Findes pede união e mais crédito para as empresas em webinar da Apex

Nomes de peso e de diferentes segmentos participaram nesta quinta, 16/4, da reunião online promovida pela Apex Investimentos sobre “A visão das instituições capixabas para a economia após o coronavírus”. Reunidos em uma conversa com muitas informações, dados e análises realistas, participaram o presidente da Findes, Léo de Castro, o diretor executivo da GV Bus, Murilo Andrade, o presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri e o presidente do Centrorochas, Fred Robinson tendo como mediador o “head” da Apex Investimentos, Pedro Chieppe.

A pergunta inicial foi como cada um analisa o cenário atual e como cada instituição no qual fazem parte podem ajudar a minimizar os efeitos da pandemia causada pelo coronavírus. O mediador da live, Pedro Chieppe, em sua apresentação começou dando o tom do “evento” online. Para ele, a organização e a agilidade de institutos privados são peças fundamentais para uma rápida retomada econômica mesmo sem a previsão de quando será.

Chieppe, ao iniciar as perguntas para o Léo de Castro, fala em Cisne Negro, expressão do mercado financeiro para designar um fenômeno raro. Léo concordou que é um Cisne Negro, evento raro e imprevisível, e avalia: “Vai piorar antes de melhorar. Por isso é importante a ação dos governos federal, estadual e municipais. Acreditamos na economia liberal. Mas a atuação do Estado em momentos como este é fundamental. Assim como o paciente vítima do Covid-19 precisa de oxigênio, as empresas também precisam de oxigênio para sobreviver. E esse oxigênio é o crédito, a postergação de impostos, a possibilidade de suspensão de contratos de trabalho. Precisamos também estar atentos às medidas de segurança, aos protocolos, para que a gente possa retomar as atividades com segurança. Porque alguns países retomaram e tiveram que recuar. E pagaram o preço por isso”.

O presidente da Findes foi enfático na cobrança de agilidade e frisou também pontos essenciais para cuidar do agora. “Nós, da federação, estamos em um árduo trabalho para levar soluções imediatas como o acesso ao crédito, a postergação de impostos, a suspensão de contratos de trabalho e também informações precisas para que o empresário possa respirar nesta fase extremamente difícil. Para isso, apresentamos pleitos fundamentais ao poder público e estamos buscando parcerias com mais prefeituras para a prorrogação e parcelamento de impostos entre outras providências. Sem a parceria com o Governo do Estado, não há como caminhar. Precisamos, na verdade, estarmos unidos com todos os setores da sociedade porque a crise, infelizmente, está apenas começando. A pandemia já pegou a economia brasileira enfraquecida e agora vamos precisar de vários anos para nos reerguermos. Especialistas mostram que daqui a 20 ou 30 dias ainda teremos o pico da doença no Brasil, então, ainda nos resta um tempo de estagnação e depressão de vários setores inclusive do PIB que deve fechar o ano com retração de -5,3%. Precisamos nos organizar para sobreviver a Abril e Maio”, alerta do presidente da Findes, Léo de Castro.

O presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri confirmou a fala do presidente da Findes reafirmando a visão realista necessária para o momento e lembrando que nenhum outro setor está sendo tão afetado negativamente pela pandemia quanto o comércio. “Que momento terrível estamos passando e o pior: sem previsão correta de quando vai acabar. De 19 de março até hoje o comércio capixaba já perdeu R$ 1,5 bilhão de reais. Somos o segmento mais afetado. Tudo o que se produz, passa pelo setor comercial. Em nível Brasil, este prejuízo chega a R$ 55 bilhões quando contamos os 10 maiores estados. É uma das piores crises que já passamos em todos os tempos. Precisamos colocar em prática as medidas urgentes de recuperação e ao mesmo tempo queremos também nos proteger do vírus. É um transtorno sem tamanho, mas acredito que com união de esforços podemos, quem sabe, amenizar as perdas, muitas vezes, irreparáveis que os empreendedores terão”, avalia Sepulcri.

O diretor executivo da GV Bus, Murilo Andrade, também foi realista em sua apresentação e salientou que o setor de transporte também foi e está sendo muito afetado pela quarentena. “Tivemos uma queda de 70% na demanda por passagens e esperamos uma crise aguda no setor. Desde 2013 estamos acompanhando uma perda na competitividade de 22% e agora, então, a situação ficou ainda mais crítica. Além de tudo estamos tentando sustentar a mão de obra dos nossos trabalhadores sem ter que realizar demissões. Está difícil equalizar essa conta”, afirma Andrade.


O setor de rochas também está sentindo o baque da pandemia por ser diretamente ligado às demandas do mercado americano que corresponde a 70% dos produtos. “O comércio exterior de rochas ornamentais para os EUA está parado e acreditamos em um abalo ainda maior nos meses de abril e maio, com queda de 50% no faturamento. O nosso setor praticamente depende do mercado americano. Acreditamos que a China deve entrar em uma retomada nos próximos meses, mas a Itália, não. A Itália deve dar uma parada na movimentação dos blocos. Após o mês de maio poderemos, quem sabe, ter uma noção melhor do cenário mundial para, enfim, poder fazer uma previsão de como o setor poderá retomar as suas atividades”, pondera o presidente do Centrorochas, Fred Robinson.

“Estamos concentrados na retomada do crescimento por meio do esforço coletivo. Nós, da Findes, acreditamos na transformação dos hábitos, nas parceiras com o poder público e com todos os setores, e frisamos a nossa campanha pela valorização dos produtos feitos no Estado e pelo movimento “Indústria do Bem” que identifica as principais demandas do sistema público de saúde e faz conexões com empresas, trabalhadores e população em geral para que todos possam colaborar e atender as demandas mais urgentes. Os recursos são todos colocados à disposição do Governo do Estado, que conhece as necessidades da rede pública de saúde e faz a alocação das contribuições de acordo com as carências. Juntos, o setor produtivo, instituições de ensino e setor público podem fazer muito mais, em benefício da sociedade”, finalizou o presidente da Findes, Léo de Castro, que mencionou a landing page, a página especial da Findes com uma central de apoio às empresas, com boas práticas, orientações, protocolos de segurança e informes que ajudam as empresas neste momento difícil.

Por Carol Veiga
Fotos: Carol Veiga

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