Aumento do preço mínimo do frete elevará o valor dos produtos para os brasileiros, causando inflação e desemprego

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) consideram que o estabelecimento de uma tabela com preços mínimos para o transporte de cargas provoca prejuízos extremamente danosos para uma economia já fragilizada e para a população brasileira. A medida estabelecida pelo governo e regulamentada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já impacta todos os setores da indústria e terá efeitos imediatos no bolso dos consumidores, uma vez que o preço dos fretes aumentou substancialmente.

Para se ter uma ideia, o transporte de arroz pelas rodovias do país terá aumento de 35% a 50% no mercado interno e de 100% para exportações. Na indústria de aves e suínos, o impacto do tabelamento sobre o custo do transporte foi calculado em 63%. O frete de rações para alimentar os animais tende a aumentar 83%. No setor de papel e celulose, a alta do preço para transportar os produtos será de 30%. O aumento do frete nestes e nos demais setores, certamente, deixará as mercadorias mais caras, penalizando ainda mais a população.

Em reunião realizada nesta quarta-feira, na sede da CNI, em Brasília, representantes das associações industriais e
federações estaduais da indústria fizeram uma avaliação dos impactos da greve dos caminhoneiros e das medidas
anunciadas pelo governo para estancar a crise. É consenso no setor que a tabela de preços mínimos é insustentável.

PREJUÍZOS BILIONÁRIOS

A indústria brasileira sofreu prejuízos bilionários com a greve dos caminhoneiros. Além disso, foi impactada com a redução da alíquota do programa Reintegra, que restitui impostos indiretos cobrados na cadeia produtiva das exportações, e com a reoneração da folha de pagamento, que aumentou a carga tributária para 28 setores da economia. Ambas as medidas foram tomadas pelo Governo para compensar a redução do preço do diesel – o estopim da greve que parou o Brasil.

A avaliação é de que não só cidadãos comuns e empresários, mas também os próprios caminhoneiros autônomos
terão prejuízos incalculáveis com a medida. De imediato, desde que a tabela mínima entrou em vigor, diversas
indústrias reduziram as remessas de cargas e outras estão avaliando verticalizar a operação, o que significa a
montagem de frotas próprias de caminhões, em razão dos altos preços do frete.

A CNI, representando as associações e federações estaduais de indústria, está avaliando possíveis medidas judiciais
e administrativas contra as normas que estabeleceram valor mínimo de transporte de carga para o Brasil.

 

Superintendência de Jornalismo da CNI

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