Na análise do Ideies, as expectativas do começo de 2016 não se concretizaram, e a recuperação da indústria capixaba deverá ser mais lenta, ocorrendo somente a partir do 2º semestre do ano que vem
Ainda não será em 2016 que a indústria capixaba mostrará recuperação. Os sinais de superação da crise econômica agora só estão previstos para o 2º semestre de 2017, ao contrário dos prognósticos divulgados no começo deste ano. É o que mostra a pesquisa do Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) do mês de novembro, na versão para o Espírito Santo (a pesquisa é nacional, e abrange todos os Estados), divulgada nesta semana pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial – Ideies.
O principal indicador, que compara a confiança do mês atual frente ao mês anterior, recuou 1,6 ponto, permanecendo abaixo da linha divisória entre a confiança e a falta de confiança, com 47,7 pontos. Essa queda sinaliza uma percepção de piora das condições atuais e uma revisão nas expectativas dos industriais para os próximos seis meses, já que esses dois indicadores recuaram em 1,0 ponto e 1,8 ponto, respectivamente. Contudo, mesmo com a queda, o indicador de expectativas se manteve acima de 50 pontos, que é o patamar considerado como otimista.
“O principal ponto a ser observado no Icei de novembro é a queda na confiança do empresário capixaba para as condições atuais, o que teve impacto direto sobre o indicador de expectativas para os próximos seis meses. Ou seja, se no começo do ano havia uma expectativa de pequena recuperação ainda em 2016, com uma retomada gradativa a partir do começo de 2017, esse panorama mudou para pior”, analisa o diretor executivo do Ideies, Doria Porto. “Os industriais capixabas esperaram por algo que não se concretizou, e por isso as previsões de recuperação serão mais lentas, com retomada do crescimento – de forma ainda bem lenta – a partir somente do 2º semestre de 2017”, completa Porto.
“Ainda assim, é possível afirmar que o industrial capixaba está menos pessimista em 2016, tendo em vista a proximidade dos índices recentes com a linha de confiança, que é de 50 pontos”, pondera o diretor executivo do Ideies. “Além disso, ao compararmos o índice de novembro de 2016 (47,7 pontos) com o de novembro do ano passado (38,5 pontos), observa-se um avanço de 9,2 pontos no índice atual”, conclui Doria Porto.
O Icei do Brasil também recuou em novembro, registrando 51,7 pontos, o que representou uma redução de 0,6 ponto frente a outubro, mas um aumento de 15,3 pontos quando comparado a novembro de 2015.
A pesquisa
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) é um indicador antecedente da produção industrial, ou seja, tem o objetivo de identificar mudança de tendência na produção, de forma a auxiliar na previsão do produto industrial e, por conseguinte, do PIB (Produto Interno Bruto). Empresários confiantes tendem a aumentar o investimento e a produção para atender ao esperado crescimento na demanda.
As informações necessárias para a construção do Icei são coletadas por meio dos questionários da Sondagem Industrial e da Sondagem Indústria da Construção, que são pesquisas de opinião realizadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com as Federações das Indústrias. Assim, enquanto as duas sondagens divulgam informações referentes a um determinado mês, o ICEI divulga as expectativas do mês seguinte. No Espírito Santo, a pesquisa é realizada pelo Sesi-ES e Senai-ES, por meio de sua Gerência Executiva de Economia Criativa, junto com o Ideies.
Por Fabio Martins
