhões. O valor é o aporte necessário para atingir as metas de universalização traçadas para 2033 pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Para a CNI, solucionar o histórico déficit na infraestrutura de saneamento deve ser prioridade na agenda de desenvolvimento do Brasil.
*Com informações da Agência CNI de Notícias