Artigo: ES avança no ranking da competitividade – os desafios da inovação e da infraestrutura

O Espírito Santo avançou mais uma posição no ranking de competitividade elaborado pelo CLP, o Centro de Liderança Pública, organização suprapartidária que promove estudos para engajar a sociedade no enfrentamento das questões mais urgentes do Brasil. Estávamos em 6º lugar na posição geral no ano passado, agora estamos em 5º, perdendo somente para Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo.

O ranking avalia 10 pilares temáticos, como infraestrutura, segurança pública e capital humano. Os pontos fortes do Espírito Santo são solidez fiscal (somos o primeiro do país nesse pilar), eficiência da máquina pública e educação. Nossos pontos fracos são potencial de mercado (estamos na 23ª colocação) e segurança pública (15ª colocação).

Neste ano, tivemos avanços importantes em pilares como infraestrutura e especialmente em inovação, duas frentes em que a Federação das Indústrias do Espírito Santo – FINDES – tem atuado fortemente por melhorias, junto às autoridades federais e estaduais e bancada capixaba.

Nesse primeiro pilar, infraestrutura, subimos 3 posições, de 8º para 5º lugar. Na inovação, avançamos nada menos que 11 posições, estando agora em 13º – em ambos os casos, contudo, temos oportunidades de progredir ainda mais.

Em infraestrutura, um de nossos piores desempenhos é a qualidade de rodovias. Nessa área, umas das frentes que merecem a nossa atenção é a duplicação da BR 262. Devemos concentrar esforços na atuação junto ao governo federal, com o apoio de nossa bancada, para sugerir alterações no plano de outorga, que prevê a duplicação total somente em 21 anos. Isso mesmo, 21 anos.

Ou seja: se tudo caminhar bem, e a empresa vencedora do leilão iniciar a obra no ano que vem, só teremos a duplicação total em 2042! Convenhamos que é tempo demais para “segurar” o desenvolvimento do Espírito Santo.

Outra obra essencial é o Contorno de Serra do Tigre, na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), para conectar o Centro-Oeste brasileiro à Estrada de Ferro Vitória a Minas, na região metropolitana de Belo Horizonte, e a partir daí aos portos capixabas.

Esse trecho pode ser executado com recursos da outorga da renovação da FCA, em processo de análise na ANTT, consolidando o chamado Arco Leste, para escoar a produção do serrado brasileiro pelos portos do Espírito Santo. Já abordamos essa necessidade neste espaço, em textos anteriores. Esta é hoje, sem dúvidas, a obra mais importante para a integração logística do ES ao Brasil.

Já a inovação é um capítulo à parte. O levantamento do CLP observa que a inovação é considerada peça-chave para o crescimento e desenvolvimento econômico de longo prazo, pois promove ganhos de produtividade que permitem às pessoas e organizações produzirem mais, novos e melhores produtos e serviços a custos menores.

O estudo destaca ainda que as maiores inovações surgem, atualmente, a partir do trabalho conjunto entre o setor privado, a academia e o setor público, que é exatamente o que buscamos na Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI).

Em inovação, como vimos, tivemos um desempenho fantástico: galgamos 11 posições, mas ainda estamos em 13º nesse pilar no ranking geral, e devemos persistir na evolução.  Crédito, habitats, conexões, inovação aberta, academia empreendedora, educação empreendedora, redução da burocracia – essa agenda tem de ser aprofundada para podermos avançar mais.

Criamos instrumentos importantes, como o FUNCITEC – um fundo para investir em projetos de inovação das empresas, tanto startups como spin-offs. Mas o fundo precisa ser melhor operacionalizado, para ganhar publicidade nacional e internacional e atrair os melhores projetos para serem desenvolvidos no Estado.

Trabalhamos para construir novos habitats, que têm tido demanda acima do esperado, como ocorre com FINDESLAB e o Base27, mas ainda há um déficit a ser atendido.  Precisamos também da academia com uma pegada mais empreendedora.

Aproximamos mais as grandes empresas do ecossistema capixaba: várias delas já lançaram seus desafios de inovação aberta. Isso tem uma potência gigantesca para mobilizar o ecossistema e encurtar o caminho para gerar novas notas fiscais no Estado.

Construímos, a várias mãos, essa ferramenta poderosa, que é a MCI.  Precisamos cada vez mais potencializar essa união de forças e aperfeiçoá-la, para que possamos colocar o ES no top 5 desse pilar.

Inovação não é a agenda do futuro, é a agenda do presente, e sem dúvida é uma das agendas mais inclusivas e impactantes para a sociedade. O Espírito Santo está no caminho certo! Precisamos agora é ganhar velocidade, pois o mundo está a mil!

Artigo publicado originalmente em A Gazeta, escrito por Léo de Castro. Léo é vice-presidente da CNI, presidente do Conselho Temático de Política Industrial da CNI, ex-presidente da Findes, vice-presidente no Conselho Deliberativo do Sebrae-ES e vice-presidente da Fibrasa.

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