A recessão econômica continuou afetando os investimentos da indústria nacional, com desdobramentos no Espírito Santo. O desemprego elevado, a retração na renda das famílias, o difícil acesso ao crédito e as taxas de juros elevadas fizeram com que a intenção de investimento dos empresários para 2017 se deteriorasse ainda mais. Essas são as constatações da pesquisa Investimentos na Indústria, realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies).
Apenas 66% das indústrias instaladas no Espírito Santo planejam investir em 2017, e 64% darão continuidade a projetos já em andamento. Como não há previsão de melhoria no cenário de dificuldades enfrentado pelo Estado, apenas 36% das empresas que pretendem investir buscarão novos projetos.
De acordo com o levantamento, 43% das indústrias direcionarão seus investimentos para o mercado interno e apenas 7% necessitam aumentar a capacidade de produção para atender à demanda prevista. A grande maioria (93%) afirma que a atual capacidade instalada é suficiente. Ainda segundo a pesquisa, a baixa necessidade de investimento na ampliação da capacidade produtiva em 2017 advém da elevada ociosidade do parque industrial.
Frente ao cenário de baixa produção, as empresas priorizam seus investimentos em inovação para aumentar a competitividade: 26% têm como principal objetivo inovações no processo produtivo em 2017 (23% em melhorias e 3% em introdução de novos processos) e 13% apontam o investimento em criação de novos produtos.
Dentre os principais motivos pelos quais as empresas não pretendem investir em 2017, estão: a incerteza econômica, assinalada por 68% dos entrevistados; a seguir, ambos com 52%, foram citados a ociosidade elevada e a reavaliação da demanda. Já o custo do crédito/ financiamento; as dificuldades com a burocracia; e a dificuldade na obtenção de crédito/ financiamento foram registrados por 28% dos entrevistados.
O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, acredita que no segundo semestre poderá haver uma recuperação gradual da economia. “Sabemos que o ano de 2017 será difícil para a indústria capixaba, mas o setor enxugou gastos e está mais preparado para as intempéries. É natural que, neste momento, os industriais não planejem novos investimentos, mas acredito que o segundo semestre será de recuperação gradual” afirma.
Por Evelyn Trindade