Novo complexo do Instituto Senai de Tecnologia vai apoiar empresas na transição para a Indústria 4.0

Foto: Alexandre Mendonça

 

A Federação das Indústrias do Espírito Santo inaugurou nesta terça-feira (06) o novo bloco de Tecnologia da Informação e Automação do Instituto Senai de Tecnologia (IST), na Av. Beira Mar, em Vitória. O novo espaço tem o objetivo de apoiar as Indústrias do Espírito Santo e do País na transição para a Indústria 4.0.

Na ocasião, também foi assinado um termo de cooperação técnica entre a Findes e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), nas áreas de inovação e transformação digital.

A nova unidade do IST tem cursos de formação nas áreas de tecnologia da informação com foco em segurança cibernética e desenvolvimento de sistemas, gestão industrial, instrumentação, automação e mecatrônica.

O complexo inclui mais de 3 mil metros quadrados, com 20 laboratórios, salas de aula, salas de treinamento, biblioteca, videoteca e auditório.

“Hoje é um dia de muito orgulho e muita emoção. Houve uma grande mobilização de esforços para chegarmos até aqui, um espaço que vai qualificar os trabalhadores e preparar as indústrias para a transformação digital, que é uma grande frente de atuação de nossa gestão”, disse a presidente da Findes, Cris Samorini, na inauguração do espaço, nesta terça.

“O mercado já demanda esse tipo de qualificação. Escrevi um artigo dias atrás sobre apagão de mão de obra. Temos 14 milhões de desempregados e, na outra ponta, temos empresas com dificuldade de contratar porque falta gente qualificada. É importante destacar que mais de 70% das pessoas que passam pelo Senai acabam empregadas. Estamos transformando este espaço, tão conhecido como Senai Cetec, na Beira Mar, num grande complexo educacional, preparando as indústrias do Espírito Santo para a revolução que é a indústria 4.0”, disse Cris Samorini.

A inauguração contou com a participação do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini; o coordenador da bancada federal capixaba, deputado Josias da Vitória; o subsecretário estadual de Inovação e Desenvolvimento, Dênio Arantes; o secretário estadual de Cultura, Fabrício Noronha; o presidente da ABDI, Igor Calvet; o superintendente da Sudene, Evaldo Cruz Neto; o reitor do Ifes, Jadir Pela; o vice-reitor da Ufes, Roney Pignaton; a diretora executiva da Fapes, Cristina Engel; o diretor de atendimento do Sebrae, Luiz Toniato; o diretor de negócios do Bandes, Marcos Kneip; e o superintendente regional do Trabalho, Alcimar Candeias, entre outras lideranças.

“Vemos com muito otimismo toda essa transformação que está sendo promovida pela Findes. O Espírito Santo precisa disso. A Prefeitura de Vitória também tem investido em inovação. Queremos contribuir para o fortalecimento desse ecossistema, para que ele se espalhe pelos 77 municípios. Em Vitória, acabamos de aprovar licenças digitais para garantir a avaliação de um licenciamento ambiental em até 48 horas”, disse o prefeito Lorenzo Pazolini.

MÃO DE OBRA E O PAPEL SOCIAL DO SENAI

O diretor-geral da Findes, Roberto Campos de Lima, mencionou a chamada tripla hélice da inovação: governo, academia e empresas, ressaltando também a importância da parceria de instituições como Findes e Sebrae.

“Costumo brincar dizendo que este complexo é como o nosso MIT. Temos que pensar, de forma articulada, a inovação, a tecnologia e a educação. Daqui a gente poderá influir em todo o Espírito Santo. Este complexo, em conjunto com a atuação da universidade, tem que ser como um farol. A partir daqui a gente pode transbordar para outras unidades, para que todos os municípios do Espírito Santo consigam ter acesso à tecnologia e à inovação e educação de ponta, para evitar esse apagão de mão de obra que a presidente Cris mencionou. A questão que enfrentamos não é falta de vagas no mercado, mas falta de competências adequadas para ocupar determinadas vagas. Esse é o nosso desafio”, disse Roberto Campos.

Ele destacou também: “Devo dizer que o Senai é provavelmente o mais longevo programa social que este país já viu. Geramos um impacto social relevante, tirando meninos e meninas de situação de vulnerabilidade social e trazendo para o mercado de trabalho, para condições de acesso a uma renda melhor, a uma situação que vai possibilitar melhores condições para ele e sua família. É importante olhar para o Senai não apenas como uma escola, mas como um programa que gera um impacto social altamente relevante. Esta é nossa razão de existir: transformar a vida das pessoas e impulsionar os negócios para desenvolver o Espírito Santo”.

Também participaram da inauguração do novo complexo do IST os vice-presidentes da Findes Eduardo Dalla Mura, Manoel Pimenta, Luiz Almeida e Tom Villaschi; o chefe de Gabinete da Presidência da Findes, Leonardo de Paula; o novo diretor regional do Senai e superintendente do Sesi-ES, Cláudio Marcassa; o gerente executivo de Educação do Sesi e Senai-ES, Edglei Marques; e a gerente regional do IST em Eficiência Operacional, Poline Fernandes, além de presidentes de sindicatos associados à Findes e outras lideranças políticas e empresariais.

 

FINDES FAZ ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA COM A ABDI

Na inauguração do novo complexo do IST, a Findes firmou com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial um acordo de cooperação técnica, para promover ações voltadas à transformação digital do setor produtivo do Espírito Santo, em seus diferentes estágios, e promover ações voltadas à implantação de cases reais de soluções tecnológicas para Smart Cities (Cidades inteligentes) no Estado.

“Um dos objetivos desse acordo de cooperação técnica é implantar no IST um testbed, para tecnologias que serão utilizadas pelas indústrias na jornada rumo à Indústria 4.0”, afirma a presidente da Findes, Cris Samorini.

Testbed é um ambiente para realizar provas de conceito de tecnologias e aplicações na fronteira do conhecimento tecnológico, antes de serem aplicados nas indústrias.

O presidente da ABDI, Igor Calvet, destacou: “O tecido produtivo, do Brasil e do Espírito Santo, precisa de alterações profundas, para entrar na nova economia, cada vez mais digital e automatizada. Nosso acordo prevê fazer os chamados testbeds. Essas estruturas para testes de tecnologias são importantes, antes que as empresas as comprem, diminuindo assim os custos e aumentando a produtividade e a competitividade”.

“Também estamos desenvolvendo ações no âmbito das cidades inteligentes. Em outras palavras, nós inserimos tecnologia num ambiente urbano para benefício de cada cidadão. Semáforos inteligentes, luminárias que também têm wi-fi e câmera de reconhecimento facial e de placas de veículos, entre outros. Nosso intuito, como ABDI, é fazer com que essas tecnologias estejam à disposição das empresas e da sociedade”, disse Igor Calvet.

A ABDI é um órgão de articulação dos diversos atores públicos e privados envolvidos na formulação e execução de medidas para o aumento da competitividade do setor produtivo brasileiro. Assim como a Findes, a ABDI também tem como foco a inovação, a transformação digital e a produtividade.

CONTEXTO HISTÓRICO SOBRE INDÚSTRIA 4.0

O gerente executivo de Educação do Sesi e Senai-ES, Edglei Marques, explica que a indústria vem passando por grandes transformações desde a época da Primeira Revolução Industrial, quando a descoberta das leis da termodinâmica possibilitou o surgimento das primeiras máquinas à vapor.

A Segunda Revolução Industrial foi marcada pela descoberta da eletricidade e magnetismo, possibilitando mudanças significativas na economia e na sociedade.

A terceira revolução foi guiada pelas novas tecnologias oriundas da evolução no campo das telecomunicações e programação.

Em 2013, uma associação de empresários, políticos e acadêmicos promoveram uma abordagem para fortalecer a competividade da indústria manufatureira alemã. Tal movimento ficou conhecido como indústria 4.0.

 

INDÚSTRIA 4.0 OU MANUFATURA AVANÇADA

A indústria 4.0, conhecida também como manufatura avançada, baseia-se em sistemas cyberfísicos, internet das coisas e internet de serviços, tudo isso possibilitando a conectividade e a interoperabilidade entre máquinas, pessoas e processos industriais.

Para isso, tecnologias como Inteligência Artificial, Big Data, Internet das Coisas, Robôs Autônomos, Sistemas Virtuais, Computação em Nuvem, Segurança Cibernética, Blockchain e Nanotecnologia vêm sendo testadas e utilizadas pelas indústrias com o objetivo de aumentar a produtividade, integrar a cadeia produtiva, reduzir desperdícios e riscos nos processos, explica Edglei, com base em estudos de sua equipe.

“A transformação digital é essencial para que a indústria capixaba se torne cada vez mais competitiva. Entretanto, essa transformação só é viabilizada por meio de uma mão de obra qualificada e bem treinada dentro do contexto da indústria 4.0. Portanto, a partir da inauguração de um bloco focado em Tecnologia da Informação e Comunicação e em Automação, o Senai forma novos profissionais e atualiza a mão de obra ativa na indústria do Espírito Santo já com um forte conhecimento nas tecnologias habilitadoras que levarão à indústria 4.0. Atuamos no presente da indústria para que o seu futuro seja de mais avanços”, afirma o gerente executivo de Educação do Sesi e Senai-ES.

O Instituto SENAI de Tecnologia desenvolve projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) com base nas tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, como Inteligência Artificial, Robótica Avançada, Internet da Coisas, Sensores e Atuadores, Sistemas de Simulação e Manufatura Aditiva.

 

Por André Hees

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