Faturamento real da indústria capixaba apresenta alta

Resultado de novembro não atenua queda no ano
 
O mês de novembro foi de certo alivio para a indústria do Espírito Santo, que viu o faturamento real crescer em relação a outubro. A receita do setor avançou 28,9%, a sétima variação positiva em 2016 e a maior do ano. O crescimento, no entanto, é creditado às demandas de fim de ano e não configuram um quadro de recuperação da indústria capixaba. É o que apontou a pesquisa Indicadores Industriais do Espírito Santo, realizada mensalmente por meio da Gerência Executiva de Economia Criativa do Sesi/Senai e pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies).
 
 
Dos 12 segmentos pesquisados, cinco registraram alta na receita em novembro. A maior variação positiva ocorreu na indústria de celulose e papel, com 189,4%. Outros dois ramos que deram grande contribuição para o faturamento no mês foram os de metalurgia, com 50,8% de crescimento, e confecções, com 30,5%. As vendas para o mercado externo também apresentaram crescimento em relação a outubro, com índice de 49%.
 
Em sentido oposto, as variáveis massa salarial (-4,6), emprego (-0,6), rendimento médio real (-4,0) e horas trabalhadas na produção (-3,2), que também compõem o indicador da atividade industrial do Estado, sofreram retração no período. O mesmo aconteceu com a taxa de utilização da capacidade instalada (UCI), que ficou em -1,0%, permanecendo em trajetória de queda nos últimos 12 meses. A massa salarial registrou a sétima variação negativa durante 2016. No acumulado de doze meses, em relação ao acumulado de igual período anterior, a massa salarial apresentou decréscimo mais uma vez, de 8,3%.
 
O incremento de novembro, no entanto, não empolgou o setor, que amargou dados ruins ao longo do ano passado. “Apesar de novembro ter registrado uma atividade industrial mais aquecida, no acumulado do ano os resultados foram negativos. Logo, mesmo com o crescimento no mês, a indústria capixaba encerrou 2016 com os indicadores em queda. Alguns achavam que haveria recuperação da recessão, o que não aconteceu. Pelo contrário, a situação de desemprego, por exemplo, aprofundou-se ainda mais”, avalia o diretor-executivo do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), Doria Porto.
 
Em 2017, Porto não visualiza uma recuperação em curto prazo. O nível de emprego, por exemplo, deve sofrer uma deterioração no primeiro semestre. “A expectativa é de uma recuperação bem lenta a partir do segundo semestre. Nos primeiros meses, o desemprego ainda deve aumentar”, estima.

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