04/10/2016 – Marcos Guerra participa de missão oficial da CNI ao Japão

O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, está entre os mais de 50 executivos brasileiros que integram a missão empresarial, que acontece em 04 e 05 de outubro

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, lidera a maior delegação de empresários para o Japão desde 2012, com mais de 50 executivos. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, participa da comitiva empresarial.

O setor produtivo brasileiro defende a reaproximação dos dois governos e a melhora do ambiente de negócios entre Brasil e Japão. Nos últimos cinco anos, o comércio entre os dois países caiu 45% e passou de US$ 17,4 bilhões em 2011 para US$ 9,7 bilhões em 2015. Mesmo assim, no ano passado, o Japão foi o 6º principal parceiro comercial do Brasil e ocupou a 6ª posição no estoque de investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.

“Temos muito interesse no Japão, que nos oferece oportunidades para ampliarmos nossas exportações, acessarmos tecnologia e atrairmos capital para investimentos em infraestrutura. Para isso, é importante o lançamento de negociações formais entre o Brasil e o Japão, para um acordo comercial e outro de investimento. Não há como discutir uma melhoria das relações comerciais entre nossos países sem avanço dessas negociações”, diz Robson Braga de Andrade.

Para Marcos Guerra, a reaproximação com o Japão é fundamental para estimular as exportações brasileiras e capixabas para o país. “O Japão é forte economicamente e atua nas principais cadeias globais de desenvolvimento. Precisamos buscar novos mercados. Buscamos uma negociação entre os dois países, um amplo acordo comercial, para alavancar exportação e importação de matérias-primas e produtos com valor agregado,” defendeu Guerra.

Uma pesquisa da CNI com 51 associações industriais mostrou que 83% das empresas apoiam a negociação de um amplo acordo comercial. O resultado surpreende, pois o Brasil praticamente só importa bens industrializados do Japão. Quando perguntadas, as empresas respondem que o acordo aumentará o acesso a mercado para as exportações de bens e serviços brasileiros e reduzirá o custo de importação de insumos. Entre os benefícios, o empresariado também destaca o compartilhamento de etapas de produção com empresas japonesas, aumento na participação nas cadeias globais de valor e a realização de investimentos no Japão.

“Se os demais integrantes do Mercosul não estiverem prontos para aderir, o Brasil poderá identificar opções pragmáticas para prosseguir com o início das negociações. Nossas consultas internas mostram que o empresariado não se opõe a um Mercosul mais flexível”, afirma Robson Braga de Andrade.

Acordos setoriais

Para a CNI, os dois governos devem negociar ainda um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI). A negociação desse acordo com o Japão é importante para se aumentar a segurança jurídica e negociar regras mais favoráveis para vender, comprar, investir e receber investimentos estrangeiros.

Também está na pauta dos empresários a negociação do Acordo para Compartilhamento de Exame de Patentes (PPH), para permitir a cooperação entre os escritórios de patentes dos dois países. No momento, o Brasil só tem um projeto-piloto desse tipo, com os Estados Unidos, limitado, pelo lado brasileiro, ao setor de petróleo e gás. Com o Japão, o PPH evitará a duplicação de esforços dos examinadores do Brasil e do Japão e contribuirá para estreitar a cooperação que existe entre o Japan Patent Office e o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. O escritório japonês de propriedade intelectual é um dos cinco maiores do mundo.

Barreiras não-tarifárias

O setor privado brasileiro defende ainda que o governo japonês aumente a mistura de 3% do etanol na gasolina para 10%, em um processo gradativo. Assim, segundo a CNI, o Japão poderá desenvolver a infraestrutura para armazenagem e distribuição do etanol e introduzir em sua matriz energética um combustível renovável, de baixo carbono e de baixo potencial poluidor. “Também é um passo para reduzirem a emissão de gases de efeito estufa”, afirma o presidente da CNI.

Investimentos

A missão brasileira também focará na atração de investimentos. Para fazer frente à China, o Japão criou uma nova agência, a JOIN (Japan Overseas Infrastructure Investment Corporation for Transport&Urban Development), com orçamento de mais de US$ 80 bilhões para financiar infraestrutura em outros países. No programa de concessões lançado pelo governo brasileiro, a Ferrogrão, ligando o Centro-Oeste ao Norte do Brasil, beneficiaria empresas japonesas como a Mitsui e a Mitsubishi.

Missão empresarial

A missão é estratégica. Os empresários participam da 19ª Reunião Conjunta do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, nos dias 4 e 5 de outubro, e a CNI, com sua congênere japonesa, Keidanren, prepararam a participação do setor privado durante a visita do presidente Michel Temer a Tóquio, nos dias 19 e 20 de outubro.

“O Japão é um dos principais parceiros estratégicos do Brasil, principalmente em temas relacionados à indústria e à inovação. Nesse sentido, é de extrema importância o diálogo entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do Brasil e o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão, bem como a aproximação de empresários brasileiros e japoneses na reunião organizada pela CNI e Keidanren. O Brasil vive um novo momento político propício a esses encontros e a essa aproximação entre os dois países”, diz o secretário-executivo do MDIC, Fernando Furlan, representante do governo brasileiro.

Com informações de Adriana Nicácio, enviada pela CNI para cobertura da missão

Conteúdos Relacionados

Leave a Reply

Conteúdos Recentes

16 de maio de 2024
Findes e Sesi ES anunciam investimento de R$ 34,2 milhões para Escola de Referência em Aracruz
15 de maio de 2024
Informe Estratégico – STF cassa decisão concedendo estabilidade a 50 dirigentes sindicais
14 de maio de 2024
Multinacional BW Energy busca fornecedores e profissionais no ES