Findes participa do 1º episódio do Indústria Summit

 A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) participou do 1º episódio do Indústria Summit, fórum virtual que aborda temas direcionados aos principais setores industriais do Espírito Santo. O vice-presidente da Findes, Paulo Baraona, e presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Luis Soares Cordeiro, estiveram presentes na abertura do evento.

A abertura contou com palestras e debates de executivos e empresários ligados as cadeias produtivas de mineração, siderurgia, celulose, petróleo e gás. Promovido para estimular uma agenda estratégica junto às indústrias desses setores e incentivar uma maior presença de fornecedores locais no atendimento às demandas nacionais e globais destes segmentos.

“Temos que aproveitar essas oportunidades, estar atentos as mudanças do mercado e compartilhar conhecimento. O Espirito Santo é um estado moderno, inovador e dinâmico. Nós temos aqui representantes dos principais setores capixabas. Temos muito o que compartilhar neste evento”, disse Paulo Baraona.

A iniciativa do seminário digital é da Milanez & Milaneze, empresa do grupo Veronafiere, com promoção da Findes, do Sindifer, do Sinduscon e do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (CDMEC), em parceria com o Sebrae-ES, Sedes, FCP&G, RedePetro ES, Sindicopes e Abimaq, apoio técnico da DVF Consultoria e patrocínio da Vale.

“O Indústria Summit quer movimentar as empresas locais. Com debates sobre grandes e relevantes temas, os participantes têm a oportunidade de absorver experiências, ouvir sobre processos inovadores, compartilhar conhecimentos. Aqui as empresas se fortalecem para bem representarem o Espírito Santo no mundo. Estou muito feliz e agradecido por todos que nos ajudaram a fazer este evento”, disse o presidente do Sindifer, Luis Cordeiro.

O palestrante da primeira edição do Indústria Summit, o economista, professor da Fundação Dom Cabral e Doutor em Economia pela USP, Antônio Lazana, reforçou como positivo, neste momento, o forte viés exportador do Espírito Santo e destacou o minério como o segmento mais demandado no Estado, tendo a China como principal comprador do produto capixaba. “O coeficiente de exportação capixaba é um dos maiores do Brasil”, afirmou.

Adiantou, ainda, que a China registra uma impressionante recuperação em “V” e isso se deve à competência do país em enfrentar crises. Um exemplo disso é a excelente gestão que estão tendo na pandemia da Covid-19.

Lanzana disse que, além da China, os EUA e a Europa são grandes consumidores de produtos capixabas e apontou tendências para os quatro dos segmentos econômicos mais importantes do Espírito Santo, que são mineração, siderurgia, celulose e petróleo e gás.

Sobre a mineração, ele disse que 86% da nossa produção são exportadas, sendo a China o principal comprador.

Na celulose, cerca de 68% do que produzimos são exportados, o que reforça a dependência do país em relação aos preços do produto e da taxa de câmbio no mundo. Também neste segmento, o principal comprador é a China.

Na siderurgia, o volume de exportações é um pouco menor, cerca de 40%. O principal comprador são os EUA, que têm previsão de crescimentos menor que a China, caracterizando um cenário menos confortável.

O lado bom deste cenário, segundo ele, é que os 60% absorvidos pelo mercado interno estão sendo demandados por dois grandes compradores, a construção civil e a indústria automobilística, que registram boas perspectivas de expansão no momento.

Lanzana acrescentou, ainda, que no segmento Petróleo o Gás, há espaço para crescimento com relação a investimentos, mas não há para crescimento de preços, que estão estabilizados por conta dos estoques muito elevados no mundo todo.

Para o gás, especificamente, ele prevê um cenário mais dinâmico do que o petróleo, por conta da exploração mais acessível e viável. Também destaca como um ponto importante no futuro deste mercado, o marco regulatório do gás, ainda em discussão.

 

Rodada de perguntas

Após a palestra âncora, executivos convidados da Vale, ArcelorMittal Tubarão, Suzano e Petrobras debateram sobre tendências e perspectivas em suas áreas de atividade com o presidente do Sindifer, Luis Soares, o presidente do CDMEC, Leandro Passos, o diretor do Sinduscon, Ricardo Abrahão Neto, e o diretor do Sindicopes, Gustavo Barbosa, com mediação do diretor da DVF Consultoria, Durval Vieira de Freitas.

 

Aço de qualidade

O vice-Presidente Comercial Aços Planos da ArcelorMittal Brasil, Eduardo Zanotti, foi o primeiro dos executivos convidados a se pronunciar. Entre outras informações relevantes, ele afirmou que os dois altos-fornos desligados no primeiro semestre, em decorrência da crise econômica, já estão reativados e que o terceiro será religado nos próximos dias.

Segundo Zanotti, apesar do cenário recorrentemente difícil nos últimos anos, onde se destacaram eventos como a greve de caminhoneiros, o rompimento da barragem de Brumadinho e a pandemia, a empresa tem conseguido se recuperar rapidamente, em especial no mercado externo, onde se destacam também por conta do consumo na China.

No Brasil, a expectativa é de que o retorno aos patamares anteriores à crise só ocorra no ano que vem, pois a empresa ainda está aquém da demanda de aço do que foi seu pico no passado.

Como oportunidade de mercado, Zanotti destacou o consumo per capita no Brasil, hoje abaixo de 100 quilos. “Esse dado não é bom, mas representa potencial de demanda de aço no futuro’, afirmou.

O executivo ressaltou que, apesar da crise, a empresa segue mantendo seus valores e boas práticas em relação a questões de saúde, educação e meio ambientes, investindo no desenvolvimento das pessoas e no trabalho transparente com seus fornecedores, entre outros. Também destacou a necessidade de trabalhar intensamente na questão da inovação e de manter o foco no ganho da eficiência e da produtividade.

Por fim, falou da gratidão por produzir o aço que está na vida dos capixabas, como os carros, os produtos da linha branca, a indústria naval. “Temos orgulho de ser a empresa que sustenta a indústria brasileira com aço de grande qualidade”, comentou.

 

A Vale investe nos fornecedores locais

O gerente de relações institucionais da Vale, José Lucio Pádua Soares Júnior, afirmou que sua empresa trabalha para maximizar o portfólio de produtos, com forte disciplina operacional, sustentabilidade e qualificação contínua. Para construir um legado para a sociedade, a Vale tem investido na capacitação de seus empregados e fornecedores.

A empresa também promove parcerias com organizações de desenvolvimento e qualificação como o Prodfor, faz seminários, rodadas de negócios e outros. “A Vale investe, gera oportunidade para as empresas locais. Desejamos que esses parceiros se adequem para competir e oferecer seus serviços em qualquer mercado em que estivermos presentes. Estamos seguindo juntos e fortes com eles”, reforçou.

“Presente no Espírito Santo desde 1940, a Vale tem seu desenvolvimento atrelado ao desenvolvimento do ES”, afirmou ele, reforçando que “tem orgulho disso”. Responsável por 13% do PIB do Estado, a empresa se mantém comprometida com o desenvolvimento sustentável e investe, continuamente, em ações socioambientais.

Nos últimos meses, a mineradora investiu cerca de R$ 23 milhões em ações, produtos e serviços especificamente para manter seus padrões de segurança por conta da pandemia da Covid-19. Também tem mantido diálogo aberto com a comunidade e as autoridades públicas.

Outra área onde a Vale marca forte presença, segundo Soares é na promoção e intercâmbio com instituições ensino, com foco na inovação. O objetivo é elevar ainda mais o nível de excelência e performance dos seus colaboradores e parceiros.

“Estes são exemplos perfeitos de sinergia, de estar junto, especialmente, em momentos como este da pandemia, que ninguém imaginou viver”, reforçou.

 

Suzano: forte parceria com fornecedores capixabas

“A Suzano está envolvida em empreendimentos de relevância nacional e tudo que é construído por ela passa pelo suor de muitos colaboradores e parceiros”, afirmou seu gerente Executivo de Engenharia, Maurício Miranda.

Sempre atenta ao relacionamento com fornecedores capixabas, a empresa mantém contratos, em sua maioria, de médio prazo com esses parceiros para permitir que entendam mais sobre o negócio da empresa e busquem melhores soluções de competitividade. Temos orgulho do Espírito Santo e das empresas que o constroem”, disse.

Miranda destacou, ainda, a crise decorrente da pandemia do Coronavírus como fator de forte impacto na organização e em seus colaboradores e parceiros. Neste aspecto, ele comentou que a empresa está mantendo suas operações, mas que foram necessárias adaptações, com adoção de novos modelos, para o segmento não paralisar. Afirmou, também, que os preços se encontram menores do que os níveis históricos. Sua expectativa é de que, com a China chegando se aproximando do consumo pré-pandemia, os preços sejam recuperados.

No Espírito Santo, o gerente Executivo destacou a construção da unidade em Cachoeiro de Itapemirim, em andamento. A fábrica terá capacidade para converter 30 mil toneladas/ano de papel tissue (papéis suaves e de alta absorção) em produtos acabados. Será a maior unidade de conversão de papel higiênico e toalhas, com sede na localidade de Safra. E importante: a Suzano já começou a selecionar trabalhadores para compor a equipe que vai operar na unidade. Nesta semana, 46 pessoas iniciaram treinamentos na região. Segundo ele, também há investimentos previstos para a unidade de Aracruz. A presença de parceiros capixabas está confirmada. “Não há um grande empreendimento da nossa empresa que não conte com a parceria de fornecedores do Espírito Santo”, finalizou Miranda.

 

Petrobras: comprometida com a transformação de todos

O diretor de Transformação Digital e Inovação da Petrobras, Nicolás Simone, disse que a empresa vive, hoje, em mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo), por conta da transformação rápida e incessante. Para se adaptar e superar os problemas gerados pelo novo cenário, a empresa adotou o modelo VACCINE, pautado na velocidade, agilidade, criatividade, inovação, network e experimentação.

Todo esse arcabouço, gerido por sua diretoria, está dividido em três áreas: pesquisas e desenvolvimento, serviços compartilhados e tecnologia da informação.

Segundo ele, a pandemia é um bom exemplo de como as empresas devem atuar com foco no cenário em que reinvenção e transformação são atitudes determinantes. Ele afirmou que a Petrobras tem enfrentado essa crise em várias frentes, e não só pelo viés econômico. “Acho que, na pandemia, as empresas de petróleo passaram pela tempestade perfeita. Entre nossos desafios estava, por exemplo, colocar 30 mil colaboradores em home-office em semanas. O novo normal mudou nosso modelo de gestão. Praticamos nossos conceitos de transformação cultural, de inovação com as pessoas e, hoje, sabemos que podemos alavancar muito mais. Vamos permanecer em contínuo movimento”, afirmou.

O diretor reforçou que a frente de transformação digital está acelerando para uma frente transformacional muito grande e que a diretoria trabalha junto com todos para garantir essa mudança nas pessoas. “Todo movimento que é feito com as pessoas é fundamental para a transformação acontecer. E tudo acontecendo com foco na geração de valor para a Petrobras,” destacou.

 

 

Informações Assessoria de Comunicação da Milanez e Milaneze

 

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