Os capixabas que transitam pela Reta da Penha ganharão uma surpresa nada agradável ainda neste ano. O Impostômetro localizado em frente ao Edifício Findes deverá atingir a marca de R$ 2 trilhões até o dia 31 de dezembro, segundo cálculo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). No último domingo (06), às 23h40, o painel registrou R$ 1,9 trilhão em impostos arrecadados com seis dias de antecedência, na comparação com 2014.
Os números representam o total de impostos municipais, estaduais e federais pagos no país desde o dia 1º de janeiro. O novo recorde reflete o aumento da carga tributária, que consome cinco meses de trabalho do brasileiro. Para o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, o peso dos tributos afeta a qualidade de vida da população e o desenvolvimento da economia. “É preciso desburocratizar o Brasil urgentemente”, pontua.
“Nossa carga tributária equivale a 35,7% do PIB, mas não temos qualidade nos serviços oferecidos aos cidadãos. Diferente de Canadá (31%), Estados Unidos (25,1%) e Suíça (28,5%), que conseguem dar qualidade de vida à população mesmo com percentuais menores. Falta eficiência ao Governo Federal. Precisamos de reformas que impulsionem o desenvolvimento e fortaleçam a indústria. Sem uma economia forte, não teremos empregos para os trabalhadores”, defende.
Sobre a carga tributária
Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a carga tributária nacional é a maior entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a segunda maior da América Latina – atrás apenas da Argentina (37,3%) – e uma das 30 maiores do mundo.
Na indústria, o custo de produção sofre influência direta da alta dos tributos. Segundo estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), um produto fabricado no Brasil é, em média, 34,2% mais caro do que um similar importado. Desse total, 15,5 pontos percentuais referem-se apenas ao custo da burocracia tributária do país.
Ritmo de arrecadação
Em maio deste ano, o Impostômetro alterou a forma de medição da carga tributária, em função da mudança na metodologia do cálculo do PIB implementada em março pelo IBGE. Com isso, os valores exibidos pelo painel passaram a considerar novos dados de arrecadação de Imposto de Renda Retido dos funcionários públicos estaduais e municipais e novas taxas e contribuições federais determinadas pela Lei nº 13.080/2015. Também foram incluídas arrecadações de municípios que não estavam sendo informadas à Secretaria do Tesouro Nacional.
Confira o peso dos impostos sobre os preços de alguns dos itens básicos do cotidiano:
– Água mineral: 44%
– Açúcar: 32%
– Arroz: 17%
– Feijão: 17%
– Sabonete: 37%
– Gasolina: 53%
– Livro: 18%
– Roupas: 35%