A produção física da indústria capixaba fechou o primeiro semestre deste ano com o melhor resultado do país – na comparação direta com o mesmo período do ano passado. Dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (07) revelam que a indústria geral obteve crescimento acumulado de 17,2% de janeiro a junho – muito acima da média nacional, que registrou recuo de 6,3% no mesmo período. Além do Espírito Santo, apenas Pará (6,8%) e Mato Grosso (0%) não sofreram queda.
Os números do Estado sofrem influência direta do setor extrativo, que obteve alta de 25,4%. Entre os setores da indústria de transformação, responsável pela produção de maior valor agregado, merece destaque a metalurgia, com 33,5% de acréscimo – iniciando recuperação do ano anterior, quando o setor registrava, em junho de 2014, queda de 13,5%. A média de crescimento da indústria de transformação atingiu 6,7% no semestre, em razão dos recuos nos setores de alimentos e bebidas (9,5%), e de minerais não-metálicos (4%).
Para o primeiro vice-presidente da Findes, Gibson Reggiani, os números não refletem a complexidade da situação que vive a indústria capixaba. “Tivemos um primeiro semestre de queda no ano passado, mas a inauguração de novas plantas e a expansão de investimentos das indústrias tradicionais ajudaram a reverter temporariamente esse panorama. Neste ano, a instabilidade econômica provocou aumento das taxas de juros, afetou a confiança dos empresários e prejudicou diretamente o setor produtivo”, explica.
“Para exemplificar: de janeiro a junho, a indústria precisou cortar na carne e demitir mais de cinco mil trabalhadores no Estado. Somando ao comércio e aos serviços, foram mais de 14 mil demissões no semestre. O Brasil está pagando a conta pelos anos de omissão do Governo Federal. Faltaram investimentos em infraestrutura e ações para ampliação da competitividade das indústrias. É preciso encontrar soluções urgentes que preservem o emprego e garantam novas perspectivas de crescimento para o setor”, defende o vice-presidente.