A indústria capixaba representa 39,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo. Sua produção física registrou o mais alto índice entre todos os demais estados brasileiros, chegando a 20,9% no acumulado de janeiro a março, segundo o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), entidade do Sistema Findes.
Veja o mapa-infográfico da indústria capixaba abaixo
Junto à produção física industrial, outros dados mostram o potencial do setor secundário no Estado: novas plantas que serão instaladas até 2017 somam R$ 22 milhões em investimentos e representam a diversificação da indústria capixaba, notadamente baseada no setor extrativo e na produção de commodities, que caminha para ampliar sua participação na indústria de transformação. Tais investimentos vão gerar cerca de 10 mil postos de trabalho somente em 2015.
Dentre os investimentos previstos estão o Estaleiro Jurong, (naval), a Volare/Marcopolo (automobilística), a Oxford (indústria de cerâmica), a ALX Alumínios e derivados (indústria metalúrgica), os Laboratórios Bagô (farmacêutica), a Solar-Par e a TecnoCells (máquinas e equipamentos) e a Bertolini (móveis).
A indústria capixaba encontra-se em um patamar mais confortável que a nacional, devido à chegada das novas plantas. A indústria nacional amarga queda na produção do setor de transformação, índice de confiança do empresário no menor nível histórico, queda no nível de emprego e retração nos investimentos. A indústria vem sofrendo com os rumos da economia nacional. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o emprego no setor caiu 0,6% em março, em relação ao mês anterior. Trata-se do terceiro resultado negativo seguido. Estima-se uma queda de 3,4% na indústria, em 2015, em relação a 2014, que já havia registrado uma retração de -3,2% em relação ao ano anterior.
Esse mesmo quadro poderá não se refletir no Espírito Santo, onde a produção metalúrgica vem experimentando uma retomada em relação ao primeiro semestre de 2014. Além disso, o Estado registra alta na produção de petróleo e manutenção dos níveis de exportação de minério de ferro, embora outros setores — como alimentos e minerais não-metálicos, base de insumos para o setor da construção civil, — venham registrando quedas neste primeiro trimestre de 2015.
Esses números, no entanto, não representam motivo para comemorações. “Na data em que se celebra o Dia da Indústria, em 25 de maio, o momento é de reflexão sobre o impacto da inflação, dos juros, do alto preço da energia e de temas-chave para o segmento, em discussão no Poder Legislativo, como a terceirização, a desoneração da folha de pagamento e a ampliação de benefícios ao trabalhador”, afirma Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes.
A competitividade das indústrias capixaba e nacional passa pela discussão dos temas acima relacionados. Somente um segmento fortalecido é capaz de gerar riquezas e empregos. As estatísticas apontam que país desenvolvido é país industrializado. Toda revisão histórica das nações evidencia o papel da indústria no desenvolvimento local. “Não há caminho mais seguro para o crescimento, portanto, do que apostar em uma indústria forte e competitiva e retirar os obstáculos que impedem tal crescimento. Esse é o caminho para driblar a crise”, aponta Marcos Guerra.