O presidente do Sistema Findes, Léo de Castro, declarou que a aprovação da Medida Provisória 832/2018 no Congresso vai aumentar o preço dos produtos para o consumidor final e prejudicar a produção nas indústrias. A Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) já havia ingressado na Justiça Federal, em junho, com mandado de segurança coletivo contra a proposta.
“O Espírito Santo possui apenas 2% da população nacional, nosso mercado é pequeno e boa parte da produção é vendida para outros Estados ou países. Nos beneficiamos do chamado ‘frete de retorno’, que ficou inviável com o tabelamento. Isso afeta a competitividade das indústrias capixabas, aumenta os custos e, inevitavelmente, vai impactar o bolso dos consumidores”, destacou Castro.
Segundo o presidente do Sistema Findes, diversos fatores vêm pressionando os custos industriais, que atualmente opera com apenas 77% de utilização da capacidade instalada – abaixo da média histórica de 81%. A alta no valor do frete, na avaliação de Castro, vai desestimular a produção e inibir a contratação de novos profissionais.
“A indústria enfrenta a burocracia, a confusão tributária do país, o alto custo de energia, entre tantos outros itens, para gerar empregos e oportunidades. A decisão populista de tabelar o frete para beneficiar um setor específico, indo contra princípios básicos de mercado e da livre iniciativa, trava nova perspectivas de investimentos e contratações, tamanha a imprevisibilidade causada”, pontuou o presidente.
Nos primeiros cinco meses do ano, a indústria foi a segunda maior geradora de empregos formais no Espírito Santo, conforme dados do Caged analisados pelo Ideies. De janeiro a maio, dos 14.458 postos de trabalho criados no Estado, 5.761 vieram da indústria. O setor ficou atrás apenas da agropecuária, que acumulou alta de 6.418 novos empregos no período.
Por Rafael Porto