26/10/2016 – Festival de Ópera deixa gosto de “quero mais”

Com casa cheia todos os dias, o 1° Festival Sesi de Ópera encantou o público capixaba e abriu novas possibilidades de atuação dos artistas do Estado

O 1° Festival Sesi de Ópera chega ao fim com um grande sentimento de contentamento e de realização por parte de quem produziu e de deleite para os que assistiram. Durante o mês de outubro, foram encenadas as peças Bastien und Bastienne (Bastião e Bastiana), La serva padrona (A criada patroa) e Der Schauspieldirektor (O empresário teatral), em ciclos de três apresentações cada.

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1° Festival Sesi de Ópera acontece em outubro

Um dos espectadores foi Vitor Humberto Salviato Biasutti, diretor administrativo escolar. Ele relata que, quando ficou sabendo que haveria o festival, teve plena certeza de que seria uma experiência singular. “Não tive dúvidas em chamar toda a minha família e meus amigos para irmos. Fomos em um grupo de 10 pessoas assistir à primeira encenação [Bastien und Bastienne]. Nossa! Não me lembro da última vez que havia visto uma peça tão divertida na minha vida. Gostei tanto que fiquei esperando para conhecer e conversar com os atores e os cantores”, revelou.

Para o teatro do Sesi-ES adequar-se às peças, a orquestra Camerata Sesi-ES conduziu a parte musical da ópera bem ao lado da plateia. Na imagem o espetáculo “La serva padrona”

Já a “fã de carteirinha” da Camerata Sesi-ES, a senhora Elizete Menier, relatou que era uma questão de tempo para a orquestra trilhar novos desafios. “Participei de todas as apresentações do festival. Foi lindo demais. Também acompanho a temporada regular e já havia percebido que a qualidade e a maturidade dos músicos e do maestro estavam compatíveis com outros projetos, como este de ópera. Fora o figurino, a maquiagem, o cenário e tudo o mais que envolveu essa atmosfera. Foi inacreditável! Logicamente, estou na expectativa para a segunda edição. Espero que seja logo, logo”, brincou.

O 1° Festival Sesi de Ópera atende à missão do Serviço Social da Indústria (Sesi), que é de promover a qualidade de vida do trabalhador e de seus dependentes, com foco em educação, saúde e lazer, além de estimular a gestão socialmente responsável da empresa industrial. Sempre atenta a esse princípio, a entidade inaugurará, no primeiro semestre do ano que vem, o Espaço Sesi Arte e Cultura. A área será instalada no térreo do Edifício Findes, na Avenida Nossa Senhora da Penha (Reta da Penha), em Vitória, e foi projetada para ser um espaço multifuncional, com iluminação e acessibilidade adequadas, capaz de receber as mais diversas ações culturais, manifestações artísticas e eventos nacionais e internacionais.

 Cena de “Bastien und Bastienne”

 1° Festival Sesi de Ópera foi…

“Foi uma das melhores coisas que já aconteceu na minha vida. Foi a realização de um sonho e foi impressionante como a qualidade foi suprema. Com um orçamento restrito, fizemos uma coisa fora do comum, uma coisa que deu muito certo. Houve uma energia positiva da equipe toda em prol do Festival, da cultura. Os atores, os cantores, os produtores… Tudo! E ficou muito bonito, muito lindo, muito bacana. A música fluindo, aprendizados coletivos, pessoas se conhecendo cada vez melhor. Não tenho palavras para agradecer aos meus gestores.”

Maestro Leonardo David – Orquestra Camerata Sesi-ES

 

Francisco Mayrink – diretor artístico e cênico

 “Deixo aqui registrado o meu prazer em participar do 1° Festival Sesi de Ópera, principalmente pelo seu caráter de valorização do artista capixaba. Pela oportunidade de sua capacitação, ficando assim com plenas condições de concorrer e conquistar o mercado nacional. Nada do que aconteceu nesta primeira edição do festival teria sido possível sem o inestimável apoio do Divisão de Cultura do Sesi, que acreditou nas “loucuras” do criador desse projeto, o maestro Leonardo David, jovem mas experiente músico, líder da Camerata Sesi e grande apaixonado pela ópera e pela formação cultural da população. Este “acreditar” foi de suma importância para que a Findes também acreditasse e abraçasse o grande sucesso que foi e espero que continue sendo o Festival Sesi de Ópera. Estou muito feliz.”

 

“O 1° Festival Sesi de Ópera representou muito mais que uma experiência artística para minha carreira, pois tive uma grande alegria em participar das três montagens, em que pude dar vida a três personagens distintos: Mago Colas, Uberto e Buff. Esse desafio mostrou o quanto posso ser versátil, capaz de me reinventar e de me fortalecer para atender uma demanda bastante pesada de ensaios musicais e cênicos, muitas vezes, ensaiando as três óperas no mesmo dia. Finalizei esse festival me sentindo mais completo e a certeza disso veio a partir do reconhecimento dos colegas de palco, dos músicos da orquestra, do maestro e, principalmente, do público, que marcou presença nas três óperas. Quero parabenizar o Sesi por essa iniciativa cultural, possibilitando ao público capixaba o acesso à música erudita, de uma forma divertida.”

 

Alessandro Santana (baixo/barítono) – O ‘Colas’ na ópera “Bastien und Bastienne”; o ‘Uberto’ na ópera “La serva padrona”; o ‘Buff’ na ópera “Der Schauspieldirektor” 

 

 

Deivisson Carlos Pereira (Tenor)O ‘Herr Eiller’ na ópera “Der Schauspieldirektor”

 

“Participar do 1° Festival Sesi de Ópera foi um divisor de águas para mim, como pessoa e como artista. Foi a minha primeira experiência cantando uma ópera. Se não bastasse isso, atuei no papel principal de um espetáculo feito por Mozart! Foi extremamente gratificante e importante para o meu crescimento! Não existem palavras para o que sinto.”

“Ter um festival de ópera em Vitória é uma coisa incrível para nós e foi uma honra muito grande participar. O festival representa para mim a vitória do artista capixaba, um ganho de espaço de atuação e, sem dúvida, um marco na história da música no Estado. Acredito que ter a casa cheia em todas as apresentações, com o público pagando um valor de ingresso que não está acostumado a pagar por um tipo de espetáculo que não está acostumado a ver, mostra que a ópera está muito mais acessível e próxima das pessoas do que pensamos. Também mostra que nós temos condições de fazer arte de qualidade. Fiquei muito feliz por ter participado e espero, de coração, que o projeto cresça e não perca essa essência de acolher e valorizar o artista capixaba.”

Isabella Luchi (soprano) – A ‘Bastienne’ na ópera “Bastien und Bastienne”

 

 

Júnior Rocha (ator) – O ‘empresário’ na ópera “Der Schauspieldirektor”

 

“Foi um presente ver duas modalidades artísticas se unirem (teatro e música clássica) dando vida a obras tão inspiradoras. Atuar na ópera incutiu em mim a responsabilidade que nós, artistas, temos em formar plateias, mobilizar as pessoas a consumirem arte e experimentaram as mais diversas sensações e emoções vivenciadas em um palco. É a arte imitando a vida, revelando aos expectadores o seu potencial transformador. Um festival que irá marcar para sempre a minha vida!”

“Logo que recebi o convite, eu não percebi o peso e a importância do meu personagem. Mas, de acordo com a progressão dos ensaios, fui confiando no diretor Mayrink e tive certeza que o papel, apesar de não ter fala, era estratégico para o enredo e muito importante para o meu início de carreira profissional como ator. O festival foi uma grande chance para minha carreira e estou muito feliz de ter participado. Atores e produção maravilhosa, com direção geral do diretor Francisco Mayrink, que passou muita experiência. Para mim, o festival foi muito mais que pudesse imaginar, foi uma oportunidade de carreira para o futuro. Estou muito satisfeito e feliz a oportunidade de ter sido parte do elenco.”

Luan Reis (ator) – O ‘criado mudo’ na ópera “Der Schauspieldirektor”

 

 

Marcelo Ferreira (ator e diretor) – O ‘Vespone’ na ópera “La serva padrona”

 

“O festival abriu um novo mercado de trabalho para os artistas no Espírito Santo. Essa foi sua maior contribuição. Os espetáculos também deram projeção e visibilidade a esses artistas, fora o grande auxílio na formação específica de público para a atração ‘ópera’. Bravo, Sesi!”

“Estar no palco sempre gera um exercício, um novo idioma, um novo personagem, novas melodias. Esse exercício impreterivelmente tem um impacto sobre aqueles que são agentes desse processo – no caso, nós, cantores. Participar do festival de ópera proporcionou um acréscimo substancial à minha carreira e me deu a oportunidade de exercer a minha arte. Poder viver esse momento sublime foi um marco no meu processo de desenvolvimento enquanto artista.”

 

Maristela Araújo (soprano) – A ‘Serpina’ na ópera “La serva padrona”

 

 

 

Patrícia Eugênio (soprano) – A ‘Madame Herz’ na ópera “Der Schauspieldirektor”

 

“O festival de ópera do Sesi representa mais do que uma simples abertura de mercado para o cantor lírico. Representa a valorização de toda uma rede de trabalho artístico local. Privilegiar os artistas capixabas e oferecer-lhes a oportunidade de mostrarem seu trabalho de forma plena fez com que mostrássemos nossa capacidade de produzir e construir um espetáculo com excelência. Permitiu-nos mostrar o nosso desenvolvimento, fruto de anos de estudos. Porque artista se desenvolve no palco. Artista precisa do palco para ser [artista].”

“A montagem de um espetáculo operístico envolve uma gama de fatores que podem ser considerados verdadeiros desafios para todos os envolvidos. Para a plateia, nem sempre é natural imaginar os percursos trilhados para que o espetáculo chegasse ao ponto de se realizar no palco. São cantores, instrumentistas, regentes, preparadores vocais e corporais, diretores, cenógrafos, iluminadores, sonoplastas, estilistas, maquiadores, entre tantos outros profissionais que se unem em torno de um ideal comum: a montagem de uma ópera. O 1° Festival de Ópera do Sesi vem consolidar essa excelência da música praticada no Estado do Espírito Santo. Um festival produzido e encenado por artísticas capixabas, com a participação do mineiro Francisco Mayrink, que trouxe uma contribuição inigualável. Participar dos espetáculos foi enriquecedor e muito construtivo para mim enquanto cantor… O aprendizado, a troca de experiências, o estar em cena, traz para cada um dos envolvidos emoções inexplicáveis.”

Renato Gonçalves (tenor) – O ‘Bastien’ na ópera “Bastien und Bastienne”

 

Rosiane Queiroz (soprano) – A ‘Mademoiselle Silberklang’ na ópera “Der Schauspieldirektor”

 

“O 1º Festival de Ópera do Sesi proporcionou a mim um crescimento artístico sensacional. Jamais imaginei estar trabalhando em uma produção operística deste nível aos 22 anos. Senti que meu trabalho foi reconhecido e vejo o projeto como uma oportunidade maravilhosa para jovens cantores líricos do Estado. Parabenizo os organizadores desse projeto e os incentivos a continuarem no investimento em artistas capixabas, pois temos pessoas talentosíssimas que podem mostrar que o Espírito Santo também faz ópera. Bravo!”

“A responsabilidade de assinar a identidade visual de um festival é bem grande, mas senti a confiança depositada e liberdade de criação dadas pelo maestro Leonardo David e pelo diretor Francisco Mairynk para que eu executasse o meu trabalho da melhor forma possível. Fechamos um ciclo com a sensação de dever cumprido e com sucesso!”

 

David Scardua – responsável, juntamente com sua equipe, pela caracterização das personagens

 

Hilquias Scardua – responsável pelos cenários

 

 

“O 1° Festival Sesi de Ópera não foi só uma oportunidade para mim. Acredito, como cenógrafo atuante nessa área, que o festival abriu novas portas para todos os artistas que trabalham nessa vertente artística, que não é tão explorada no nosso Estado, é quase rara, porque tem poucas atividades anuais. O evento possibilitou o experimento e um estreitamento com novos profissionais, além de ter nos permitido conhecer talentos que temos aqui no nosso Estado. Acredito no festival como algo promissor. Já estou esperançoso para o ano que vem, acredito que dará tudo certo. Espero participar também.”

 

Musicistas da Orquestra Camerata Sesi-ES

 

“Participar do festival de ópera primeiramente foi um desafio para nós da Camerata, porque o festival foi encaixado já em uma programação preparada para o ano inteiro e nós viemos de programas puxados, programas difíceis, como os de música de câmara e do ciclo Mozart. Nós chegamos ao festival com pouco tempo para preparação, por isso nosso nível de dedicação foi ao limite! Precisamos de muita garra. Vencemos a etapa de preparar a parte musical. Em seguida, a de juntar músicos com cantores, atores e espaço físico. ‘Apanhamos’ um pouco no início, mas depois correu tudo bem. Só tivemos a dimensão real de tudo o que estava acontecendo na primeira apresentação. Como foi diferente, como o público recebeu bem esse estilo novo de espetáculo! Foi incrível! Temos certeza de que o público quer mais edições do festival e trabalharemos com o mesmo amor e afinco que trabalhamos nesse.”

Gabriela Queiroz – spalla

 

 

Thamyris Nascimento Finco – violino 1

“Esse festival foi uma mistura de trabalho duro e muita diversão. Foi um prazer enorme estar ali. Ópera requer doses extras de atenção e concentração, coisas que necessito muito exercitar, e sinto que cresci. Sinceramente, acho que será difícil esquecer esses dias! Foi tudo muito especial!”

 

Por Fernanda Neves com imagem de divulgação e do fotógrafo Rodrigo Lanari

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