Texto originalmente publicado no jornal A Gazeta, na editoria de Opinião, no dia 29 de julho de 2015.
*Por Marcos Guerra – presidente da Findes
O Brasil vive um ano de instabilidade. A indústria nacional, em meio às incertezas políticas e econômicas, vem registrando sucessivos recuos e revisando seu planejamento para 2016. Até mesmo os postos de trabalho, mantidos com muito esforço, estão em risco. A indústria luta para gerar oportunidades, mas segue sob ameaças: falta de infraestrutura, aumento de tributos e juros, custos de produção, crise política e insegurança jurídica.
A queda acumulada de 6,9% na produção física industrial de janeiro a maio diluiu a confiança dos empreendedores. O Índice de Confiança do Empresário Industrial, elaborado pela (Confederação Nacional das Indústrias), atingiu marcas negativas históricas no Brasil e no Espírito Santo. O baixo indicador, em um raciocínio lógico, aponta para um ano de retração e poucos investimentos.
Entretanto, nas entidades que compõem o Sistema S, em especial no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a ordem é avançar, ainda que com cautela, diante das adversidades. No cenário atual, o trabalho dessas instituições torna-se base de apoio para a formação e a especialização de mão de obra em todas as etapas da cadeia produtiva. Investindo em aprimoramento do nosso capital humano, produzimos inovação.
O Espírito Santo é exemplo dessa equação. Apesar das quedas do Produto Interno Bruno (PIB) e da produção física em 2012 e 2013, acreditamos na reação da indústria e colocamos na rua o maior plano de investimentos da história da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes). Ouvimos de perto as lideranças e ajudamos a preparar nosso Estado para os novos empreendimentos. Os setores tradicionais da indústria enfrentam dificuldades, cabe reconhecer, mas a produção física capixaba alcançou 18% de crescimento de janeiro a maio deste ano, o melhor resultado do país – influenciado pelas indústrias extrativa e de aço, além das dezenas de novos projetos em operação. Um sinal de força e resistência.
A Findes completa hoje 57 anos de história. Trabalharemos sempre para orientar, buscar soluções e estimular o desenvolvimento econômico do Estado. O Sistema está organizado e se preparou para os desafios que virão. Acredito que não é hora de recuar, mas de criar e executar projetos nas entidades representativas a fim de viabilizar a manutenção dos empregos e a maximização dos resultados. Os integrantes da indústria, trabalhadores e empreendedores, têm no Sistema Findes uma base de apoio para o desenvolvimento econômico capixaba.
