Coronavírus: Findes defende campanhas para orientar a população e aponta falhas no acesso ao crédito

Presidentes de Sindicatos associados à Federação das Indústrias do Espírito Santo, reunidos em encontro online nesta quinta-feira (04), manifestaram preocupação com duas questões sobre o enfrentamento da pandemia de coronavírus. A primeira questão é a necessidade de campanhas informativas por parte do poder público, para alertar a população sobre os riscos da doença. A segunda é a dificuldade de acesso ao crédito, que persiste, apesar das solicitações já encaminhadas pela Findes e CNI aos governos federal e estadual e às instituições financeiras.

O que está em jogo é a preservação da vida e dos empregos, observaram as lideranças industriais. “Temos conversado com o governo estadual sobre a necessidade de orientar melhor a população. As prefeituras também precisam evoluir nessa comunicação”, disse o presidente da Findes, Léo de Castro.

“Vivemos uma tragédia sanitária. Só ontem (quarta-feira, dia 3) morreram 1,3 mil pessoas no Brasil. A gente passa na orla e vê as pessoas jogando vôlei na praia. A população precisa ser alertada sobre os riscos”, afirmou Emílio Barbosa, presidente da Action, Associação Capixaba de Tecnologia (antigo Sindinfo, sindicato das empresas de informática).

João Depizzol, vice-presidente regional da Findes para a região de Aracruz, observou: “Quem precisa sair para trabalhar, utiliza máscara e segue os devidos protocolos. Mas o que a gente percebe é muita gente que não produz, que não está trabalhando, vai para a rua ou para a praia normalmente”.

“As prefeituras precisam investir em comunicação, nem que seja um carro de som circulando pelos bairros”, afirma o vice-presidente da Findes José Carlos Zanotelli, presidente do Conselho de Desenvolvimento Regional (Conder).

Lideranças empresarias avaliam que o poder público receia o desgaste por investir em campanhas publicitárias no meio da crise, mas sustentam que um eventual desgaste deve ser enfrentado, para orientar a população sobre protocolos básicos de segurança como uso de máscaras e o devido distanciamento social.

Nesta semana, o presidente da Findes divulgou mensagem por vídeo aos conselheiros e presidentes de sindicatos da Federação, recomendando que as empresas operem como verdadeiros centros de disseminação de boas práticas.

“Esse é um desafio que deve ser enfrentado por todos: poder público, setor produtivo e sociedade. Cada cidadão tem o seu papel. A luta é para preservar vidas e empregos. A Findes está à disposição para colaborar no que for preciso”, disse Léo de Castro.

Ele destacou que o Sesi já produziu 13 protocolos setoriais de segurança, para setores como alimentos e bebidas, cerâmicas e rochas ornamentais, confecção e construção civil.

Além disso, o Sesi, em parceria com o Sebrae, oferece consultoria para a implantação dos protocolos de segurança in loco, nas empresas.

Acesso ao crédito

No encontro de presidentes de sindicatos, as lideranças industriais destacaram que, depois de três meses de pandemia, ainda persistem as dificuldades para o acesso ao crédito. Levantamento do NAC, o Núcleo de Acesso ao Crédito da Findes, indica que cerca de 12 mil empresas solicitaram financiamentos com base no Fundo de Aval Bandes. No entanto, segundo informações do próprio Banestes, somente 579 conseguiram, ou seja, menos de 5%.

O Fundo de Aval tem duas linhas: uma de R$ 5 mil, para capital de giro, com foco em microempreendedores individuais (MEIs), e outra de R$ 31,5 mil, para folha de pagamento, com foco em pequenas e médias empresas.

De acordo com dados do Banestes, do dia 29 de maio, enviados à Findes depois de solicitação por ofício, para a linha de R$ 5 mil foram liberados R$ 2,7 milhões em 554 operações de crédito. Para a linha de R$ 31,5 mil, foram liberados R$ 270 mil, em 25 contratos.

“O que a gente constata, nos contatos com as empresas, é que os gerentes dos bancos continuam muito restritivos”, afirmou Agostinho Miranda, gerente do CAS, Centro de Apoio aos Sindicatos da Findes.

“Desde o início da crise estamos alertando que há um gap entre o anúncio das linhas de crédito e o acesso aos recursos na ponta, no balcão. O anúncio é feito, mas o crédito não chega a quem precisa”, disse o presidente da Findes, Léo de Castro.

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