A Findes liderou um grupo de 20 empresários, que entregaram propostas ao presidente
Representantes da Federação das Indústrias do Espírito Santo estiveram em Brasília nesta quarta-feira (11) com o presidente Jair Bolsonaro, para manifestar apoio à agenda econômica do governo federal. O encontro, realizado na sede da CNI, contou com a participação de mais de 650 industriais de todo o país. Estiveram presentes, além do presidente Bolsonaro, os ministro da Economia, Paulo Guedes, da Cidadania, Osmar Terra, e o secretário de Produtividade, Carlos da Costa.
Pela Findes, um grupo com 20 empresários de diversos segmentos da indústria participou da reunião e entregou ao presidente propostas para impulsionar a economia e a indústria do Estado e do país, como a duplicação das BRs 262 e 101, o licenciamento da BR 101 Norte e a privatização da Codesa.
“Eu não sou o patrão, eu sou o empregado de vocês. O que vocês me pedem não é um favor, é minha obrigação atendê-los. Vocês estão aqui porque acreditam no Brasil”, disse o presidente. Ele defendeu a redução da burocracia e da interferência do Estado no setor produtivo: “Nós temos decretos, por muitas vezes, que vão além da legislação e atrapalham a vida de todos. Ofereço aos senhores, o que estiver atrapalhando, nos procurem. Em poucos dias submeto a proposta a nossa assessoria jurídica. Se for o caso, mudamos o decreto”.
Para o presidente da Findes, Léo de Castro, o encontro reforça o alinhamento entre o setor produtivo e a política econômica do governo federal. Pesquisa do Ibope divulgada no encontro pela CNI mostra que 60% dos empresários consideram o governo bom ou ótimo. “O governo está no caminho certo. Houve o compromisso mútuo de avançarmos nessa agenda. Houve acordos importantes para o Sistema S. A agenda do governo, de aumentar a produtividade, desburocratizar, melhorar a infraestrutura é também a agenda prioritária da indústria. Como disse o presidente, é preciso tirar o Estado do cangote do empresário”, disse Léo de Castro.
O presidente do Sindicato da Construção Civil, Paulo Baraona, considerou o encontro muito positivo: “Os dados da CNI mostram a aprovação da agenda do governo, uma agenda que tem produzido resultados. O presidente Bolsonaro falou com o coração, não falou para agradar. Isso reforça a confiança no governo”.
O presidente do Sindirepa, Sindicato da Indústria de Reparação Automotiva, Eduardo Dalla Mura, observou: “O governo é autêntico, não é populista. O populista bate no empresário. Já o presidente Bolsonaro eleva a categoria ao valor que ela tem. O empregado tem valor, mas o empresário tem valor também. E o governo valoriza isso”.
Já o presidente do Sincafe, Sindicato da Indústria do Café Torrado, Pedro Carnielli, destacou que Bolsonaro, no governo, cumpriu o que havia prometido na campanha: “A CNI exibiu um vídeo mostrando isso. Ele prometia valorizar o empresariado, que gera emprego, e as expectativas se confirmaram. E o desempenho da economia mostra que estamos no caminho certo.”
“Esse encontro foi muito importante porque mostra que o empresário está confiante. E o empresário acompanha o que está acontecendo na economia: bolsa batendo recorde, juros baixos, os indicadores são positivos. Isso gera um sinal importante para o empresário tomar a decisão de investimentos. É o empreendedor que tem a capacidade de investir e gerar emprego. Então um encontro como esse emite um sinal importante. Essas informações circulam e geram uma ambiência positiva”, afirmou Tales Machado, presidente do Sindirochas.
O secretário de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, que esteve em Vitoria no dia 28 de novembro para o Encontro da Indústria, destacou: “Iniciamos um período de reindustrialização do Brasil. A participação da indústria no PIB crescerá este ano”. A indústria representa 22% do PIB brasileiro e responde por 70% das exportações, 77% dos gastos em pesquisa e tecnologia e por 34% dos impostos federais. Em nível Estadual, esse número chega a 45%.
Acordo de cooperação técnica
No encontro na CNI, os ministros Osmar Terra e Paulo Guedes assinaram acordos de cooperação técnica com o Sesi e o Senai. Um dos acordos prevê a oferta de 1,32 milhão de matrículas em cursos de educação profissional direcionados às demandas das indústrias participantes do programa Emprega + e o atendimento a cerca de 46,8 mil empresas em cursos de aperfeiçoamento profissional, serviços técnicos e de consultoria no âmbito do programa Brasil Mais Produtivo, que teve a sua metodologia desenvolvida pelo Senai do Espírito Santo.
Conheça as propostas prioritárias que serão apresentadas ao presidente Jair Bolsonaro. Agendas fundamentais para o crescimento do Espírito Santo e do Brasil.
I – Relativos a Ambiente de Negócios e Regulamentação:
- Tramitação urgente de uma REFORMA TRIBUTÁRIA profunda, que traga simplificação e maior segurança jurídica ao empresário brasileiro.
- Da mesma forma, urgência na REFORMA ADMINISTRATIVA, para reduzir o tamanho e o custo do Estado, equilibrando a condição de investimento em áreas prioritárias como segurança, educação e saúde.
- Desburocratização dos processos de licenciamento ambiental através de revogação ou revisão da IN 001/2015 do Iphan, que vincula este órgão aos processos de licenciamento ambiental, gerando atrasos incalculáveis às emissões de licenças, sobretudo para o setor de mineração.
- Esforço adicional para aprovação PL 168/2018, que tramita no Senado, sobre a Lei Geral de Licenciamento, sob relatoria do Senador Sérgio Petecão (PSD/AC).
- Proposição de PEC limitando os tribunais de contas a apenas emitirem pareceres, evitando que TCU e TCEs paralisem obras intempestivamente.
- Adequação da legislação vigente para que agentes públicos somente possam ser condenados se comprovado dolo em sua conduta.
- Aprovação de lei federal instituidora do atestado médico digital nos âmbitos público e privado de saúde, conforme prevê projeto de lei 3957/2015, de autoria do Deputado Hugo Motta (PMDB/PB).
II – Relativos à Infraestrutura:
- Execução das obras interrompidas de 7 km da BR 262 pelo Exército Brasileiro e previsão de aplicação de recursos federais no trecho do Espírito Santo dessa rodovia, a fim de elevar a velocidade diretriz de projeto para 80 km/h e garantir que o processo de concessão se complete – considerando esforço adicional para atrair os investidores – dentro do calendário estipulado pelo Ministério da Infraestrutura, com previsão para segundo semestre de 2020.
- Imediata emissão de licença prévia pelo IBAMA para duplicação do trecho Norte da BR 101 e revisão quinquenal do contrato de concessão da ANTT com a concessionária, a ECO 101.
- Celebração imediata dos contratos de adesão com a ANTAQ e de cessão onerosa com a SPU do Porto da Imetame.
- Esforço adicional para aprovação do PL 6407, a Nova Lei do Gás.
- Incentivo aos produtores de gás para implantação de nova Unidade de Processamento de Gás Natural – UPGN, no Espírito Santo, para processar gás do campo Pão de Açúcar.
- Autorização para construção de novo duto de transporte de gás natural do Espírito Santo para Minas Gerais (Rota 6 e o Novo Duto de Transporte ES-MG).
- Incentivo à instalação de mini refinarias no Espírito Santo, tendo em vista ser o Estado o terceiro maior produtor de petróleo do país e ainda não ter se beneficiado da cadeia industrial do setor.
- Tomar decisões que coloquem a indústria naval brasileira em iguais condições de concorrência com as de outros Países, incentivando a contratação de estaleiros brasileiros por parte da Petrobras, como é o caso do Estaleiro Jurong, que foi fortemente prejudicado pelos cancelamentos de encomendas desta.
- E, por fim, cumprimento do calendário do processo de desestatização da Cia. Docas do Espírito Santo – CODESA.