Durval Vieira enfatizou a importância de inovar
“O caminho para que o Espírito Santo se torne um Estado ainda mais forte e competitivo é a inovação”. Essa foi uma afirmação constante que o presidente do CDMEC – Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico – Durval Vieira, utilizou durante toda a sua palestra, intitulada “Panorama econômico do Espírito Santo e o papel da inovação para ganhar novos mercados”, que ocorreu nessa terça-feira, dia 25 de abril, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), em Vitória. Para Durval, o Espírito Santo possui um alto grau de desenvolvimento, porém ainda precisa investir mais em qualificação profissional e inovação tecnológica para se destacar na economia nacional. O evento, promovido pelo Cindes Jovem, integra a programação da Semana Estadual do Jovem Empreendedor, que está sendo realizado até o dia 28.
Durante a sua apresentação, Durval Vieira apresentou dados importantes sobre a economia capixaba, traçando um histórico desde o século XIX até os dias atuais. “Saímos de uma monocultura do café nos anos 1960 para uma forte indústria extrativa, chegando aos dias atuais, com grandes empreendimentos instalados, mas ainda dependemos demais das commodities”, ponderou Durval. “Isso reflete a necessidade de investirmos em inovação tecnológica para atrairmos investimentos com maior valor agregado em seus produtos e serviços bem como precisamos ampliar ainda mais a nossa vocação para o comércio internacional”, destacou o presidente do CDMEC.
De acordo com Durval Vieira, o cruzamento de dois dados reflete essa necessidade de inovar e investir em qualificação. “Em estudo divulgado no ano passado pelo CLP – Centro de Lideranças Públicas -, o Espírito Santo ocupa o 7º lugar no ranking geral de competitividade entre todos os Estados brasileiros e o Distrito Federal. Estamos à frente de Estados com um PIB (Produto Interno Bruto) muito maior que o nosso. Contudo, nesse mesmo estudo, ocupamos o 13º lugar no ranking de inovação. Ainda usamos muitas máquinas, mas não exploramos o potencial humano para inovar”, refletiu Durval.
Para o presidente do CDMEC, o Espírito Santo, por ser um Estado pequeno em tamanho e em população, não tem mais como crescer somente baseado nas commodities. “Vejam o exemplo da Petrobras, que anunciou recentemente investimentos na ordem de R$ 32 bilhões para até o ano de 2021 aqui no Espírito Santo – um aumento de cerca de 45% se comparado com os quatro anos anteriores a 2017. Contudo, estamos vendo toda essa riqueza passando por fora, pois ainda não possuímos um parque tecnológico expressivo o suficiente para atendermos as centenas de demandas da exploração de petróleo e gás em nosso território. Já começamos a mudar isso com a instalação do Estaleiro Jurong no norte do Estado, que é considerado um dos mais avançados do mundo. Mas podemos muito mais”, enfatizou Durval Vieira.
“A inovação é um dos pilares que sustentam as ações do Cindes em prol do desenvolvimento sustentável capixaba. A palestra de Durval Vieira, portanto, vai ao encontro de nossos principais objetivos”, destacou o presidente do Cindes Jovem, Vitor Lomba, ao abrir o evento
Diante de uma plateia formada em sua grande maioria por jovens empreendedores que lotaram o plenário da Findes, o presidente do CDMEC destacou também a importância de segmentos ligados à economia criativa nesse novo ciclo de desenvolvimento que o Espírito Santo, na sua opinião, carece de evoluir. “Os segmentos da economia criativa representam apenas 6% do PIB estadual. Porém, a mesma economia criativa registrou um crescimento de 16% nos últimos três anos. É um setor que está conectado com o mundo e possui altíssimo valor agregado em seus produtos e serviços, sempre registrando um crescimento muito acima da economia tradicional. É esse o caminho que vocês, jovens empreendedores, devem seguir aqui no Espírito Santo”, concluiu Durval Vieira.
Por Fabio Martins
