
Davis é coautor de conceitos centrais, como o modelo dos “três círculos” do sistema de empresas familiares
“Se você quer ser bem-sucedido em família, precisa ter as mãos no volante. A liderança tem que estar com vocês.” A reflexão do professor John Davis, uma das maiores autoridades do mundo em empresas familiares, marcou o primeiro dia do Fórum IEL de Gestão 2025, realizado nesta quinta-feira (30), no Centro de Convenções de Vitória.
O evento reuniu lideranças empresariais, executivos e especialistas para debater o tema “Ownership: Negócios que atravessam gerações”. O presidente da FINDES, Paulo Baraona, destacou que discutir sucessão é também refletir sobre o futuro da indústria capixaba.
“Quando falamos em ownership, em sucessão familiar, falamos de futuro. É sobre o futuro que o Fórum IEL de Gestão se propõe a refletir. A cada edição, o IEL cumpre um papel essencial: ajudar o setor produtivo a enxergar o que vem adiante. Aqui, antecipamos tendências, discutimos problemas reais e preparamos nossas lideranças para os desafios que o tempo trará”, afirmou.

“O evento traz ao Espírito Santo o que há de mais relevante no debate sobre gestão, liderança e desenvolvimento. E o que vemos hoje é resultado de um evento maduro, de muito planejamento e de um reposicionamento do nosso Instituto Euvaldo Lodi (IEL), que reúne conteúdo de valor estratégico, visão prática e oportunidades reais de negócios para o empresário capixaba”, disse o CEO da FINDES, Roberto Campos.
“O Sicoob é parceiro de longa data da FINDES. Nos orgulha muito ser uma cooperativa de crédito apoiando o Fórum IEL, um evento desafiador, que desde o ano passado aumentou a sua envergadura, trazendo palestrantes de renome internacional. E esse ano com John Davis e o tema sucessão familiar, trazemos uma discussão muito importante para o nosso Estado, em função de a maioria das nossas empresas serem pequenas e de propriedade familiar”, falou o diretor de Operações e Negócios do SICOOB-ES, Alecsandro Casassi.


“Eventos como o Fórum IEL de Gestão reforçam a importância da parceria entre o poder público e o setor produtivo na construção de um ambiente de desenvolvimento sustentável. Vitória tem avançado porque une inovação, educação e qualidade de vida, e é esse mesmo espírito colaborativo que vejo aqui, com o IEL e o Sistema FINDES, preparando empresas e pessoas para o futuro”, destacou a vice-prefeita de Vitória, Cris Samorini.
“O Espírito Santo vive um momento de transformação econômica, com grandes investimentos que fortalecem a nossa industrialização e ampliam nossa competitividade. Mas, mais do que atrair empreendimentos, o nosso papel é garantir uma gestão responsável e eficiente dos recursos, para que a riqueza gerada por trabalhadores, produtores e empresários se converta em desenvolvimento, dignidade e oportunidades para todos os capixabas”, destacou o vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço.


Durante a apresentação, John Davis, fundador da área de gestão de empresas familiares da Harvard Business School, destacou que o processo sucessório é o coração da continuidade empresarial.
“Empresas familiares são a espinha dorsal da economia mundial. Elas representam cerca de 70% das empresas nos Estados Unidos e o mesmo ocorre no Brasil. O sucesso de longo prazo depende da capacidade de planejar a transição de gerações com clareza e propósito. Quando as famílias estão preparadas, elas constroem organizações mais fortes, mais humanas e mais resilientes”, afirmou o especialista.
Davis também defendeu que a preparação de sucessores deve começar cedo, com uma combinação de formação, mentoria e vivência prática. Segundo ele, “quanto mais cedo os jovens da família forem inseridos no negócio, mais natural será a passagem de bastão e menores serão os riscos de ruptura.”
Sobrevivência de empresas capixabas é superior à média nacional
De acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disponível no Anuário IEL 200 Maiores e Melhores Empresas, o estado conta com uma taxa de sobrevivência de empresas superior à média nacional. Entre as que nasceram em 2017, 38,9% ainda estavam ativas em 2022. Já o índice do Brasil ficou em 37,9%.

“O que diferencia aquelas que resistem ao tempo, sem dúvida alguma, é a capacidade de planejar o futuro. Muitas empresas centenárias apresentam como ponto em comum o fato de terem preparado sucessores, seja dentro da própria família, seja formando lideranças ao longo do caminho”, afirmou Baraona.
Lançamento do Anuário IEL 200 Maiores e Melhores Empresas
Durante o primeiro dia do Fórum, foi lançado o Anuário IEL 200 Maiores e Melhores Empresas no Espírito Santo, que chega à sua 29ª edição. A publicação destaca o desempenho das organizações que movimentam a economia capixaba e aponta um novo recorde: R$ 219 bilhões em receita operacional líquida, um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. O levantamento evidencia o protagonismo da indústria, responsável por R$ 92 bilhões desse total.
Para o superintendente do IEL-ES, Maximiliano de Oliveira Alves, o Anuário reforça o compromisso da instituição em gerar conhecimento e apoiar o crescimento sustentável das organizações do Estado.

“Escrevemos mais um capítulo da história do Anuário IEL das 200 Maiores e Melhores Empresas no Espírito Santo e, com muita satisfação, vemos esta publicação consolidar-se mais como uma importante referência para destacar as organizações que se sobressaem no cenário local e contribuem para o desenvolvimento socioeconômico do Estado”, afirmou.
O Fórum IEL de Gestão é realizado pelo IEL-ES e pela FINDES, com patrocínio Cota Apresenta do Sicoob e das empresas Maely, Rede Vitória, Sebrae, IEL Nacional, Caixa Econômica Federal, Faesa, Grupo Águia Branca, Vale, Vimetal, Le Card, Cooabriel, Apex, Cedisa, Divulgue, Garoto, Marcopolo/Volare, Meridional, Natercoop, Abreu Judice, Terca, Comprocard, Prefeitura de Colatina e CIM Noroeste. Conta ainda com apoio institucional da Faesa e com o apoio dos mantenedores do IEL: SENAI e SESI.
Por Yan Carlos Barbosa











