Foi aberta oficialmente no Espírito Santo, na noite desta segunda-feira, 13 de outubro, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, com a palestra “Empreendedorismo e Inovação”, do especialista em Gestão Empresarial e Inovação John Jackson Buettgen, realizada no Salão da Indústria do Edifício Findes, em Vitória. O evento, que acontece até o dia 17 de outubro, é promovido simultaneamente em todos os Estados brasileiros pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e seus parceiros. Em Vitória, é realizado pelo Sistema Findes, por meio do Senai-ES, Sebrae-ES e pelo Instituto Brasileiro da Inovação.
John Jackson discursou, entre outros, para empresários, jovens empreendedores e lideranças empresariais, sempre destacando que “a inovação é a exploração com sucesso de novas ideias”. Para o especialista, com 30 anos de experiência no segmento industrial, o Brasil ainda pode e deve avançar na questão. “Segundo os dados mais recentes do Governo Federal, foram 187 mil as empresas que declararam lucro real em 2012. Destas, apenas mil declararam investimentos em inovação. Não podemos mais esperar as coisas acontecerem. Somos a sexta maior economia do planeta, mas ocupamos o 58º lugar no ranking de países que investem em inovação. Países asiáticos, como Coréia do Sul e China investem cerca de 10% do seu PIB em inovação, enquanto o Brasil investe apenas 1,2%”, completou.
Para John Jackson, o brasileiro ainda precisa quebrar alguns paradigmas. “Ainda somos muito dependentes das commodities. Precisamos agregar valor aos nossos produtos. Contudo, o grande paradigma é que o empresário pensa em agregar valor para agradar a si mesmo. Nada disso! Agregar valor é agradar ao seu cliente, que é quem valorizará o seu produto. E todos os caminhos para se agregar valor passam pela inovação, com investimentos em pessoas com ideias brilhantes, que criam produtos competitivos justamente por serem inovadores”, completou.
Avanços na inovação
“Precisamos provocar o empresário para que ele invista em inovação”, disse o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, ao abrir oficialmente o evento nessa segunda-feira. “No início de minha gestão, em 2011, fizemos visitas a alguns dos principais polos tecnológicos do país, como os de Campinas (SP), Salvador (BA) e Florianópolis (SC), e desde então constatei que precisamos ainda mais chamar a atenção para que tenhamos uma política clara de inovação, com parcerias entre entidades empresariais e do governo, mas, principalmente, do próprio empresário”, completou Marcos Guerra.
“Temos um trabalho muito forte junto aos sindicatos industriais na questão da inovação, e também vamos investir cerca de 85% dos R$ 150 milhões do Plano de Investimentos do Sistema Findes em educação, com foco na inovação. Mas temos, sobretudo, investido em pessoas. Precisamos destas pessoas motivadas, que tenham boas ideias e saibam bem o que querem”, destacou o presidente do Sistema Findes. “O que precisamos agora é de receber projetos e desenvolver parcerias”, finalizou Marcos Guerra.
“É preciso trabalhar as micro e pequenas empresas sob uma ótica competitiva e inovadora, inclusive competindo com multinacionais. Também precisamos incluí-las nas cadeias produtivas das grandes empresas. Tudo isso passa pelo investimento em inovação”, disse o diretor técnico do Sebrae/ES, Benildo Denadai.
“Desde o primeiro ano deste evento, em 2011, eu milito pela ‘causa’ da inovação. Podemos dizer que multiplicamos em cerca de 15 vezes a participação capixaba em projetos de inovação, mas ainda é pouco. Precisamos investir muito mais, pois os Estados que mais avançaram neste sentido são os que possuem seus institutos de tecnologia”, afirmou o presidente do Bandes, Guilherme Pereira, que destacou também os diversos programas que o banco estadual de fomento criou nos últimos 10 anos para a inovação.
