Economia capixaba cresce 8,1% em 2021 e Indústria é destaque 

Indústria de alimentos cresceu 5,6% em 2021| Foto: Villoni Alimentos/Divulgação

O Espírito Santo cresceu mais do que o Brasil (4,6%) no ano passado. O resultado foi melhor do que o nacional em todos os setores analisados 

Depois de um ano marcado pela pandemia e pela retração econômica (2020), 2021 foi de crescimento para o Espírito Santo. De acordo com Indicador de Atividade Econômica (IAE) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), o avanço foi de 8,1% no ano passado, na comparação com o ano anterior. O índice positivo, que superou o resultado nacional no ano (4,6%), deve-se principalmente ao desempenho do setor de serviços (9,2%) e da Indústria (6,2%).

“A Indústria capixaba teve um importante papel na geração de riquezas no Espírito Santo em 2021. Ela é o segundo maior setor da economia estadual e corresponde por 22% do PIB do Estado. O resultado positivo que tivemos no ano passado representa todo o esforço e dedicação do segmento para superar os desafios que chegaram com o coronavírus”, comenta a presidente da Findes, Cris Samorini.  

A industrial lembra que o ano de 2021 foi caracterizado pela reabertura e retomada das atividades econômicas no Estado, no país e no mundo, após as restrições provocadas pelo primeiro ano de pandemia (2020).  

“A evolução da pandemia em 2021 ocorreu no início da vacinação contra a Covid-19, seguido pelo aumento de casos e ocupações de leitos de UTI no Brasil e no Espírito Santo, entre meados de março e abril, mas com uma significativa mudança a partir de então. Com o avanço da imunização da população e a melhora no quadro epidemiológico, que teve início no final do segundo trimestre do ano passado, o Estado e o país passaram a flexibilizar as medidas restritivas contra a doença, viabilizando a retomada mais segura das atividades, sobretudo aquelas que requerem maior interação física, como o setor de serviços”, analisa.  

A gerente-executiva do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies/Findes) e economista-chefe da Findes, Marília Silva, explica que alguns desafios econômicos se impuseram durante o ano, como o descompasso entre as cadeias globais de suprimentos, o surgimento de novas variantes (tal como a Ômicron), o aumento global dos preços (puxado pela crise mundial energética e aumento dos preços das commodities) e, em especial no contexto local, a crise hídrica e a redução do poder de compra das famílias brasileiras. 

Foi neste cenário que a atividade econômica do Espírito Santo registrou aumento de 8,1% em 2021 em relação a 2020. Com a exceção da agricultura, que recuou 0,8%, os demais setores registraram altas, sendo de 6,2% para a Indústria e de 9,2% para o setor de serviços.  

Todas essas variações positivas foram superiores às observadas a nível nacional. Para o Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o PIB de 2021 registrou aumento de 4,6%, impulsionado pelos crescimentos de 4,5% na Indústria e 4,7% nos serviços, ao passo que a agropecuária variou -0,2%. 

Economia do ES ultrapassa nível pré-pandemia 

A economista-chefe da Findes ressalta que, ainda que a base de comparação seja deprimida, dado que a economia capixaba recuou 4,5% em 2020 – em função dos impactos adversos do primeiro ano de pandemia – muitas atividades conseguiram reverter o quadro de perdas em 2021 e, ao final do ano, posicionaram-se acima do nível pré-pandemia (quarto trimestre de 2019). Com isso, o Estado está 5,4% acima do nível pré-pandemia, enquanto o país apenas 0,5%. 

Entre as atividades que se destacam estão: a Indústria de transformação (16,3%), a construção (12,6%) e o comércio (18,6%), que superaram o nível do quarto trimestre de 2019. 

“Especificamente sobre a Indústria de transformação, todas as atividades pesquisadas registraram avanços em 2021, motivadas pela retomada de demanda interna e externa ao estado. O destaque ficou por conta das atividades de celulose e papel e de fabricação de produtos alimentícios que, além de crescerem 13,9% e 5,6%, respectivamente, em 2021, também cresceram em 2020 (21,5% e 2,8%, nesta ordem), ano em que a maioria das atividades econômicas apresentou resultado negativo”, explica Marília. 

Por sua vez, as duas atividades que compõem o setor da Indústria extrativa capixaba apresentaram queda, sendo a mais expressiva do setor de petróleo e gás (-19,3%), que acumula seis anos consecutivos de retração. A pelotização e outras atividades contraíram 10,7% e totalizaram o terceiro recuo anual. 

Resultado trimestral – quarto trimestre de 2021 contra terceiro trimestre de 2021 

No último trimestre de 2021, a atividade econômica do Espírito Santo ficou relativamente estável em relação ao terceiro trimestre de 2021, ao variar +0,2%. Os avanços nos serviços (1,5%) e na agropecuária (7,1%) contrabalancearam a queda de 4,8% na Indústria.  

 Resultado interanual – 4º trimestre de 2021 contra 4º trimestre de 2020 

Diferentemente do segundo e do terceiro trimestre, em que a análise comparativa se dava em cima de bases contraídas, no quarto trimestre de 2021 a comparação ocorre frente a um período de recuperação. O quarto trimestre de 2020 foi caracterizado pela retomada de muitas atividades econômicas. Neste contexto, a economia capixaba apresentou aumento de 4,1% nesta análise interanual, impulsionada pelo setor de serviços, que cresceu 7,7%. Por sua vez, a Indústria e a agropecuária contraíram 4,8% e 2,0%, respectivamente. 

 Assista a coletiva completa 

 

SOBRE OS DADOS 

IAE-Findes 

O Indicador de Atividade Econômica do Espírito Santo – IAE-Findes é uma estimativa trimestral, com abertura setorial, da evolução do PIB capixaba. O IAE-Findes busca reproduzir os cálculos sobre a atividade econômica do estado a partir das metodologias do IBGE para o PIB oficial do estado.  

Por que um indicador de atividade econômica para o ES? 

O IAE-Findes é um indicador que permite mensurar a atividade econômica capixaba trimestralmente, com abertura setorial enquanto ainda não estão disponíveis as informações anuais do Sistema de Contas Regionais (SCR) do IBGE, que apresentam defasagem de 2 anos. 

 

Por Siumara Gonçalves, com informações do Ideies/Findes 

 

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