Pesquisa ideies mostra que 79% dos empresários precisam da postergação de impostos

Pesquisa realizada pela Findes/Ideies junto a industriais do Espírito Santo mostra que 77% dos entrevistados já têm ou terão dificuldades no fluxo de caixa, devido à redução da atividade econômica, causada pelo Covid-19, o coronavírus. Vinte e seis por cento (26%) já enfrentam esse problema e 51% calculam que vão enfrentar nas próximas duas semanas.

O levantamento ouviu 117 industriais nos dias 17 e 18 de março. Vinte e quatro (24%) das empresas já adotaram o teletrabalho, ou home office, e outros 25% pretendem adotar nas próximas duas semanas.

Das empresas respondentes, 61% acreditam que haverá dificuldade de acesso a insumos nas próximas duas semanas e 79% sinalizam que há necessidade de postergação do pagamento de impostos.

A pesquisa mostra também que 69% consideram “muito preocupante” a pandemia do Covid-19 e 31% consideram “preocupante”. Ou seja: todos estão preocupados. Ninguém se declarou “indiferente”.

O presidente da Findes, Léo de Castro, destaca que os números mostram a urgência da adoção de medidas excepcionais por parte das autoridades estaduais. Nesta semana, na terça-feira (17), a Findes se reuniu com o Governo do Estado para sugerir ações para ajudar o setor produtivo a enfrentar a crise do coronavírus.

“As empresas precisam de fôlego para atravessar este momento de perda de atividade econômica e para preservar os empregos. As medidas incluem prorrogação de prazos para pagamento de impostos e empréstimos e também linhas especiais de financiamento para fluxo de caixa. Se essas sugestões não forem atendidas com velocidade, nos próximos sete dias, aí sim o desemprego passa a ser um problema real”, alertou Léo de Castro.

O desemprego poderá atingir até 150 mil trabalhadores capixabas, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira (20) pelo jornal A Tribuna.

A pesquisa Findes/Ideies mostra que 38% das empresas já sofrem com redução de vendas e 44% acham que vão enfrentar o problema nas próximas duas semanas. Somente 18% acreditam que “não haverá implicações”.

O diretor executivo do Ideies, Marcelo Saintive, observou: “O desdobramento mais preocupante dessa pandemia é, sem dúvida, o risco à vida das pessoas, mas não podemos fechar os olhos para as dificuldades já enfrentadas pelos trabalhadores e pelas empresas. A pesquisa revela que todos os industriais entrevistados estão preocupados com as consequências da pandemia e que 77% deles ou já têm ou acreditam que terão dificuldade com o fluxo de caixa nas próximas duas semanas. É um horizonte muito curto, o que exige assertividade na tomada de decisão. Por isso a importância de acompanhar semana a semana como a pandemia está afetando o industrial capixaba e seus trabalhadores”.

Na capital da China, em Pequim (Beijing) no dia 5 de fevereiro o governo anunciou políticas para apoiar a produção e as operações de pequenas e médias empresas que incluem temas como impostos, finanças, seguridade social, subsídios e redução de aluguéis. Uma das medidas é o adiamento do pagamento de imposto para PMEs em dificuldade em até três meses. O governo de Pequim também suspenderá a cobrança de algumas taxas administrativas das PMEs, incluindo taxa de inspeção de equipamentos especiais, taxa de tratamento de esgoto e taxa de ocupação de estradas.

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