Thomaz Azulay: um DNA abençoado pela criatividade e a descontrução

“Eu nunca estive fora do mundo da moda, na verdade. Uma vez me perguntaram: ‘você não tem vontade de seguir nenhuma profissão tradicional?’ Mais tradicional do que essa na minha família não tem. Desde sempre, eu tive influências para seguir esse caminho, tanto da família materna quanto na paterna. Sempre foi de arte, não tive escapatória”.

Assim começa uma conversa descontraída com o estilista Thomaz Azulay, palestrante do terceiro dia do Vitória Moda ano 11 e que concedeu entrevista para a Findes. Nesta quarta-feira (01), no auditório da federação, ele relembrou a trajetória artística de sua família, a revolução no mundo fashion provocada pelo seu pai Simão Azulay, criador da Yes, Brazil!, precursora dos jeans customizados no país; e a parceria com o seu tio David Azulay, fundador da marca de beachwear Blueman, idealizador do sungão e do sunkini, considerado pai da moda praia no Brasil.

“Eu respirei muito moda na infância. Meu pai morreu, eu tinha 2 anos, não tive convivência com ele. Mas ele deixou um legado tão grande, a marca Yes,Brazil! existiu por 20 anos ainda após a morte dele, então eu vivi tudo aquilo também. Teve a Blue Man. Minha avó materna ela foi modelo e atriz. Acho que é algo totalmente familiar, diria genético mesmo”, discorreu sobre suas influências.

Em sua carreira, Thomaz assumiu a direção criativa da Blueman entre 2011 e 2014, quando resolveu seguir seu próprio caminho e criou a grife The Paradise, ao lado do sócio e marido Patrick Doering.

“Acho muito importante para qualquer profissional da área criativa, trabalhar em uma empresa antes de se lançar em projeto solo. Ter a experiência. Eu tive essa sorte de dirigir a Blueman, uma empresa grande, com respaldo do mercado. Fui muito bem recebido. Isso me deu um background durante quatro anos de ter a segurança para ter uma própria marca. É um mercado difícil, de muita concorrência, às vezes, injusto para quem cria. Você precisa ter algum parâmetro para colocar seu barco sozinho sem ter nenhum medo”, avaliou sobre sua trajetória.

A grife de roupas masculinas e femininas mescla estampas especiais e cortes mais clássicos, de acordo com ele, de forma quase artesanal. Alguma peças, contou o estilista, são feitas à mão e carregada de dedicação e carinho da equipe.

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– Confira alguns momentos da marcante palestra de Thomaz Azulay

Moda Praia

É um exercício quase antropológico fazer Moda Praia. Ninguém está de biquíni tranquilamente. Sempre tem uma questão que incomoda. Na Moda Praia é o consumidor que dita o que ele quer usar. A indústria absorve o que ele está fazendo.

O que observa na hora de fazer moda

Eu sempre busco observar o todo. Qual exercício está na moda, o que muda no corpo da mulher com aquilo. Essa foi uma área que me deu um bom background para trabalhar com Moda Praia.

Yes, Brazil!

A “Yes, Brazil!” foi muito mais que uma marca, foi um fenômeno social. Criou ícones. Escuto histórias de pessoas que juntavam dinheiro para comprar uma peça, que tinha essa pegada new wave. Mas era uma marca que tinha uma persona, que levava a bandeira do Rio de Janeiro por onde fosse, mesmo não sendo carioca.

Moda pelo pai

Meu pai dizia que criava para cabeças cariocas. Que em qualquer lugar do mundo existe alguém com essa cabeça. O Espírito Santo, por exemplo, tem essa sinergia com o Rio.

Indústria da Moda

A indústria não vive só de criação. Ela vive da agitação da moda, que é despertar o interesse do consumidor pela moda.

Por Fiorella Gomes

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