O Espírito Santo registrou queda de 26,3% na produção física industrial no mês de janeiro de 2016 comparado ao mesmo período do ano passado. Foi a 3ª maior queda do país, ficando atrás apenas de Pernambuco (2º lugar, -29,4%) e Amazonas (1º lugar, -30,9%). Os dados foram divulgados nessa quarta-feira, dia 9 de fevereiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A indústria extrativa, segundo o IBGE, puxou a forte queda na produção física industrial capixaba. Houve recuo no índice também em comparação a dezembro de 2015 (-2,1%). Os dados completos podem ser acessados no site do IBGE.
Para o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, a crise política tem influenciado o ritmo da economia. “O país está paralisado pelas incertezas políticas. A indústria entrou o ano com um planejamento enxuto, depois de cortar na própria carne para superar os desafios de 2015. No entanto, quem precisa investir se sente inseguro com as oscilações do mercado diante do noticiário”, pontua o dirigente.
Recuo também na atividade industrial
“A indústria capixaba continua em compasso de espera”. Essa é a avaliação do diretor-executivo do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), Doria Porto, sobre os dados divulgados nesta semana pela entidade. A atividade industrial no Espírito Santo em janeiro de 2016, comparada com dezembro de 2015, registrou redução na maioria dos indicadores: faturamento real (-36,5%), utilização da capacidade instalada (-1,7%), massa salarial real (-16,7%) e rendimento médio real (-17,1%). Os setores com as principais quedas no faturamento foram impressão e reprodução (-52,65%) e metalurgia (-50,94%).
O nível médio de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) de janeiro de 2016, em relação a dezembro de 2015, decresceu 1,7 ponto percentual, apresentando médias de 74,2% e 80,6%, respectivamente. Contudo, dois indicadores apresentaram suaves avanços, que foram: horas trabalhadas na produção (+0,8%) e emprego (+0,4%).
“Isso significa que o cenário se mantém desacelerado neste início de ano, sendo influenciado provavelmente pela queda na demanda do mercado devido às condições financeiras e econômicas desfavoráveis”, analisa Doria Porto. “Na análise do Ideies, a indústria capixaba continua em compasso de espera em relação a esses indicadores, aguardando pelos resultados dos próximos meses para que possamos traçar um quadro mais conclusivo sobre a evolução do setor em 2016”, conclui o executivo.
Download do estudo completo do Ideies.
Por Fábio Martins