17/06/2015 – Seminário apresenta projetos inovadores para superar crise energética

A Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), por meio do Conselho Temático de Energia (Conerg), promoveu na noite dessa terça-feira, dia 16 de junho, o seminário “Soluções para a Crise de Energia”. O evento, realizado no Plenário do Edifício Findes, em Vitória, contou com a apresentação de soluções para eficiência energética e fontes de energia alternativas, baratas e limpas (ecologicamente corretas), além de linhas de crédito para projetos nesse sentido.

O seminário foi voltado para empresários, gestores da iniciativa privada e também do setor público, além dos sindicatos empresariais filiados à Findes, e consistiu na segunda etapa do ciclo de debates sobre o tema – a primeira ocorreu em dezembro de 2014, quando foram discutidos principalmente os riscos de racionamento de energia e quais medidas tomar diante daquele cenário.

Frente a um plenário absolutamente lotado – o que comprovou o alto interesse em torno das propostas apresentadas pelos palestrantes –, o presidente da federação, Marcos Guerra, abriu oficialmente os trabalhos citando a importância de se buscar soluções para a questão energética face a um panorama muito desfavorável para o setor produtivo. “Há muitos anos a indústria capixaba vem sendo penalizada com algumas das mais altas tarifas de energia elétrica do país, e cabe a nós, da Federação das Indústrias, buscarmos alternativas para que isso não afete ainda mais a competitividade de nossas empresas”, destacou.

“Somente nos últimos 12 meses, tivemos um aumento de mais de 80% na tarifa para a indústria no Espírito Santo, e, em agosto, teremos novo reajuste. Além disso, as bacias que abastecem o sistema de geração hidrelétrica estão operando além do limite. É preciso buscar soluções como fontes alternativas e limpas, pois a indústria está pagando a conta pela má gestão do sistema energético brasileiro”, ressaltou o presidente.

Potencial imenso, porém pouco explorado

A primeira apresentação foi realizada pelo gerente comercial da SunEdison no Brasil, Cesar Toshinori, que mostrou os projetos inovadores voltados para a geração de energia fotovoltaica (solar) desenvolvidos para o mercado brasileiro – a empresa anunciou investimentos de cerca de R$ 7 bilhões para os próximos 20 anos em território nacional. Os projetos vão desde os de grande escala, voltados para empresas de grande porte, às soluções para residências. O representante da SunEdison mostrou ainda a situação atual da geração de energia fotovoltaica no Brasil (“muito tímida”), e o imenso potencial que o país possui.

Download da apresentação da SunEdison

Em seguida, foi a vez do diretor executivo da empresa EnerDynamic no Brasil, Armando Diaz Marques, que destacou a necessidade de se avançar na geração de energia por fontes alternativas à matriz hidrelétrica, que concentra 69,8% de toda a energia produzida no país, seguida da termelétrica (27,1% – “cara e poluente”, segundo Armando), nuclear (1,7%) e eólica (1,4%) – dados fornecidos pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Entre os diversos projetos da EnerDynamic apresentados no seminário, destacam-se o EnerCube, um híbrido de gerador de energia eólica e fotovoltaica, com custo baixo e tempo de instalação de apenas uma hora; o EnerCom (para a geração de energia em torres de telefonia); e o EnerSmart (para armazenamento inteligente de energia).

Download da apresentação da EnerDynamic

Um portal para o gerenciamento do sistema de energia das empresas: essa foi a solução apresentada pela empresa Engineering do Brasil – ENGdB. O diretor executivo da Smart Energia – braço tecnológico da ENGdB, René Carlos Bender, destacou as vantagens da utilização do portal, que fornece informações sobre o gerenciamento de energia de uma empresa ou entidade em tempo real, possibilitando o melhor desempenho energético, melhor gerenciamento financeiro (“o que evita, por exemplo, o custo com multas por falta de conhecimento adequado da legislação”, disse René), o melhor uso da própria energia contratada e, por fim, a sustentabilidade financeira (economia).

Download da apresentação da ENGdB

“Gestão Eficiente da Energia com Autoprodução Através da Energia Solar Fotovoltaica”: a palestra do representante em “Solar Business” da Weg do Brasil, Julio Alexandre Martins, tocou na questão da eficiência na geração de energia. Os produtos da empresa prometem até 98% do potencial que pode ser utilizado de um gerador, por meio de um sistema integrado de geração, transmissão, utilização e compartilhamento de energia. Julio enfatizou o enorme potencial do Brasil para a geração de energia fotovoltaica: “As que são consideradas piores áreas para a captação de energia solar no Brasil correspondem a 30% a mais do melhor potencial que existe na Alemanha, atualmente o país que mais produz energia fotovoltaica no mundo”, destacou como exemplo o representante da WEG.

Download da apresentação da WEG

Por fim, o gerente de Relacionamento Corporativo do Banco de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo – Bandes, Ezequiel Loureiro Nascimento, apresentou as linhas de crédito do banco disponíveis para projetos de eficiência energética e energias renováveis. Foram explicadas todas as condicionantes para a concessão de créditos (que variam de R$ 6 milhões a R$ 15 milhões) para projetos inovadores, com juros considerados baixos pelo mercado e abertos tanto para micro e pequenas empresas quanto para médias e grandes.

Download da apresentação do Bandes

Após as apresentações, houve o ciclo de debates, com diversas questões levantadas a respeito dos projetos apresentados e, também, sobre as condições para se evoluir na geração de energia alternativa e limpa no Espírito Santo. Na avaliação do presidente do Conerg, Nélio Rodrigues Borges, o seminário obteve saldo extremamente positivo, tanto pelo alto interesse acerca do tema – comprovado pela lotação do Plenário da Findes –, quanto para o avanço da questão energética no Estado. “Para que o Espírito Santo esteja entre os líderes na geração de energia alternativa, é preciso haver maior incentivo tributário para que as empresas possam investir. O trabalho agora é para criarmos as condições ideais para que isso aconteça”, concluiu Nélio.

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