Dona Hilda Cabas, assessora para assuntos de Cerimonial e administradora do Palácio Anchieta, abriu sua participação no projeto Contando Histórias, nesta terça-feira (15), afirmando que não contaria as histórias que todos ali gostariam de ouvir, sobre os bastidores do Palácio Anchieta. “Em quase 40 anos de trabalho, assisti a coisas que não posso contar. Meu lema é ‘ouve, vê e cala’”. Ainda assim ela não decepcionou e agradou a todos com seu relato.

Nascida em Guaçuí há 86 anos, dona Hilda Cabas mudou-se para Vitória ainda criança. Ela começou sua carreira organizando festas para os amigos, até se tornar promotora de eventos. Assumiu o Cerimonial do Palácio Anchieta a convite do ex-governador Gerson Camata e procurou dar apoio à primeira-dama, Rita Camata, então com apenas 20 anos. No governo Max Mauro, dona Hilda perdeu o filho e disse que contou com todo o apoio do governador. “Max Mauro era um homem de hábitos simples, que fazia as próprias ligações. Quando meu filho morreu, conversávamos na biblioteca”.

Outra grande tristeza veio no governo de Albuíno Azeredo, quando foi transferida para a Casa Civil. Na época, o então secretário-chefe daquele órgão a transferiu novamente, desta vez para o Teatro Carlos Gomes, que estava em total decadência. “Minha sala era sórdida. O ambiente era sujo, todo depredado”. Uma depressão acabou afastando-a por oito meses do trabalho e, então, veio a exoneração. Essa história gerou um dos momentos mais emocionantes do evento. O atual diretor-superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira, assumiu que era o chefe da Casa Civil naquela época e, diante da plateia, pediu desculpas à narradora.

Dona Hilda Cabas voltou ao cerimonial a convite de Paulo Hartung na Prefeitura de Vitória. Hoje acompanha o governador Renato Casagrande, recebendo autoridades e demais visitantes. “Vi e aprendi muitas coisas nesses anos todos. Vivi grandes experiências. Tenho muito orgulho de ter recebido grandes pessoas, como João Paulo II, Dona Ruth Cardoso, Zilda Arns, além de embaixadores, ministros e presidentes”. Segundo ela, o segredo da sua vitalidade é amar o que faz. “Amo o Palácio Anchieta. Tenho orgulho de ter batizado o Salão São Tiago”.
Hilda Cabas recebeu a escultura “O Contador de Histórias” das mãos do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra.