14/12/2015 – Sistema Findes discute os impactos da Lei Anticorrupção nas empresas

O presidente do Sindimecânica, Ennio Modenese Pereira II, enfatizou a importância da discussão sobre o tema na esfera privada

 

Muito se fala sobre a corrupção na esfera política, mas pouco ainda é comentado a respeito dos impactos da participação da iniciativa privada nessa questão. Com objetivo de mudar essa percepção geral sobre o assunto, o Sistema Findes, em parceria com o Sindicato da Indústria Mecânica do Espírito Santo – Sindimecânica, promoveu na noite dessa terça-feira (08), a palestra “A Lei Anticorrupção e os Impactos nas Empresas Brasileiras”, ministrada pela advogada Nara Borgo, especialista em Direito Penal Econômico pela Universidade Castilla (Espanha). O evento foi realizado no Plenário do Edifício Findes, em Vitória.

O presidente do Sindimecânica, Ennio Modenese Pereira II, enfatizou a importância da discussão sobre o tema. “Infelizmente, a corrupção não é um ‘privilégio’ apenas da classe política, pois são as empresas que a financiam. Por isso é que é importante debater as consequências legais para as empresas, pois é preciso mudar essa percepção no Brasil”, disse o dirigente.

 

Nara Borgo alertou: “Cerca de 15% dos executivos brasileiros admitem que pagariam propina para realizar ou manter um negócio, mas esse percentual deve ser muito maior, pois a maioria não admite tal prática”

A seguir, a advogada Nara Borgo, que é referência no assunto, destacou alguns dados preocupantes. Em pesquisa recente realizada pela consultoria Ernst & Young, cerca de 15% dos executivos brasileiros admitiram estar dispostos a pagar propinas para conseguir ou manter um negócio. “Esse é um percentual que pode ser muito maior, pois muitos não admitem fazer uso de tal prática nos negócios. Além disso, a mesma pesquisa mostra que a corrupção corrói cerca de 2,3% do PIB nacional anualmente”, completou Nara.

“Ao entrar no ciclo da corrupção, o empresário não se dá conta dos riscos que traz para o seu negócio”, alertou a especialista em Direito Penal Econômico. “Uma prova disso é que a mesma pesquisa aponta que 83% dos empresários brasileiros desconhecem o conteúdo e o funcionamento da Lei nº 12.846/2013 – a Lei Anticorrupção”, completou Nara Borgo.

Os riscos do envolvimento das empresas com a corrupção são muitos, como apontou a advogada: perdas econômicas, responsabilização da empresa e dos administradores, despesas com litígio, reação negativa do mercado, ausência de novos investimentos e sanções judiciais e administrativas que podem resultar na total inviabilização do seu negócio.

Além de explicar, em detalhes, os dispositivos da Lei Anticorrupção, a advogada Nara Borgo apresentou diversos recursos de que as empresas podem fazer uso para recuperar sua reputação após o envolvimento com corrupção, ou de reduzir os riscos de que isso aconteça, como os “programas de integridade”, mais conhecidos como programas de compliance. Ao final do evento, houve debate entre os presentes e a palestrante.

 

 

 

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