15/04/2016 – Findes promove 1ª palestra do Circuito de Capacitação do Setor do Vestuário

O especialista em estratégias de mercado, Marcelo Villin Prado, mostrou os caminhos para o setor lucrar no momento de crise

“O que vende é o novo! Quem investiu em Marketing e Inovação conseguiu bombar durante a crise”. O recado foi dado pelo economista e especialista em estratégias de mercado, com quase 30 anos de experiência no setor do vestuário, Marcelo Villin Prado. Ele ministrou a palestra Perspectivas do mercado do vestuário e quais soluções tomar no momento da crise, a primeira do “Circuito de Capacitação do Setor do Vestuário”, e que foi realizada nessa quinta-feira, 14 de abril, no auditório da Findes, em Vitória.

Veja também:
Findes promove Circuito de Capacitação da Setor do Vestuário

O presidente do Sistema Findes Marcos Guerra abriu oficialmente o evento destacando as ações da entidade em prol do fortalecimento da indústria do vestuário capixaba

Promovido pelo Sistema Findes, por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), com apoio da Câmara da Indústria do Vestuário da Findes, o Circuito realizará palestras gratuitas com alguns dos maiores especialistas do país em marketing, mídias sociais, comércio eletrônico e estratégias de mercado, todas voltadas para o setor do vestuário capixaba. As ações, mensais, seguem até dezembro, sempre em Vitória, em Colatina e em Cachoeiro de Itapemirim. A iniciativa tem como objetivo trazer novas ideias e soluções criativas e inovadoras para o setor e, com isso, fazer com que o empresário local saia do “lugar comum” para tornar seu negócio mais competitivo e alinhado com o que o mercado demanda.

Inovar para superar a crise

Inaugurando o Circuito, Prado, que atua no segmento desde 1986, traçou um amplo panorama sobre o setor do vestuário brasileiro com foco em quatro tópicos: consumo; varejo; indústria; e desafios e tendências. Sobre o primeiro tópico, o consumo, Marcelo lembrou que, mesmo em ano de crise, o Brasil ainda representa a 5ª maior produção da indústria do vestuário no mundo, e conta com cerca de 204 milhões de habitantes (5ª maior população mundial), o que indica, sempre, um vasto campo a ser explorado.

“Mesmo num ano de crise, o setor fechou 2015 com cerca de 6,6 bilhões de peças de vestuário vendidas no Brasil. Isso não pode ser desprezado. Existem marcas que estão sofrendo com a crise, mas outras estão lucrando. Precisamos entender o que faz uma indústria sofrer com a crise e o que faz outras tantas lucrarem”, disse o palestrante. “Erra quem baseia suas estratégias apenas nas vendas, nas liquidações, no preço baixo. O consumidor, incluindo o de baixa renda, quer um produto diferenciado. Uma pesquisa recente mostrou que mais de 60% das compras são feitas pelo que encantou o consumidor ali na vitrine, naquele momento, e não pelo que ele planejou ir comprar.”, completou.

Já o presidente da Câmara da Indústria do Vestuário da Findes, José Carlos Bergamin, reforçou a importância dos sindicatos do setor na elaboração de demandas para o Sistema Findes

Sobre o varejo, o profissional lembrou da derrocada das lojas multimarcas nas últimas duas décadas. “O varejo tem que buscar um foco, uma marca, um público em específico. Uma loja pequena, de uma marca só, mas com personalidade, vende infinitamente mais que uma loja quatro vezes maior que trabalhe com multimarcas”, pontuou Marcelo. “Além disso, as indústrias precisam investir em comércio eletrônico, pois assim podem vender, também, diretamente para o consumidor final e, com isso, entendê-lo melhor”.

Já sobre a indústria, o palestrante foi enfático: “Estamos tão dependentes do mercado interno quanto antes da abertura econômica no Brasil. Atualmente, as exportações representam apenas 0,4% da produção nacional. Além disso, cerca de 97% das 27,5 mil indústrias brasileiras do setor do vestuário são micro e pequenas empresas. Não adianta tentar concorrer com grandes marcas estrangeiras. O que as micro e pequenas indústrias precisam é criar um produto novo, original e, por isso, desejado pelo consumidor.”, ressaltou.

O último tópico, talvez o mais aguardado pelo público que lotou o auditório, foi o que explanou sobre desafios e tendências. Marcelo reforçou o que disse no início de sua palestra: “quem investe em “mais do mesmo” não sobreviverá. É preciso inovar sempre! Além disso, não se pode ficar culpando o governo o tempo inteiro como se ele fosse o único responsável pelo mau funcionamento dos negócios da empresa. Lucram na crise as empresas que criam produtos inovadores.”, alertou o palestrante.

“Esse é o ponto: o consumidor, mesmo o da classe C, não quer peças baratas, de liquidação. Ele busca ascensão social e o vestuário é uma ferramenta importante nesse processo. Ao mesmo tempo, o segmento voltado para as classes mais altas pede produtos exclusivos, pois preço alto não é problema.”, continuou Marcelo.

Prado apresentou, ainda, as seguintes considerações:

– Crie produtos para o mercado e não para você.

– Para encantar um cliente, não basta pensar nele. É preciso pensar como ele.

– Você não escolhe o cliente. O cliente é que escolhe você.

– Na hora da compra, o que conta é a percepção do cliente, não a sua.

– Se a sua empresa pensa diferente do mercado, mude sua empresa.

“Em 2016, mesmo com a crise, estão previstos gastos de mais de R$ 190 bilhões pelos brasileiros em artigos de vestuário. Portanto, você, empresário, busque seus diferenciais. Encante seus consumidores e faça parte desse imenso mercado”, finalizou Marcelo Villin Prado.

Confira o cronograma de palestras do “Circuito de Capacitação do Setor do Vestuário

Por Fabio Martins

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