Os recentes anúncios de investimentos empresariais no Espírito Santo, o novo marco regulatório estadual do gás e o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-ES), elaborado pela Findes/Ideies em parceria com a CNI, sinalizam que o Espírito Santo pode ganhar destaque na recuperação da economia brasileira, no cenário pós-pandemia.
A Nestlé anunciou no início de setembro, dia 8, um investimento de R$ 200 milhões na unidade da fábrica de chocolates da Garoto, em Vila Velha. Os recursos serão destinados à expansão da fábrica, com foco na indústria 4.0.
“Trouxemos para a Garoto o que existe de melhor e mais moderno em tecnologia no mundo para produzir chocolates. Vamos usar internet das coisas (iOT) e big data para monitoramento e manutenção das operações”, disse o vice-presidente de Chocolates da Nestlé e Garoto, Liberato Milo.
A ArcelorMittal Tubarão informou no dia 22 que vai religar o Alto-Forno 3, retomando atividades que estavam paralisadas desde abril. Também haviam anunciado investimentos no Espírito Santo empresas como WEG (R$ 148 milhões), Café Cacique (R$ 240 milhões), Britânia (R$ 200 milhões) e Biancogrês (R$ 149 milhões). Todos serão realizados entre este ano e 2024.
Outra boa notícia para a economia estadual é a sanção, anunciada no dia 25 de setembro, pelo governador Renato Casagrande, da lei que estabelece as regras para o Mercado Livre de gás, o que estimula a concorrência e reduz o preço do insumo. O governador destacou que o Espírito Santo é o primeiro Estado do país a ter essa legislação dentro do novo marco regulatório do gás, que já passou na Câmara dos Deputados.
Esse conjunto de informações, de acordo com a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Cris Samorini, coloca o Estado em posição de destaque no cenário de retomada da economia brasileira.
“O Espírito Santo está preparado para a retomada das atividades econômicas. Os investimentos em infraestrutura irão funcionar como o motor desta recuperação. O Estado reúne condições para sair na frente desta crise e impulsionar o seu desenvolvimento econômico. O Espírito Santo possui uma localização geográfica privilegiada: o estado está localizado em um raio de 1.200 km dos quatro principais centros urbanos e industriais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. Essa localização estratégica é um benefício que pode dotar o estado de uma vocação ainda mais aguçada para o comércio exterior”, disse Cris Samorini.
Além disso, o último Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-ES) sinalizou um clima de otimismo para o industrial capixaba. Em setembro, o ICEI-ES registrou 60,5 pontos, uma alta de 3,1 pontos em relação a agosto: pela primeira vez, a confiança volta ao nível pré-pandemia. O otimismo é real e os investimentos estão saindo do papel.
O sentimento de recuperação da economia e o retorno gradual de suas atividades fizeram com que os empresários industriais capixabas demonstrassem, também, maior otimismo para os próximos seis meses. O índice de expectativas apresentou o quinto aumento consecutivo, marcando 64,2 pontos.
“Para algumas atividades a expectativa é de otimismo, devido à retomada, ainda que gradual, das atividades econômicas em boa parte do mundo. Como a indústria do ES é sensível ao cenário externo, um aumento de demanda por commodities industriais pode impactar positivamente a produção da indústria do estado, inclusive já podemos notar uma melhora nas exportações de minerais metálicos, por exemplo” disse Marcelo Saintive.
Marcelo Saintive, observou que o interessante do resultado de setembro é que o indicador não apenas revelou um otimismo mais disseminado em relação ao futuro próximo como também mostrou que, após cinco meses de avaliação negativa, esse foi o primeiro mês após o início da pandemia em que os industriais capixabas revelaram uma percepção de melhora em relação às condições atuais de negócios.
Além da característica de abertura de mercado, o Espírito Santo tem a seu favor a situação fiscal e o bom ambiente de negócios, condições que dão mais segurança ao investidor e podem ajudar a economia local a se recuperar mais rapidamente.
