O empresário tem que acreditar e investir em inovação, diz o presidente da TecVix, Luiz Alberto

Funcionários da TecVix, atuam no desenvolvimento de novos produtos e tecnologias

Com uma reserva de quase 2 bilhões de barris de petróleo, produção em 70 campos e 366 poços em atividade onshore e offshore, a exploração e a produção de petróleo nas bacias do Espírito Santo transformou o estado em peça-chave no desenvolvimento estratégico do setor de petróleo e gás natural no Brasil.

O Espírito Santo é um dos mais importantes produtores brasileiros de petróleo e gás natural, tendo sido o primeiro Estado a produzir na camada Pré-Sal. Com uma rede de empresas e serviços de alta qualidade, reconhecida por investidores de diferentes países, o bom desempenho alcançado, é fruto do esforço conjunto das empresas e instituições ligadas ao setor de petróleo e gás no Espírito Santo.

 

A TecVix, por exemplo, atua no fornecimento de produtos e serviços industriais de alto valor agregado, como: celulose e papel, mineração, siderurgia e petróleo e gás. Em entrevista ao Sistema Findes, o diretor-presidente da TecVix, Luiz Alberto Carvalho, traz mais detalhes desse setor.

Você é um dos fundadores da TecVix? Conte-nos a história da empresa?

Trabalhei nas empresas Vale e Fibria durante 20 anos. A ideia de montar uma empresa faz parte do meu espírito empreendedor que sempre esteve presente nos meus objetivos de vida.

Mas tudo tomou sentido quando em 1994 fiz uma viagem a Suécia, Finlândia e me dei conta de que tudo era feito sob regime de terceirização.

Retornando ao Brasil vi que seria possível montar uma empresa para atuar na prestação de serviços de manutenção industrial, área que já conhecia.

Nesta época já era percebido várias iniciativas de terceirização no setor industrial Brasileiro, tomado por estes movimentos fundei a TECVIX-PS em abril de 1999.

Qual a área de atuação da TecVix e em quais marcados ela atua?

A Tecvix atua nos seguimentos de manutenção industrial, fabricação de componentes para o setor de óleo e gás, para o mercado nacional das indústrias de Papel e Celulose, Siderúrgico, Químico, Oil &Gas.

Como é a sua formação e quais especializações procurou fazer para se aperfeiçoar?

Sou graduado em Engenharia Mecânica pela UFES e em Administração de empresas pela UVV. Durante essa trajetória profissional participei de inúmeros cursos de qualificação técnica e gestão de negócios. Além disso, também estive em inúmeros congressos internacionais nos EUA-Houston, China, Singapura, Noruega, Aberdden-Escócia, Alemanha-Hannover.

Nas minhas instituições de classe, sempre fui ativo, com atuações na: Abraman-ES, Sindifer –ES, Findes, CDMEC, COPIN- Conselho de política industrial da CNI e FGP&G- Fórum Capixaba de Petróleo e Gás.

Sobre o mercado e a empresa

As práticas de Inovação são uma tendência do mercado. Pode dar detalhes de projetos que tem desenvolvido na nesse sentido?

Investir em inovação é uma tarefa árdua, tudo depende do empreendedor que está à frente do negócio. As dificuldades no Brasil são enormes, principalmente no que diz respeito ao apoio financeiro.

Inovar é extremamente importante para o desenvolvimento de qualquer País. Em fevereiro de 2013, criamos a TECVIX-DI, uma Spin-off da TECVIX-PS, com o objetivo exclusivo de desenvolver tecnologias inovadoras, e incubamos na TecVitória.

Hoje temos uma carteira com 10 projetos. São eles:

  • Tubos isolados para injeção de vapor
  • Coluna isolada de revestimento
  • Tubos rasgados para controle de areia
  • Centralizadores de tubos de revestimento
  • Bombas alternativas para poços terrestres
  • Hidrociclones encapsulados
  • Processos especiais de soldagem
  • Luvas isoladas
  • Niplle estendido
  • Inspeção de poços

Os tubos de injeção e as luvas isoladas já estão sendo comercializados no mercado nacional e iniciamos o desenvolvimento de mercados externos, visto que temos tecnologia patenteada para competir com os grandes fornecedores que atuam neste setor. Iniciamos pelos mercados Colombiano, Americano e Oriente Médio.

Você já fez parte do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás. Na sua opinião, qual a importância do projeto?

O FCP&G tem como concepção inicial desenvolver e aprimorar tecnologias e, nesse sentido, é uma das maiores iniciativas do Estado. Uma ambiência propícia para incentivar o empreendedor a investir em inovação.

Como enxerga o fórum de P&G no futuro para o setor de metalmecânica no Estado e quais contribuições para a economia do estado?

O setor metalmecânico capixaba trabalha muito no projeto de grandes detentores de tecnologia, ou seja, executa o projeto enviado pelo cliente. O Estado sempre será beneficiado se tivermos uma economia apoiada em tecnologias de ponta para atendermos diversas demandas tecnológicas.

Você participa fortemente de captações de demandas tecnológicas da Petrobras e já conseguiu vários projetos e dois deles já viraram produto. Como enxerga esse segmento e como outros empresários podem também atuar nesse setor?

O FCP&G tem como um dos pilares estratégicos desenvolver tecnologias inovadoras, tarefa que requer muita determinação do empreendedor, visto que o desenvolvimento dos projetos é relativamente lento e com imprescindível participação da academia.

Mesmo que um empreendedor tenha boas ideias é muito difícil que ele consiga convencer alguma operadora a utilizar o seu produto num setor que trabalha com alto risco operacional, e a partir do Fórum, o empreendedor assina um acordo de cooperação, que lhe dará acesso há um conjunto de informações técnicas, base para o desenvolvimento de seus produtos que permitirá a elaboração dos protótipos, teste de campo e homologação do produto final.

Considera que inovação e qualificação são os grandes desafios para empresas se tornarem ainda mais competitivas?

Sim, precisamos trabalhar muito. Para reflexão, toda tecnologia para o setor de óleo e gás ainda é importada. O que podemos concluir, é que há espaços para se desenvolver tecnologia nacional.

 

Entrevista por Cinthia Pimentel

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