A inovação é fundamental para o desenvolvimento e a competitividade das empresas, diz Nelio Secchin

Foto: Alexandre Mendonça

“A inovação é fundamental para o desenvolvimento e a competitividade das empresas”. A avaliação é de Nelio Augusto Secchin, diretor da Aratu. Em entrevista à Findes, ele afirmou que países ricos têm uma indústria forte e investem em inovação. As empresas, por sua vez, se tornam mais produtivas e competitivas quando inovam.

Como a empresa nasceu?

Pela vivência no mercado ambiental brasileiro, percebemos oportunidades de inovação e melhorias no mercado de equipamentos. Incubamos na TecVitória e começamos a nos capacitar por programas da incubadora, do Sistema Findes, Sebrae e de secretarias governamentais como a SECTI e SEDES. Nossos processos de P&D foram desenvolvidos em conjunto com instituições de ensino técnico e superior como o IFES e UFES.

A sua empresa usa o espaço do Instituto Senai de Tecnologia, em Vitória, que abriga o Inovic. Qual o diferencial você tem encontrado no Inovic para o desenvolvimento dos seus projetos e negócios?

Prototipagem sempre foi um gargalo para quem desenvolve produtos no Espírito Santo. Ao conhecer o Inovic, tive a feliz impressão de um ambiente completamente aberto para a inovação e para o desenvolvimento colaborativo, um amplo laboratório com diversos equipamentos que potencializam o tempo e custo para se chegar num protótipo robusto para as tomadas de decisão durante o desenvolvimento dos produtos.

A Inteligência Artificial (IA) é uma das megatendências da inovação. Pode dar detalhes dos projetos que tem desenvolvido na Aratu?

A IA realmente é uma das tendências vocacionais que a inovação vem apresentando atualmente. No Espírito Santo, temos claras referências de empresas com produtos que se destacam neste cenário como a Mito Games no área de gamificação, a Mogai com soluções para setores industriais, o Olho do Dono no agronegócio, a Zaruc para o setor de energia, entre outras, que estão desenvolvendo tecnologia de alta qualidade.

Na Aratu, a IA é uma verdade para os produtos a serem lançados nos próximos anos, estamos em processos de P&D para tecnologias aplicadas na gestão de informações e monitoramento ambiental em recursos hídricos, atmosféricos e biológicos.

Já percebe um retorno financeiro a partir dos projetos de inovação que tem sido alavancados? O resultado tem refletido em ampliação de lucros?

Quando se trata de desenvolvimento de bens de capital em um startup, retorno financeiro é uma variável de um prazo maior. Claro que a inovação tecnológica é o caminho que temos para aumentar a entrada e participação de mercado brasileiro e regional, e estamos conquistando esses mercados desde o lançamento do nosso portfólio.

Nestes anos iniciais o lucro é algo aplicado na melhoria da empresa para continuar seguindo seu caminho nesta época conturbada na economia e na política.

O Inovic tem colaborado e contribuído para que as empresas inovem mais?

Certamente o Inovic cumpre esse propósito. É um solo fértil para que o ecossistema de inovação capixaba cultive suas ideias e desenvolva novas tecnologias. Seguramente, num futuro próximo veremos que estas iniciativas, em conjunto com iniciativas como o Parque Tecnológico, incubadoras de empresas, coworkings, vão ser responsáveis por uma grande mudança na economia pelos novos negócios gerados.

O Espírito Santo aparece hoje em 14º lugar no Índice de Inovação. Essa posição é incompatível com o tamanho da economia capixaba?

É incompatível com o tamanho da economia capixaba e é profundamente incompatível com as potencialidades do Espírito Santo. Temos um estado com praticamente todos os índices de competitividade maiores que a média nacional, com indicadores como o Capital Humano praticamente iguais de estados como São Paulo e Santa Catarina, mas com indicadores de inovação e potencial de mercado baixíssimos.

Nossas últimas expansões econômicas foram em grandes projetos ligados às commodities e agronegócios, temos pouca experiência e cultura em empreendimentos com raiz na inovação. Mas temos todas as ambiências e peças necessárias para chegarmos numa economia baseada na diversidade de negócios e setores de atuação. Não depende só dos entes públicos ou do setor produtivo, deve-se criar um ambiente propositivo entre todos os atores envolvidos.

Será um momento para empresários se atualizarem sobre o avanço da inovação no cenário mundial?

Já está sendo e será ainda mais. Mesmo que incipiente, os empresários que atuam com inovação estão discutindo e atuando em cenários globais para seus negócios, nas mais diversas áreas. A capacidade do ES é afim da atuação global, seja pelo capital humano, localização e melhoria na ambiência das instituições que tratam com inovação.

Um exemplo são as ações do Centro Internacional de Negócios da Findes (CIN), em parceria com a CNI e SEBRAE nacional, que capacitam os mais diversos setores econômicos para a internacionalização. E do Programa de Qualificação para Exportação – PEIEX da SEDES, Findes, Fapes, Sebrae, Bandes e Correios que trabalham na qualificação e capacitação para que as empresas se tornem exportadoras de maneira competitiva. Nos próximos anos essa realidade será mais patente, pela necessidade e pela competitividade das empresas inovadoras.

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