Findes defende investimentos em infraestrutura em encontro sobre o futuro da economia capixaba

O Espírito Santo precisa investir em infraestrutura para poder alcançar um novo patamar de desenvolvimento. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias do Estado, Léo de Castro, em live promovida nesta segunda-feira (13) pelo escritório de advocacia Abreu Júdice, sobre o tema: “O futuro da economia capixaba”.

O presidente da Findes destacou inicialmente as vantagens competitivas do Espírito Santo: é o único Estado Nota A na avaliação do Tesouro Nacional (2018 e 2019); no ano passado teve a menor taxa de homicídios dos últimos 30 anos; é o 4º no ranking de eficiência dos Estados da Folha de São Paulo (DATAFOLHA), e é o único Estado com um indicador do ambiente de negócios  (IAN) para todos os municípios. O IAN, elaborado pelo Ideies, tem 39 indicadores sobre todos os 78 municípios do Espírito Santo.

O Estado, porém, tem graves gargalos na infraestrutura: “Minas Gerais escoa 35% da sua produção de bens manufaturados por Santos e apenas 15% pelo porto de Vitória. O Espírito Santo possui uma localização privilegiada, com uma distância de 1.200 km dos maiores centros de consumo do país. Seu desafio é transformar o custo logístico em um diferencial competitivo e não um empecilho para o crescimento sustentável. Os portos do Estado são altamente especializados, temos os melhores portos para celulose, siderurgia, mineração, mas precisamos de melhores portos para carga geral, para atender toda a atividade econômica. Precisamos desse avanço. Se quisermos mudar de patamar, temos que mudar estrutura essa estrutura”, observou Léo de Castro.

Também participaram do encontro Rodrigo Dessaune, CEO da ISH Tecnologia, Sidemar Acosta, presidente do Sindiex, e Rodrigo Júdice, advogado e juiz eleitoral do TRE-ES.

Em sua apresentação, falando sobre infraestrutura, o presidente da Findes destacou levantamento da CNI: 45,9% das principais estradas capixabas foram consideradas como regular, ruim ou péssima, sendo que 69,2% das principais estradas são extensões públicas e 28% são classificadas como “leito natural”, ou seja, estradas de chão.

Para ajudar a recuperação econômica do Estado, pensando no período pós-pandemia, a Findes apresentou ao governo estadual, em abril, um plano de retomada, que prevê mais de R$ 10 bilhões em investimentos, com capacidade de geração de 28 mil empregos.

O plano prevê priorização de obras do DER: algumas estão paralisadas, outras poderiam ser executadas em tempo mais curto. Na área portuária, a Findes defende a desestatização da CODESA, a liberação do calado do TVV e a renovação da concessão, o que trará mais de R$ 150 milhões de investimentos imediato, e o início das obras do Porto da Imetame, em Aracruz, e do Porto Central, em Presidente Kennedy.

No modal rodoviário, o plano de retomada propõe a concessão e duplicação da BR-262, atualmente com capacidade de tráfego saturada e alto índice de acidentes. Investimentos são da ordem de R$ 5,6 bilhões em custos operacionais e R$ 9,1 bilhões a serem aplicados ao longo da concessão.

Na duplicação da BR-101, é preciso resolver o licenciamento ambiental do trecho Norte, sob análise do Ibama. Esses investimentos podem chegar a R$ 100 milhões por ano, com atração de novos negócios para a região, gerando mais de 4.000 empregos.

Léo de Castro destacou ainda o potencial de investimentos proporcionado pelo novo marco do saneamento, já aprovado pelo Congresso, e a nova Lei do Gás, que está em tramitação e é considerada a bola da vez pelo governo federal.

“O gás no Brasil custa o dobro do preço da Europa, que não produz”, observou o presidente da Findes. No mercado internacional, o gás é comercializado a U$ 6.00 na Europa e a cerca de U$ 3.00 nos Estados Unidos, enquanto no Brasil fica na casa dos U$ 12.00/MBtu (medida que significa milhão de unidades térmicas britânicas).

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