O desempenho capixaba está acima do nacional (6,4%), na comparação entre o primeiro trimestre deste ano com o último de 2019
Pouco mais de três anos se passaram desde o início da pandemia da Covid-19 no Estado e no país. Depois de um período de incertezas devido ao cenário de crise sanitária, o Espírito Santo e o Brasil estão registrando melhores resultados econômicos. No primeiro trimestre deste ano, a atividade econômica capixaba cresceu 10,2% em relação ao período anterior à chegada do coronavírus (último trimestre de 2019). Já a nacional avançou 6,4%.
Os dados fazem parte do Indicador de Atividade Econômica (IAE) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), compilados pelo Observatório da Indústria, divulgados nesta terça-feira (20/06), em coletiva de imprensa, na sede da entidade, em Vitória.
A presidente da Findes, Cris Samorini, relembra como foram os três últimos anos para a economia do Estado e como a indústria capixaba se empenhou para superar o período:
“Em 2020 vivenciamos o início da pandemia que, além da crise de saúde, afetou as cadeias globais de suprimento. Em 2021, passamos por uma forte instabilidade hidroenergética e, no ano seguinte, teve início o conflito na Ucrânia, que alterou as expectativas de uma melhora no quadro econômico global. Por sermos um Estado de economia aberta ao mercado internacional esses acontecimentos mundiais afetaram, em algum grau, o desempenho da nossa economia.”
Cris complementa que apesar desse cenário, “as indústrias permaneceram fortes e se uniram para enfrentar essas e outras turbulências da melhor maneira possível e voltar a ter bons resultados como os que estamos vendo agora em 2023”.
Sobre o desempenho geral da indústria capixaba, a economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, explica que ela está próxima ao pré-pandemia, crescendo 0,1% em relação ao último trimestre de 2019.
“É possível ver uma grande evolução em alguns segmentos industriais. A construção, por exemplo, saiu na frente e avançou 61%, na comparação entre o primeiro trimestre de 2023 com o último de 2019. Já a transformação cresceu 4,7% e energia e saneamento avançaram 11,4%. Enquanto isso, a extrativa se encontra 34% abaixo do seu patamar no período”, comenta Marília Silva.
Em termos de setor, comércio e serviços foi o que mais cresceu no Estado, na comparação entre o primeiro trimestre deste ano com o último de 2019: 14,4%. Já a agropecuária está 2,9% abaixo do nível do final de 2019.
ES cresce 4,2% no primeiro trimestre de 2023
No primeiro trimestre deste ano, a atividade econômica do Espírito Santo cresceu 4,2% em relação ao mesmo período de 2022. Esse aumento foi influenciado, principalmente, pelo setor de serviços e comércio (6%). A indústria também teve resultado positivo no período (0,3%). Já a agropecuária caiu 6,6%.
A presidente da Findes, Cris Samorini, comenta que é preciso comemorar alguns resultados alcançados neste primeiro trimestre de 2023 e que possibilitaram o bom desempenho da economia do Estado.
“A taxa de desemprego trimestral vem caindo e chegou a 7% no Espírito Santo e a 8,8% no Brasil. Também tivemos redução na inflação ao consumidor, que no país chegou a 4,65%, e na inflação para a indústria nacional, que fechou o trimestre em queda (-0,64%)”, elenca a industrial.
A industrial aponta ainda que outras medidas são de extrema importância para que a economia do ES e do Brasil siga em uma trajetória positiva. “Segurança jurídica, crédito e estabilidade no país são importantes para que o empresário tome a decisão de investir e o país cresça. Mas, principalmente, precisamos aprovar a nossa Reforma Tributária de forma que ela traga simplicidade, neutralidade, transparência e isonomia para o sistema tributário brasileiro”, afirma a presidente da Findes.
No primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022, a indústria capixaba teve um bom desempenho em três das quatro atividades que compõem o setor: extrativa (8,4%), energia e saneamento (2,7%) e construção (2,2%). Por sua vez, a indústria de transformação recuou 12% no período.
“Dentro da indústria geral temos a indústria extrativa que é a maior parcela da estrutura industrial do Estado (36%). Neste primeiro trimestre do ano, ela cresceu 8,4% devido ao aumento de 28% na atividade de pelotização do minério de ferro. Já a extração de petróleo e gás natural recuou 6,3%”, comenta a gerente de Inteligência de Dados e Pesquisas do Observatório da Indústria, Suiani Febroni.
Por sua vez, a indústria de transformação registrou contração de 12%, justificada pelo perfil disseminado de queda entre todas as atividades pesquisadas: fabricação de produtos de minerais não metálicos (-20,4%), metalurgia (-10,4%), fabricação de celulose, papel e produtos de papel (-7,3%), fabricação de produtos alimentícios (-5,3%) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,5%).
Sobre o setor de serviços, todas as atividades pesquisadas cresceram no primeiro trimestre do ano: demais atividades de serviços (6,2%), transporte (6,4%) e comércio (5,2%). “O setor foi impulsionado pelo aumento de demanda por prestações de serviços, por transporte de pessoas e cargas e pelo aumento de vendas no comércio de hipermercados, combustíveis, artigos de papelaria e materiais para escritório”, diz Suiani.
No caso da agropecuária, o resultado negativo (-6,6%) foi motivado pela queda tanto na agricultura (-6,7%), quanto na pecuária (-6,9%). A primeira influenciada, principalmente, pela bienalidade negativa do café esperada para 2023, e a segunda pressionada pelos ramos de leite e aves e ovos.
Cenário nacional
O PIB nacional cresceu 4% na comparação do primeiro trimestre de 2023 com primeiro de 2022, também motivado pelas variações positivas em todos os setores, mas com destaque para o expressivo avanço de 18,8% do setor da agropecuária.
Além do crescimento nas lavouras características do período, como soja, milho, fumo e mandioca, houve também a superação do choque climático que ocorreu na região Sul do país no início de 2022.
Sobre os demais setores, os serviços cresceram 2,9% impulsionado, entre outros fatores, pelo transporte dos grãos, e a indústria ampliou 1,9%, com expansão de 7,7% na indústria extrativa, de 6,4% em energia e saneamento, de 1,5% em construção, mas com recuo de 0,9% na indústria de transformação.
Por Siumara Gonçalves
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